Desejava com todas as suas forças - e sobre isto manifestou-se em numerosas ocasiões- o fim da guerra, das mortes e dos ódios. Queria que chegasse o mais cedo possível uma situação na qual os cidadãos e a Igreja tivessem liberdade e esta pudesse desenvolver sem obstáculos a sua actividade pastoral.
«Em certa ocasião o Pe. Josemaria foi visitar uma pessoa a quem os comunistas tinham assassinado vários parentes em pleno campo, no cruzamento de uma estrada e que queria erguer uma grande cruz naquele local preciso, em memória dos membros da sua família que haviam perecido. “Não deves fazer isso - disse-lhe o Padre -, porque aquilo que te move é o ódio: não será a Cruz de Cristo, mas a cruz do demónio”. A cruz não foi colocada e a pessoa soube perdoar» (VÁZQUEZ DE PRADA, A., Josemaria Escrivá. Fundador do Opus Dei, Vol. II: Deus e Audácia, Editorial Verbo, Lisboa 2003, p. 306-307).
Luís Rodríguez-Candela recorda a atitude de S. Josemaria naqueles tempos de ansiedade e terror. “Era assombrosa a sua equanimidade para valorizar uns factos que, pela sua gravidade, afetavam muitíssimo a todos”. E acrescenta: “Nunca se pronunciou com ódio nem com rancor relativamente a ninguém (...). Doía-lhe o que estava a acontecer (...). E quando os outros celebrávamos vitórias, o Pe. Josemaria permanecia calado” (Cfr. José Luis Rodríguez-Candela Manzaneque, testemunho, em AGP).
Pedro Casciaro, membro do Opus Dei e filho de um Presidente Provincial da Frente Popular, recorda que “nunca falava de política: queria e rezava pela paz e pela liberdade das consciências; desejava, com o seu coração grande e aberto a todos, que todos voltassem e se aproximassem de Deus” (CASCIARO, P., Soñad y os quedaréis cortos. Testimonio sobre el fundador de uno de los miembros más antiguos del Opus Dei, Rialp, Madrid 1994, p. 131).