Evangelho de 11 de junho: São Barnabé

Comentário ao Evangelho da Memória Litúrgica de S. Barnabé, Apóstolo. «Ide e proclamai que está próximo o reino dos Céus». A missão apostólica não se limita à transmissão de uma informação ou doutrina. O apóstolo transmite a mensagem de Jesus, vivendo como o seu Senhor.

Evangelho (Mt 10, 7-13)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus Apóstolos:

«Ide e proclamai que está próximo o reino dos Céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça; dai de graça. Não adquirais ouro, prata ou cobre, para guardardes nas vossas bolsas; nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; porque o trabalhador merece o seu sustento. Quando entrardes em alguma cidade ou aldeia, procurai saber de alguém que seja digno e ficai em sua casa até partirdes daquele lugar. Ao entrardes na casa, saudai-a, e se for digna, desça a vossa paz sobre ela; mas se não for digna, volte para vós a vossa paz».


Comentário

O Evangelho de hoje, festa de S. Barnabé Apóstolo, apresenta de forma sintética algumas das características da mensagem que Jesus quer que os seus enviados transmitam.

O que devem pregar, essencialmente, é que o Reino dos Céus está perto. Contudo. Jesus dá-lhes então uma série de indicações que esclarecem que a missão apostólica não se reduz à transmissão de uma informação ou doutrina.

Na versão de S. Lucas também nos é dada uma orientação útil: «O reino de Deus não vem de maneira visível, nem se dirá: ‘Está aqui ou ali’; porque o reino de Deus está no meio de vós» (Lc 17, 20-21). O Reino de Deus é o próprio Jesus.

Portanto, o Senhor envia os seus apóstolos com uma mensagem que está destinada a tornar-se vida. A missão não é uma campanha publicitária: é a encarnação da mensagem do Verbo Encarnado. Por isso os sinais que acompanham esta embaixada são a caridade (curar, ressuscitar, remediar, exorcizar), pobreza (não é preciso ouro, nem sandálias), o trabalho honesto que recebe um salário justo, e o desejo de paz para os lares que visitam.

Em suma: o apóstolo transmite a mensagem de Jesus, vivendo como o seu Senhor.

A vida de S. Barnabé é um exemplo muito atrativo de como tornar o chamamento de Cristo uma realidade. A primeira leitura diz-nos que era «um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé» (At 11, 24). Estas qualidades ficaram particularmente evidentes num gesto que mudou para sempre a história da Igreja: «Chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos o temiam, por não acreditarem que fosse discípulo. Então, Barnabé tomou-o consigo, levou-o aos Apóstolos» (At 9, 26).

Foi o apóstolo que hoje celebramos que introduziu Paulo, o futuro Apóstolo dos Gentios, na vida da Igreja. E fez isso porque estava cheio do Espírito Santo e de fé. Dele podemos aprender que a missão apostólica só será realizada se estivermos cheios da presença do Paráclito, e o seu fruto mais evidente será sempre a caridade com que tratamos cada alma, tal como Jesus fez.

Luis Miguel Bravo Álvarez // Mevans - Getty Images Signature