Lugares de Roma: vestígios da história da Igreja, seguindo os passos de São Josemaria

São Josemaria é um bom guia para percorrer muitos dos lugares de Roma que ele visitou para que a sua fé se enraizasse na dos primeiros cristãos.

São Josemaria é um bom guia para percorrer muitos dos lugares de Roma que visitou para que a sua fé se enraizasse na dos primeiros cristãos.

  1. Catacumbas de São Calisto
  2. Basílica da Santa Cruz em Jerusalém
  3. Fórum romano
  4. Coliseu
  5. Via Appia
  6. Memória de Paulo
  7. As «edicole» de Nossa Senhora
  8. São João de Latrão
  9. Basílica de São Pedro
  10. Praça de São Pedro
  11. Panteão e Santa Maria sopra Minerva

O objetivo destes artigos sobre os Lugares de Roma é o de conhecer um pouco melhor os principais vestígios da história da Igreja que se conservam na Cidade Eterna.

Seguiremos os passos do Fundador do Opus Dei, recorrendo aos seus ensinamentos a fim de extrair todo o fruto possível dos percursos. Porque para um cristão, que possui a luz da fé, Roma não é apenas uma cidade de grande interesse artístico ou histórico, mas muito mais: é a sua Casa, um regresso às origens, o cenário de uma maravilhosa história – a do Amor infinito de Deus que quer chegar a toda a humanidade – que será sempre atual e que nos interpela especialmente no início do terceiro milénio, quando todos os filhos da Igreja temos pela frente o desafio da nova evangelização.

No dia 23 de junho de 1946, o fundador do Opus Dei foi pela primeira vez a Roma. Este facto evidencia muitos aspetos da vida de São Josemaria: o seu abandono nas mãos de Deus e uma fortaleza heroica para cumprir a sua Vontade, a sua confiança na Igreja e o seu amor ao Papa, os sonhos de expansão apostólica – que pareciam impossíveis – o desejo de romanidade: carácter universal, católico, assente no fundamento visível da unidade da Igreja, que é Pedro.

«Nunca pensei vir a Roma. Tive de vir, porque o Opus Dei nasceu romano»

Certa vez perguntaram a São Josemaria quando tinha pensado ir a Roma pela primeira vez, e a sua resposta foi tão concisa como reveladora: «Nunca pensei vir a Roma. Tive de vir, porque o Opus Dei nasceu romano»[1]. Em outras ocasiões explicava com mais pormenor o sentido da romanidade da Igreja, de que o Opus Dei participa: «Para mim, Romana é sinónimo de Católica, Universal e Ecuménica»[2], comentava em 1964 durante um encontro. E alguns anos mais tarde, escrevia: «Venero com todas as minhas forças a Roma de Pedro e de Paulo, banhada pelo sangue dos mártires, centro de onde saíram tantos a fim de propagar pelo mundo inteiro a palavra salvadora de Cristo. Ser romano não leva consigo qualquer forma de particularismo, mas sim de ecumenismo autêntico, pressupõe o desejo de dilatar o coração, de o abrir a todos com o desejo redentor de Cristo que a todos procura e a todos acolhe, porque a todos amou primeiro»[3].

A Igreja de Cristo é romana, porque a Providência divina dispôs que em Roma estivesse a sede de Pedro, fonte de unidade e garantia da transmissão do depósito da fé revelada. É lógico, pois, que os cristãos queiram romanizar-se cada vez mais, de modo a poder cumprir-se em cada um o que São Josemaria desejava a alguns dos seus filhos recém-chegados à Urbe: «Roma deixará em vós uma marca profunda e duradoura, se aproveitardes bem o tempo. E sabereis ser filhos mais fiéis da Igreja, e ter um amor mais sobrenatural ao Santo Padre»[4].


[1] São Josemaria, Arquivo Geral da Prelatura do Opus Dei (AGP), P01, 1968, p. 224v.

[2] Ibid., P01, II-1964, p. 17

[3] São Josemaria, Amar a Igreja, n. 11.

[4] São Josemaria, AGP, P01, 1973, p. 283.