Os alunos, na sua maioria da escola pública, obtêm um valioso auxílio de formação intelectual e humana, e ainda participam em atividades recreativas depois das aulas. O projeto é totalmente gerido por voluntários, muitos deles ex-alunos do CEAP.
Há 15 anos a ajudar
Quando começou, em 2002, o VEPinho dava aulas preparatórias para quem desejava entrar para o CEAP Pedreira. Nessa época, chegou a atender mais de 200 alunos por ano.
Recentemente, o foco mudou: o VEPinho tornou-se um projeto de apoio escolar independente do CEAP, e o número de vagas foi reduzido a 100, para que os professores pudessem dar atenção especial a cada aluno. Com essa redução, os jovens que fazem o VEPinho podem receber uma formação personalizada, de acordo com seus pontos fracos e suas aptidões.
Atualmente, o VEPinho disponibiliza todos os sábados de manhã aulas de reforço em Português e Matemática para rapazes dos 11 aos 14 anos. Mas isso não é tudo. Os organizadores do projeto perceberam que, para realmente ajudar estes jovens, é importante ir além da grelha curricular tradicional.
Nesta idade, em que começa a transição da infância para a vida adulta, é especialmente importante preocupar-se com a formação humana dos rapazes. O VEPinho tem isso em conta. Depois de Matemática e Português, os alunos têm aulas sobre virtudes humanas, em que aprendem, por exemplo, a necessidade da organização e da diligência nos estudos, a importância de uma amizade leal e sincera, e o valor da honestidade com as pessoas. Para os que desejam, também há a opção de receber catequese dada por voluntários católicos.
Depois das aulas –que vão das 9h às 12h–, chega o momento que os alunos costumam esperar com ansiedade: uma hora de desporto e de convívio, com a participação dos voluntários.

Amizade entre os voluntários
Depois do desporto e do convívio, os pais vão buscar os alunos, e os voluntários do VEPinho descansam juntos . Um restaurante próximo patrocina-os, oferecendo o almoço. À mesa, conversam sobre diversos assuntos e sobre o próprio projeto.
Duas vezes por ano, os voluntários participam de um convívio de trabalho de dois dias, no interior de São Paulo. É uma oportunidade para trocar ideias e planear o semestre seguinte. Além disso, assistem a palestras sobre virtudes humanas.
Evolução
Observando os alunos antes e depois de entrarem no VEPinho, fica claro o impacto do projeto nas suas vidas. Os conhecimentos aumentam, a capacidade de estudar melhora, e isso reflete-se nas notas. Não é fácil acordar cedo ao sábado, mas, vencida a batalha inicial contra a preguiça, a recompensa é grande e percetível.
Os voluntários do VEPinho disponibilizam-se, para os alunos que o desejam, a ter uma conversa individual periodica para facilitar a desenvolvimento dos estudantes, chamada tutoria. Nestas conversas, são abordados temas como relação com a família, desempenho nos estudos, ambições, dificuldades, amizades, virtudes e vida de oração. A tutoria é um momento para que o aluno se sinta valorizado e possa ser ajudado com mais eficácia.
Dia do desporto
Um evento semestral esperado por todos é o "dia do desporto", uma espécie de gincana com atividades culturais e atléticas, competições que envolvem raciocínio rápido, esforço físico e trabalho coletivo. Voluntários e alunos aproveitam e divertem-se bastante, e os pais comentam que estas atividades deixam os filhos mais motivados a estudar e a frequentar as aulas.
Participação dos pais
Em reuniões, os pais contam que os filhos estão mais educados e colaborantes. Por exemplo, muitos alunos começam a fazer a cama por iniciativa própria.
No VEPinho, a participação da família é essencial. O projeto preocupa-se com o envolvimento dos pais na vida do filho e também com a própria formação. Periodicamente, o VEPinho chama especialistas para dar palestras sobre educação dos filhos aos pais interessados.
Prémio
O VEPinho já foi convidado para o Mapa da Educação, evento que seleciona os melhores projetos dedicados educação no Brasil, e ficou entre os vinte melhores projetos inscritos.