«O meu marido Daniel e eu conhecemo-nos na Universidade de Buenos Aires quando estávamos ambos a estudar Filosofia. Éramos jovens, mas já nessa altura partilhávamos a enorme esperança de construir uma grande família». Agora, Daniel e Cristina estão casados e têm cinco filhos: o seu sonho tornou-se realidade.
«Sempre tive um grande amor pela música – conta Cristina –. Mesmo depois do nascimento dos meus filhos, quando tinha tempo livre, gostava de me sentar ao piano e tocar algumas peças. O meu instrumento preferido é o órgão e um dia, por brincadeira, decidi gravar um vídeo enquanto tocava uma composição de Bach. Sempre por diversão, quis publicá-lo online e, inesperadamente, teve enorme sucesso».

A partir desse dia, chegaram convites para concertos e atuações em todo o mundo. Para Cristina, nada disto parecia possível, mas o órgão sempre foi a sua paixão e os seus filhos já eram crescidos. Por isso, decidiu partir.
«As minhas atuações eram muito apreciadas. Percebi que o lugar certo para mim e para a minha família era na Europa. Assim, depois de muita oração e reflexão, decidimos mudar-nos para Itália, para Pisoniano, uma pequena vila medieval na província de Roma. A Inês, a nossa filha mais nova, veio connosco. O Daniel estava feliz e isso era muito importante para mim».
Atualmente, Cristina ensina Filosofia em Roma, mas à noite e aos fins-de-semana regressa a casa e vive imersa na beleza medieval de Pisoniano.

Uma família para onde quer que vá
«Conheci o Opus Dei aos dezoito anos. Andava à procura de um sacerdote para me confessar e uma amiga da minha mãe aconselhou-me a ir a um centro da Obra em La Plata. Não sabia o que ia encontrar naquele sítio, mas nunca pensei ter o acolhimento que tive. Ali encontrei uma família: descobri a minha vocação. Dois anos depois, pedi a admissão no Opus Dei como supranumerária».
Viajava muito por motivos de trabalho, mas onde quer que estivesse – Helsínquia, Moscovo, São Petersburgo, Riga – Cristina tinha a certeza de que a família do Opus Dei estaria perto. «Somos uma família em crescimento, que se sente portadora de uma chama viva, a da alegria da vida cristã. Levo o espírito da Obra comigo a todas as cidades por onde passo. É mesmo verdade que o Opus Dei somos nós». Agora que vive permanentemente num lugar onde não existe um centro do Opus Dei, vai a Roma uma vez por semana para assistir a meios de formação cristã, como o círculo.

A Filosofia e a música como oração
Na Argentina, Cristina ensinou Filosofia na universidade: «Esta disciplina sempre me fascinou. Para mim, a filosofia é Cristo. Eu também queria transmitir essa minha paixão às pessoas com quem convivia. Por isso, decidi dar aulas de Filosofia às minhas amigas. Éramos cerca de dez e encontrávamo-nos em minha casa ou no restaurante. Foi excecional e muito bonito. Graças a essa experiência, unimo-nos muito».
Em Pisoniano, Cristina encontrou na música o meio para aproximar os outros de Jesus: toca órgão na igreja da cidade, dá aulas de piano e canta nas festas dos amigos.
«A música é um presente que Deus deu ao homem. Está cheia de espírito cristão – diz Cristina –. Quando canto, é como se estivesse a rezar: é a minha forma de agradecer a Deus pela beleza da vida e da criação. O que me fascina mais do que tudo é o facto de não ter de fazer grandes esforços para transmitir tudo isto aos outros: a música fá-lo sozinha».