“Keitele, Viitasaari, Babel” é, em três palavras, uma boa síntese do que ocorreu este verão no acampamento ecológico organizado pelos clubes Alfa, de Tallin, e Kuunarikerho, de Helsínquia. A mais famosa de todas, Babel, remete ao triste conflito linguístico que se narra na Biblia. Keitele, com os seus 550 km2, é um dos milhares de lagos cristalinos que há na Finlândia.
Viitasaari, por último, é um conjunto habitacional, rodeado de bosques, cuja beleza é contrariada por uns mosquitos sumamente amistosos com os visitantes veraneantes. Foi precisamente neste lugar, a 200 km do círculo polar, onde se realizou o acampamento.
Uma das características mais significativas do acampamento foi a diversidade de idiomas que havia entre os participantes: uma pequena Babel obrigou a converter o inglês em língua franca. Entre os 30 participantes estava Alex, um russo de onze anos que vive em Tallinn e que tem uma especial queda para as línguas. Siim e Herki, dois estónios de 14 anos, esforçaram-se por falar russo, mas nem sempre encontravam expressões académicas. Alex, que na Estónia fez um curso de espanhol, pôde praticá-lo no acampamento, já que entre os participantes, havia dois espanhóis que vivem em Oulu, no norte da Finlândia.
Entre os vários desportos que se praticaram, o futebol foi o que contou com mais seguidores: nalguns casos, com autênticos apaixonados. Foi o caso de Jaan, Karl, Markus, Sander e Lauri, que pagaram a inscrição no acampamento com três meses de antecedência quando souberam que em Viitasaari se jogaria futebol todos os dias. Entre as outras actividades lúdicas, destacaram-se as batalhas navais em canoa e os jogos nocturnos no denso bosque de pinheiros e abetos que rodeia o lugar.
Nesses seis dias, os campistas puderam apreciar a beleza natural da Finlândia e fizeram várias excursões guiadas aos parques nacionais dos arredores. No último dia, por exemplo, dirigiram-se ao Parque Nacional de Pyhä-Häkki, uma zona de bosques e pântanos com árvores antiquíssimas: entre outros, um pinheiro impressionante, com mais de quinhentos anos. Como em toda a Finlândia, encontraram sempre sendas e caminhos cuidadosamente indicados.
Todos os dias, depois do pequeno-almoço, havia uma palestra dada por um monitor. A partir de temas muito diversos, abordavam-se as virtudes humanas com um enfoque prático – a generosidade, a lealdade, a fortaleza, a sinceridade, etc. – e a necessidade de praticá-las para ser felizes e para fazer crescer a personalidade de modo harmónico. Uma prática de um sacerdote à última hora da tarde completava o tempo dedicado à formação.