Em meados de 2022, o jornalista da área financeira Gareth Gore solicitou cópias da correspondência entre o fundador do Opus Dei, São Josemaria Escrivá, e o banqueiro espanhol Luis Valls Taberner (1926-2006), membro do Opus Dei. Gore afirmou que estava a escrever uma biografia de Valls Taberner. Ao longo dos 18 meses seguintes, foi-lhe concedido acesso às cartas e foram-lhe proporcionadas numerosas entrevistas em vários países.
No entanto, no início de 2024, quando surgiram os materiais promocionais do livro, ficou claro que não se tratava de uma biografia de Valls Taberner, mas sim de um livro contra o Opus Dei. Durante os 18 meses de colaboração com o autor, Gore nunca mencionou as acusações graves e falsas que são centrais no seu livro. Apesar de ter deixado por escrito a promessa de dar ao Opus Dei a oportunidade de responder a afirmações controversas, nem o autor nem a editora permitiram que o Opus Dei verificasse os factos apresentados no manuscrito.
Em qualquer caso, o livro está repleto de factos deturpados, erros, teorias da conspiração, meias-verdades e falsidades, e formula acusações falsas baseadas em fontes mal interpretadas ou enviesadas.
O Opus Dei faz parte da Igreja Católica e a sua missão é ajudar pessoas de todos os contextos a buscar a santidade na vida quotidiana, promovendo a mensagem de que o trabalho, a família e os acontecimentos diários são oportunidades para se aproximar de Cristo e dá-l'O a conhecer aos outros.
A seguir assinalam-se alguns dos principais erros e interpretações mais graves:
1. Influência política e empresarial: Gore sugere que o Opus Dei exerce controlo sobre os assuntos políticos e empresariais dos seus membros. Isto é falso: o Opus Dei não adota posições políticas. As pessoas da Obra procuram ser fiéis aos ensinamentos da Igreja Católica e, como outros católicos, defendem as opiniões que consideram melhores, podendo estas diferir legitimamente. Nas suas atividades políticas, não representam nem a Igreja Católica nem o Opus Dei.
2. Intenções e motivações distorcidas: O livro assume que os membros do Opus Dei atuam movidos pela sede de poder e riqueza, e pelo desejo de controlar pessoas. Esta é uma distorção total da realidade. As pessoas que fazem parte da Obra procuram dedicar as suas vidas a Deus e ao serviço dos outros. O livro apresenta uma versão distorcida da vida do fundador, interpretando cada ação sob o prisma de motivações retorcidas.
3. Finanças e fundações: Gore alega falsamente que o Opus Dei oculta as suas atividades e finanças numa rede de fundações e empresas que controla, para evitar responsabilidades e expandir secretamente a sua influência. A Prelatura do Opus Dei está estabelecida em diferentes países, de acordo com as respetivas leis. A maioria das suas despesas destina-se à sustentação do seu clero e das sedes de governo e formação, como publica anualmente no seu site.
Os membros do Opus Dei, em cooperação com outros, promovem muitas iniciativas sem fins lucrativos que não pertencem à Prelatura, mas que recebem atendimento pastoral do Opus Dei (um exemplo pode ser encontrado aqui, e aqui uma lista de algumas entidades no mundo). A sua relação com o Opus Dei é conhecida publicamente e está claramente definida nos materiais promocionais. Estas instituições operam com autonomia e responsabilidade própria, com o desejo de servir os outros e difundir a mensagem cristã e o espírito do Opus Dei.
4. Propriedade do Catholic Information Center: O Catholic Information Center (CIC), em Washington, D.C. (mencionado inúmeras vezes no livro), é uma instituição da Arquidiocese de Washington, que nomeia o seu Conselho de Administração. Desde 1992, um sacerdote do Opus Dei tem sido o diretor, a pedido da arquidiocese.
5. Acusações de tráfico de pessoas: Uma das alegações mais temerárias do livro é a suposta participação do Opus Dei no tráfico de pessoas. Esta acusação, que envolve condutas criminosas, é profundamente ofensiva não só para o Opus Dei como também para as verdadeiras vítimas do tráfico de pessoas. O Opus Dei nega categoricamente qualquer envolvimento em qualquer tipo de tráfico de pessoas.
6. Banco Popular e alegações financeiras: O livro insinua falsamente que o Opus Dei esteve envolvido na gestão do Banco Popular. Isto é completamente falso. O Opus Dei não se envolve em atividades comerciais. Luis Valls Taberner, que foi presidente do Banco entre 1972 e 2004, era membro do Opus Dei e utilizou parte da sua remuneração para ajudar iniciativas inspiradas pelo Opus Dei. Luis Valls também ajudou a criar várias fundações, algumas das quais receberam donativos por parte dos administradores do Banco Popular, que renunciavam aos seus direitos estatutários enquanto membros do Conselho, a favor da ação social. Estas fundações proporcionaram financiamento a diversas iniciativas promovidas tanto pelo Opus Dei ou por pessoas ligadas à instituição, como a muitas outras sem qualquer vínculo com a Obra. Toda esta ajuda foi realizada de forma transparente e legal, geralmente sob a forma de empréstimos que foram reembolsados. Treze anos depois da renúncia de Luis Valls como presidente do Banco, o Banco Popular enfrentou uma crise de liquidez e foi vendido ao Banco Santander. O Opus Dei não teve qualquer papel nestes acontecimentos. Para mais informações, pode consultar o site de Luis Valls.
7. Distorção das práticas sacramentais: A sugestão de que os sacerdotes do Opus Dei violam o segredo da confissão é uma acusação muito grave, já que tal violação é punida com excomunhão segundo o Direito Canónico da Igreja Católica. Negamos rotundamente que tal ocorra no Opus Dei e estamos firmemente empenhados em investigar qualquer acusação apresentada nesse sentido. Qualquer transgressão desse tipo, se denunciada, seria investigada e tratada minuciosamente.
8. Compromisso com a proteção de pessoas vulneráveis: O Opus Dei está profundamente comprometido com a proteção de menores e adultos vulneráveis em todas as suas atividades. O Opus Dei trabalha sob a autoridade da Igreja e segue as suas diretrizes universais, que incluem códigos de conduta rigorosos para o pessoal. Qualquer acusação credível de má conduta é encarada com seriedade e investigada a fundo. Além disso, a Prelatura estabeleceu um protocolo para promover processos de cura no caso de queixas sérias e fundamentadas de natureza institucional.
Para mais informações sobre o livro ou esclarecimentos sobre os temas abordados, pode consultar este artigo. Para pedidos de imprensa ou outros esclarecimentos, pode contactar o Gabinete de Comunicação do Opus Dei em Portugal.

