Sob o manto de Nossa Senhora

Para agradecer o 80º aniversário desde que São Josemaria viu que o Opus Dei era também um caminho para as mulheres, viveu-se na Obra um ano mariano que hoje termina. Publicam-se alguns textos do Prelado sobre o amor a Nossa Senhora.

- “Perto do final da sua vida, [São Josemaria] quando já se encontrava mais débil, passou um dia diante de um baixo-relevo da Virgem Maria com o Menino, em Villa Tevere. Quis beijar a imagem e, como havia um banco pelo meio, não era fácil. Esforçou-se por fazer esse gesto. E depois convidou-nos a pensar: apesar disto ser uma ninharia – referia-se ao esforço que foi necessário fazer –, temos de perguntar-nos que manifestações de afecto fazemos nós, com ousadia, para corresponder ao amor de Deus e da Santíssima Virgem, perante a grande manifestação de amor que a Encarnação implica. Passo-vos a pergunta. Que esforço concreto estamos decididos a fazer nos meses do ano mariano que faltam, para corres­ponder à predilecção que o Senhor e a Sua Santíssima Mãe nos mostram constantemente? Queremos amá-la mais? Procuramo-la com o desejo de que nos leve ao seu Filho?"(Carta agosto 2010).

- Nas nossas vidas, todos experimentámos já a presença benéfica de Santa Maria para nos aproximar da intimidade do Senhor. Por esta razão, e porque o merece – não há criatura mais digna que a Virgem Maria: mais que ela só Deus –, nunca lhe agradeceremos suficientemente os seus cuidados connosco, nem a louvaremos como seria justo. Assim se exprimia S. Josemaria, em continuidade com a tradição cristã. «A teologia tem apresentado nos últimos séculos uma frase que resume o amor dos cristãos à Mãe de Deus: de Maria, nunquam satis, nunca poderemos exceder-nos ao falar e escrever sobre a dignidade daquela que deu a sua carne e o seu sangue à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade»" (Carta maio 2010).

- “O convívio habitual com Nossa Senhora é prova clara de que uma alma respira um ambiente cristão. Há talvez falhas na nossa caminhada – ninguém é perfeito na Terra –, mas quem reza perseverantemente à Virgem Maria, recitando talvez as orações que aprendeu na infância, sem as abandonar, mostra que no seu coração há uma lufada de ar cristão e a nossa Mãe há-de ajudá-lo: agora e, como rezamos na Ave-Maria, também na hora da morte.

Desejemos contagiar o amor filial a Santa Maria. O convite aos nossos conhecidos, amigos e parentes para nos acompanharem na Romaria de Maio, pode ajudá-los a descobrir a alegria e a paz que a nossa Mãe derrama na alma dos que se reconhecem seus filhos. Espero que muitas mulheres e muitos homens adquiram o hábito de rezar diariamente o Terço. Ultrapassamos decididamente os respeitos humanos para iniciar essas conversas? O amor a Maria leva-nos a querer o bem das pessoas? " (Carta maio 2010).

-“Perguntemo-nos se nos dirigimos com frequência à nossa Mãe, durante o dia, nas necessidades grandes e pequenas. Vem-nos ao coração e aos lábios aquela terna invocação – Mãe, minha Mãe! – que continuamente brotava dos lábios do nosso Padre? Chamamo-la com a urgência e o abandono do filho que necessita os cuidados maternais?“ (Carta setembro 2009).

- “Que alegria chamar a nossa Mãe pelo seu nome! Sempre o havemos de trazer no coração e nos lábios, mas especialmente quando a alma se sente abanada pelos ventos das tentações e das dificuldades, que o Senhor pode permitir para fomentar a nossa humildade e para despertar a nossa total confiança na Sua omnipotência.

Nos momentos de prova, talvez espreite uma certa falta de esperança e diminua inclusivamente a vontade de continuar a lutar. Temos então de olhar com mais interesse, perseverantemente, a Stella maris, a Virgem Maria.” " (Carta setembro 2009).

- “A Santíssima Virgem, desde Belém ao Gólgota, soube mostrar Cristo, levar Cristo aos discípulos do seu Filho, homens e mulheres. Se João, Maria Madalena, Salomé e as outras mulheres, como o Evangelho enumera, perseveraram firmes junto à Cruz de Jesus e foram depois testemunhas da Sua Ressurreição, foi porque não se afastaram de Maria naquelas horas: acolheram-na em sua casa, em todo o espaço do seu caminhar espiritual, desde o inefável momento em que Cristo lhes confiou a Sua Mãe no Calvário.

Filhas e filhos meus, a que é toda de Deus, Mulher eucarística e Mestra de oração, quer que lhe falemos, que lhe peçamos que nos ensine a enamorar-nos de Jesus Cristo com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, para lhe respondermos com inteira fidelidade nos diferentes momentos e circunstâncias." (Carta agosto 2009).