
As famílias cristãs têm uma “responsabilidade particular e também uma graça para porem em atuação”: “mostrar que, apesar de todas estas dificuldades que o mundo atual traz, a família é uma realidade básica, fundamental para a vida e convivência.
Sem este núcleo, tudo o mais, oscila”, sublinhou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, na sexta Festa da Família. No centro do parque da Quinta das Conhas, no Lumiar, D. Manuel Clemente começou por denunciar as alterações sociais que “não favorecem a estabilidade familiar, nem para constituir a família nem depois para a perpetuar”, e alertou para as “solidões acumuladas” que estão presentes nas cidades.
Coerência de vida
Segundo Margarida – a mãe –, “a família é a base na educação dos filhos e dos valores da sociedade”
Para a família Frazão, esta não foi a primeira vez que esteve presente na Festa da Família. A participar num dos ‘Percursos’ disponíveis, esta família falou, ao Jornal VOZ DA VERDADE, do motivo pelo qual este “é um evento a apoiar”. Segundo Margarida – a mãe –, “a família é a base na educação dos filhos e dos valores da sociedade”. “Gostamos de conhecer associações e conhecer um pouco mais da diversidade dentro da Igreja. Achamos que devemos apoiar e comemorar a família”, assinala.
Às vezes, mesmo sem terem fé, se alguém está doente ou vai ter um exame, pedem-nos para rezar por essa intenção.
Para Margarida, é também importante uma “coerência de vida”, para que o testemunho passe. “Temos muitos amigos que não acreditam em Deus, mas sabem que nós acreditamos. É engraçado porque, às vezes, mesmo sem terem fé, se alguém está doente ou vai ter um exame, pedem-nos para rezar por essa intenção. Algumas vezes, até admiram e têm pena de não ter essa fé, essa alegria de viver”, revela Margarida que, juntamente com o marido, Carlos, estão integrados numa equipa de casais de Nossa Senhora, em Oeiras, e fazem parte de uma equipa do Centro de Preparação para o Matrimónio, em São Domingos de Rana, estando também ligados ao Opus Dei.
Viver a família
verificamos que existe muita gente que não partilha a nossa fé, nem a compreende. Isso é algo que nos acicata mais a tentar ser coerentes e a aprofundar para tentar explicar a alegria que temos
Sobre os desafios que se colocam, atualmente, às famílias cristãs, Carlos Frazão garante que “não é difícil” ser família cristã, hoje em dia, “desde que uma pessoa tenha fé e queira ser coerente com a fé que tem”. “No mundo em que vivemos, verificamos que existe muita gente que não partilha a nossa fé, nem a compreende. Isso é algo que nos acicata mais a tentar ser coerentes e a aprofundar para tentar explicar a alegria que temos pelo facto de, ao vivermos, sabermos que estamos em casa, que este mundo é, de facto, aquilo para o qual fomos feitos. É esse sentido que nos ajuda a enfrentar as dificuldades e a fazer o resto com muita alegria”, partilha Carlos.
“A família é fundamental. Andei numa escola onde tinha muitos amigos, a maior parte, sem fé. Eu gostava muito do que via em casa e gostava que eles tivessem o mesmo nas casas deles".
Para a filha Teresa, de 10 anos, “é ótimo viver numa família cristã, que tem fé em Deus” e rezar por todos os que não têm. “Quem tem fé em Deus, é muito mais feliz!”, afirma, confiante. Para Gonçalo, o irmão mais velho, a família é a “base” para “repor as forças”, em especial durante o tempo de estudo. “A família é fundamental. Andei numa escola onde tinha muitos amigos, a maior parte, sem fé. Eu gostava muito do que via em casa e gostava que eles tivessem o mesmo nas casas deles. Eu vinha à família beber e depois tentava dar aos meus amigos... E continuo a tentar”, conta este jovem de 24 anos, que está a fazer um doutoramento.
Fonte: https://www.vozdaverdade.org/site/index.php?cont_=ver2&id=8264