Resumo do Natal de 2009 de Bento XVI

Resumo das mensagens de Bento XVI sobre o Natal e o Ano Novo.

26/12/2009: "Recordamos hoje o diácono Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão (...). O seu exemplo ajuda-nos a penetrar ainda mais no mistério do Natal. Ele, como o seu Mestre, morre perdoando aos seus perseguidores e faz-nos perceber como a vinda do Filho de Deus ao mundo deu origem a uma nova civilização, a civilização do amor, que não se rende diante do mal e da violência, que derruba as barreiras entre os homens, mas os converte em irmãos da grande família dos filhos de Deus".

26/12/2009: "O testemunho de Estêvão, como o dos mártires cristãos, indica-nos actualmente aos que, com frequência, possam estar distraídos e desorientados, em quem devemos pôr a nossa confiança para dar sentido à vida. O mártir, com efeito, é aquele que morre com a certeza de se saber amado por Deus, sem pôr obstáculos ao Seu amor, consciente de que escolheu a melhor parte".

25/12/2009: "Lux fulgebit hodie super nos, quia natus est nobis Dominus. Hoje brilhará uma luz sobre nós, porque nos nasceu o Senhor (...). Este "nós" é a Igreja, a grande família universal dos que crêem em Cristo, que aguardaram com esperança o novo nascimento do Salvador e hoje celebram o mistério da perene actualidade deste acontecimento.

25/12/2009: "A Igreja, como a Virgem Maria, oferece Jesus ao mundo, o Filho que ela própria recebeu como um dom e que veio para libertar o homem da escravidão do pecado. Como Maria, a Igreja não tem medo, porque aquele Menino é a sua força. Mas não O guarda para si: oferece-O a quantos O procuram com coração sincero, aos humildes da terra e aos aflitos, às vítimas da violência, a todos os que desejam ardentemente o bem da paz".

25/12/2009: "Também hoje, dirigindo-se à família humana, profundamente marcada por uma grave crise económica, mas antes de mais nada de carácter moral e pelas dolorosas feridas de guerras e conflitos, a Igreja repete com os pastores, querendo partilhar e ser fiel ao homem: "Vamos a Belém" (Lc 2,15), aí encontraremos a nossa esperança".

25/12/2009: "Numa palavra, a Igreja anuncia em toda a parte o Evangelho de Cristo, não obstante as perseguições, as discriminações, os ataques e a indiferença, por vezes hostilidades, que lhe permitem melhor partilhar a sorte do seu Mestre e Senhor".

24/12/2009: "Por vós nasceu o Salvador; o que o Anjo anunciou aos pastores, Deus devolve-no-Lo agora por meio do Evangelho e dos Seus mensageiros. Esta é uma notícia que não pode deixar-nos indiferentes. Se é verdadeira, tudo muda. Se é certa, também me afecta a mim. E, então, também eu devo dizer como os pastores: Vamos, quero ir a Belém e ver a Palavra que aí aconteceu."

24/12/2009: "Diz-se que os pastores eram pessoas vigilantes e que a mensagem lhes pôde chegar precisamente porque estavam a vigiar. Nós temos de despertar para que nos chegue a mensagem (...). Despertar significa sair desse mundo particular do eu e entrar na realidade comum, na verdade, que é a única que nos une a todos".

24/12/2009: "Na nossa vida corrente (…) a maioria dos homens não considera uma prioridade as coisas de Deus, não os estimula de uma forma imediata. Faz-se, em primeiro lugar, o que, aqui e agora, parece urgente. Na lista de prioridades, Deus encontra-se frequentemente quase em último lugar. Isso – pensa-se – sempre se poderá fazer em qualquer altura. Mas o Evangelho diz-nos: Deus tem a máxima prioridade. Assim, pois, se algo na nossa vida merece grande urgência, é somente a causa de Deus".

24/12/2009: "Aprendamos [dos pastores] a não nos deixarmos subjugar por todas as urgências da vida quotidiana, para nos encaminharmos para Deus, para deixar que entre na nossa vida e no nosso tempo. O tempo dedicado a Deus e, por Ele, ao próximo, nunca é tempo perdido. É o tempo em que verdadeiramente vivemos, em que vivemos o nosso ser de pessoas humanas".

24/12/2009: "Vivemos em filosofias, em negócios e ocupações que nos enchem totalmente e a partir das quais o caminho até ao presépio é muito longo. Deus deve impulsionar-nos continuamente e de muitos modos e dar-nos uma mão para que possamos sair do enredo dos nossos pensamentos e dos nossos compromissos e assim encontrar o caminho até Ele (…). Mas Deus rebaixou-se. Vem ao nosso encontro. Ele fez o tramo mais longo do percurso. E agora pede-nos: Vinde ver quanto vos amo. Vinde ver que Eu estou aqui".

24/12/2009: "O sinal de Deus é a Sua humildade. O sinal de Deus é que Ele se faz pequeno; converte-se em menino; deixa-Se tocar e pede o nosso amor. Quanto desejaríamos, nós os homens, um sinal diferente, imponente, irrefutável, do poder de Deus e da Sua grandeza. Mas o Seu sinal convida-nos à fé e ao amor e, por isso, dá-nos esperança: Deus é assim".

23/12/2009: "Nesse Menino, Deus fez-se tão próximo de cada um de nós, tão próximo, que podemos tratá-Lo por tu e manter com Ele uma relação confiada de profundo afecto, como fazemos com um recém-nascido”.

23/12/2009: “Deus vem sem armas, sem a força, porque não pretende conquistar, por assim dizer, a partir de fora, mas quer antes ser acolhido pelo homem em liberdade; Deus faz-se Menino inerme para vencer a soberba, a violência, a ânsia de possuir do homem".

22/12/2009: "O mistério do Natal, profecia de paz para cada homem, empenha os cristãos a meterem-se nas escuridões, nos dramas, amiúde desconhecidos e escondidos e nos conflitos do contexto em que vive, com os sentimentos de Jesus para ser, em todo o lado, instrumento e mensageiro de paz, para levar amor onde há ódio, perdão onde há ofensa, alegria onde há tristeza e verdade onde há erro".

22/12/2009: "Hoje, como no tempo de Jesus, o Natal não é um conto para crianças, mas a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da paz verdadeira. “Ele próprio será a paz!” – diz o profeta referindo-se ao Messias. A nós cabe-nos abrir, destrancar as portas para O acolher".

22/12/2009: "No bosque, as árvores estão perto umas das outras e cada uma delas contribui para fazer do bosque um lugar sombrio, por vezes escuro. E eis que, escolhido de entre uma floreste, a árvore majestosa [do Natal] está iluminada e coberta de decorações brilhantes que são como tantos frutos maravilhosos. Deixando a sua roupagem escura por uma explosão brilhante, foi transfigurada, convertendo-se em portadora de uma luz que não é a sua mas que dá testemunho da verdadeira Luz que vem a este mundo. O destino desta árvore é comparável ao dos pastores: velando nas trevas da noite, são iluminados pela mensagem dos anjos. A sorte desta árvore também é comparável à nossa, nós que estamos chamados a dar bons frutos para manifestar que o mundo foi verdadeiramente visitado e resgatado pelo Senhor. Erguido desde que nasceu, este abeto manifesta, à sua maneira, a presença do grande mistério no lugar simples e pobre de Belém".