Em 1956, abriu oficialmente na Rua Oliveira Monteiro, 395, uma residência universitária. Por lá passaram muitas das estudantes que, não tendo a família no Porto, puderam viver num ambiente em que se prezava o silêncio do estudo nas salas e nas horas próprias, o bulício das refeições e das animadas tertúlias familiares, a oportunidade de dispor de actividades culturais intra-muros, na altura menos frequentes na programação da cidade. Às quatro da tarde de 27 de Outubro desse ano, D. António Ferreira Gomes, então bispo do Porto, entrou na capela da Carvalhosa e fez a seguir uma visita às instalações do imóvel. Estavam presentes já, além das universitárias que estreavam o seu ano escolar e a vida na nova Residência, várias senhoras do Porto que já tinham começado o seu contacto com o trabalho apostólico do Opus Dei nesses anos.
Daí em diante, a história da casa viu-se ligada também a um longo período de tempo, nos anos 70, em que aí funcionaram as instalações do Rampa Clube , para alunas do ensino secundário das várias escolas do Porto. No Rampa , completavam a sua formação com actividades extra-curriculares e procuravam consolidar a sua vida cristã.
Aproveitando a passagem dos cinquenta anos da inauguração, foi escolhido o sábado mais próximo para reunir as que viveram esses primeiros momentos - Maria Sofia Pacheco, Elina Morais Neves – a muitas das que vieram depois continuar esse trabalho. Além de se ter aproveitado para projectar um documentário realizado em 1998 por ocasião dos 70 anos da fundação do Opus Dei , e então emitido pela TVI, também o Rampa Clube mostrou os seus projectos para o século XXI. Actualmente, tem instalações maiores na Avenida da Boavista, 1605 e todo o seu programa de actividades pode ser facilmente consultado em www.rampaclube.org .
Na Missa celebrada no oratório entretanto ampliado, foram evocados muitos dos momentos e pessoas que contribuíram para a Carvalhosa tal como é hoje e como se projecta. Depois de um agradável Porto de Honra , a conversa continuou numa Mesa Redonda , que teve por mote: "Deixar rasto na cultura de hoje" . Elina Morais Neves contou como ouviu directamente ao Fundador do Opus Dei falar do projecto que viria concretizar-se depois sob a forma de Rampa Clube ; a Professora Rita Lobo Xavier, da Faculdade de Direito da UCP, falou especialmente das ajudas á tarefa de mulher e mãe que tem recebido nestes anos; Francisco Carvalho Guerra referiu, entre outros, vários testemunhos de mulheres cientistas com quem conviveu e que marcaram a sua vida universitária. Luísa Couto Soares, nascida no Porto e com um conhecimento da Carvalhosa desde os seu tempos de aluna do Carolina, foi a moderadora da mesa. O balanço foi o de que vale sinceramente a pena continuar a apostar no Rampa Clube e na interligação entre filhas e mães que proporciona.
Actualmente, as instalações da Carvalhosa são aproveitadas sobretudo para iniciativas na área da formação cultural e religiosa destinadas a mulheres em plena vida profissional ou mães de família a tempo inteiro.