Qual o património do Opus Dei em Portugal?

A prelatura do Opus Dei financia-se, à semelhança das dioceses e de outras prelaturas, sobretudo com o contributo dos seus fiéis e de outras pessoas que colaboram na sua missão.

Há 2 perguntas anteriores a essa:

Primeira: para que precisa de património o Opus Dei?

A formação cristã que se veicula através de aulas, recolecções, retiros, é gratuita e precisa de muito pouco suporte material.

Mas é preciso garantir o sustento mínimo dos padres da prelatura: O resto – isto é, a maioria esmagadora – das pessoas que compõem a prelatura, cidadãos como os outros, vivem do seu trabalho, nunca é o Opus Dei que os sustenta.

Depois existem alguns projectos de interesse público, e portanto para uso de todos: como escolas, centros de formação, com marcado carácter evangelizador, casas onde vive uma pequena parte dos membros do Opus Dei (sustentadas pelos próprios) mas frequentadas por muitas pessoas, casas para retiros e encontros de formação.

Segunda: oOpus Dei é dono desse património?

O Opus Dei não é dono desse património, embora seja patente que são casas e instituições com uma estreita relação com o Opus Dei e ao serviço dos fins apostólicos da prelatura.

Porquê? Não é para ocultar, aliás sabe-se muito bem – e é bom que se saiba - que aí está o Opus Dei presente.

O Opus Dei – que tem personalidade jurídica civil – podia teoricamente ser o proprietário. Porém, considera muito importante alentar a criação de instituições civis autónomas entregues à responsabilidade dos leigos a quem fica a caber a tarefa de conservar o património e de respeitar o fim que os muitos contribuidores lhe atribuíram. Podia ser outro modelo mas este é um modelo que permite manter os responsáveis da prelatura concentrados nos aspectos religiosos da sua missão pastoral, para os quais estão capacitados.

Surge, então, uma terceira pergunta: está a dizer que o Opus Dei perde o controlo do património?

Em rigor, sim. É verdade que as pessoas que constituem essas instituições são, em grande maioria, do Opus Dei, e portanto têm uma grande sintonia com a razão de ser e a finalidade desse património, e mantêm uma articulação com o Vigário Regional. Mesmo assim, em última análise o destino e uso desses bens depende dessas pessoas e não do Opus Dei. O Opus Dei não tem nenhum mecanismo de garantia ou salvaguarda que possa accionar. Essa garantia é dada somente pela honradez dos responsáveis dessas entidades que os leve a respeitar a finalidade que os doadores atribuíram às suas dádivas.

Retomemos a pergunta inicial: qual o património do Opus Dei em Portugal?

As 3 questões anteriores permitem compreender a resposta: o Opus Dei não tem património em Portugal. Têm património as várias instituições que mantêm uma relação estável com o Opus Dei para garantir o mínimo suporte material para facilitar a sua acção evangelizadora. São essas instituições quem tem a informação correspondente.