Para preparar o 15 de Agosto

Dentro de poucos dias a Igreja festeja a Assunção da Virgem Maria, muito unida aos Jovens que estarão já em Madrid para as Jornadas Mundiais da Juventude. Publicam-se alguns textos para ajudar a preparar esta festa.

S.Josemaria: A Assunção da Virgem Maria Assumpta est Maria in coelum gaudent angeli! - Maria foi levada por Deus, em corpo e alma, para o Céu. E os Anjos rejubilam!

Assim canta a Igreja. - E é assim, com este clamor de regozijo, que começamos a contemplação, desta dezena do Santo Rosário.

Adormeceu a Mãe de Deus. - Em volta do seu leito encontram-se os doze Apóstolos.

- Matias substituiu Judas.

E nós, por graça que todos respeitam, estamos também a seu lado.

Mas Jesus quer ter Sua Mãe, em corpo e alma, na Glória. - E a Corte celestial ostenta todo o seu esplendor, para receber a Senhora. - Tu e eu - crianças, afinal - pegamos na cauda do esplêndido manto azul da Virgem e assim podemos contemplar aquela maravilha.

A Trindade Santíssima recebe e cumula de honras a Filha, Mãe e Esposa de Deus... - E é tamanha a majestade da Senhora, que os Anjos perguntam Quem é esta?

Santo Rosário, 4° mistério glorioso

No website de S. Josemaria estão disponíveis alguns dos seus textos sobre a Assunção de Nossa Senhora: https://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/assuncao-de-nossa-senhora

São Bernardo de Clairvaux : As 12 Prerrogativas da Bem Aventurada Virgem Maria

Sermão para a Oitava da Assunção.

Deste texto do Apocalipse: Apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos seus pés e, uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça.

1. Meus queridos irmãos, um homem e uma mulher causaram-nos o maior dano; mas, graças a Deus, tudo foi reparado por outro homem e outra mulher numa maravilhosa superabundância de graças. O dom não é proporcional à falta, e a grandeza do bem feito ultrapassa muitíssimo o dano sofrido. O artesão muito hábil e muito bom não quebrou o vaso fendido, ele remodelou-o para nosso uso e restituiu-no-lo mais perfeito. Do velho Adão fez um novo e transfigurou Eva para formar Maria. Certamente, Cristo podia bastar-nos, dado que, ainda hoje, todas as nossas aptidões provêm d’Ele; mas não é bom para nós que o homem ficasse só. Era preciso, pelo contrário, que um e o outro sexo participassem na nossa regeneração, dado que, um e o outro tinham contribuído para a nossa queda. Decerto, o homem, Cristo Jesus é um mediador fiel e todo-poderoso entre Deus e os homens, mas nós tememos n’Ele a majestade divina. A Sua humanidade como que se incorporou na Sua divindade, não que a Sua natureza tenha mudado, mas porque Sua função foi deificada. Não celebramos apenas a Sua misericórdia, mas também o Seu julgamento: embora a Sua paixão lhe tenha ensinado a compaixão, que O torna misericordioso, Ele tem o poder de julgar. O nosso Deus é um fogo devorador. O pecador tem receio, ao aproximar-se, de perecer sob o olhar de Deus como o círio que funde na presença da chama.

O texto integral encontra-se em: PDF: São Bernardo de Clairvaux: as 12 prerrogativas da Virgem Maria (francês)

Bem-aventurado João Paulo II: O Rosário de Nossa Senhora

1. O Rosário da Virgem Maria (Rosarium Virginis Mariae), que ao sopro do Espírito de Deus se foi formando gradualmente no segundo Milénio, é oração amada por numerosos Santos e estimulada pelo Magistério. Na sua simplicidade e profundidade, permanece, mesmo no terceiro Milénio recém iniciado, uma oração de grande significado e destinada a produzir frutos de santidade. Ela enquadra-se perfeitamente no caminho espiritual de um cristianismo que, passados dois mil anos, nada perdeu do seu frescor original, e sente-se impulsionado pelo Espírito de Deus a «fazer-se ao largo» (duc in altum!) para reafirmar, melhor «gritar» Cristo ao mundo como Senhor e Salvador, como «caminho, verdade e vida» (Jo 14, 6), como «o fim da história humana, o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização».(1)

O Rosário, de facto, ainda que caracterizado pela sua fisionomia mariana, no seu âmago é oração cristológica. Na sobriedade dos seus elementos, concentra a profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é quase um compêndio.(2) Nele ecoa a oração de Maria, o seu perene Magnificat pela obra da Encarnação redentora iniciada no seu ventre virginal. Com ele, o povo cristão frequenta a escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade do seu amor. Mediante o Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor.

Os Romanos Pontífices e o Rosário 2. Muitos dos meus Predecessores atribuíram grande importância a esta oração. Merecimento particular teve, a propósito, Leão XIII que, no dia 1 de Setembro de 1883, promulgava a Encíclica Supremi apostolatus officio,(3) alto pronunciamento com o qual inaugurava numerosas outras declarações sobre esta oração, indicando-a como instrumento espiritual eficaz contra os males da sociedade. Entre os Papas mais recentes, já na época conciliar, que se distinguiram na promoção do Rosário, desejo recordar o Beato João XXIII(4) e sobretudo Paulo VI que, na Exortação apostólicaMarialis cultus, destacou, em harmonia com a inspiração do Concílio Vaticano II, o carácter evangélico do Rosário e a sua orientação cristológica.

Eu mesmo não descurei ocasião para exortar à frequente recitação do Rosário. Desde a minha juventude, esta oração teve um lugar importante na minha vida espiritual. Trouxe-mo à memória a minha recente viagem à Polónia, sobretudo a visita ao Santuário de Kalwaria. O Rosário acompanhou-me nos momentos de alegria e nas provações. A ele confiei tantas preocupações; nele encontrei sempre conforto. Vinte e quatro anos atrás, no dia 29 de Outubro de 1978, apenas duas semanas depois da minha eleição para a Sé de Pedro, quase numa confidência, assim me exprimia: «O Rosário é a minha oração predilecta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade. [...] Pode dizer-se que o Rosário é, em certo modo, um comentário-prece do último capítulo da ConstituiçãoLumen gentium do Vaticano II, capítulo que trata da admirável presença da Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja. De facto, sobre o fundo das palavras da “Avé Maria” passam diante dos olhos da alma os principais episódios da vida de Jesus Cristo. Eles dispõem-se no conjunto dos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, e põem-nos em comunhão viva com Jesus – poderíamos dizer – através do Coração de Sua Mãe. Ao mesmo tempo o nosso coração pode incluir nestas dezenas do Rosário todos os factos que formam a vida do indivíduo, da família, da nação, da Igreja e da humanidade. Acontecimentos pessoais e do próximo, e de modo particular daqueles que nos são mais familiares e que mais estimamos. Assim a simples oração do Rosário marca o ritmo da vida humana».(5)

Notas

(1) Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 45.

(2) Cf. Paulo VI, Exort. ap. Marialis cultus (2 de Fevereiro de 1974), 42: AAS 66 (1974), 153.

(3) Cf. Acta Leonis XIII, 3 (1884), 280-289.

(4) De modo particular, merece menção a sua Epístola apostólica sobre o Rosário «O encontro religios », de 29 de Setembro de 1961: AAS 53 (1961), 641-647.

(5) Alocução do « Angelus »: L'Osservatore Romano (ed. portuguesa: 5 de Novembro de 1978), 1.

Carta apostólica Rosarium Virginis Mariaedo Papa João Paulo II