O Prelado do Opus Dei ordena 26 sacerdotes de 12 países

A cerimónia realizou-se na basílica romana de Santo Eugénio, pela tarde do dia 31 de Maio.

Laurent Mazingi com a sua família e amigos

"Espero que aqueles que leiam estas linhas rezem por mim e por todos os sacerdotes, para que sejamos, nas mãos de Deus, instrumentos de alegria, de compreensão e de paz". Assim se expressa Laurent Mazingi Kadogo quando repara que está a ser entrevistado.

O recém-"Abbé” Laurent, nasceu em Bukavu-Sud Kivu (Republica Democrática do Congo), é um dos 26 diáconos que receberam a ordenação sacerdotal das mãos de D. Javier Echevarría no dia 31 de Maio na basílica de Santo Eugénio. Com ele foram ordenados outros 25 fiéis do Opus Dei procedentes da Argentina, Brasil, Chile, Espanha, Filipinas França, Inglaterra, Japão, México, Nigéria e Peru. Numerosos parentes e amigos acompanharam os novos presbíteros durante a cerimónia e ao final, durante procissão de despedida, aplaudiram longamente a todos.

D. Javier Echevarría: "Transmissores do rosto santo e misericordioso de Jesus"

Tendo presente a proximidade da primeira festa litúrgica de São Josemaría, após a canonização do passado dia 6 de Outubro, o Prelado do Opus Dei animou os novos sacerdotes a seguirem o exemplo do fundador do Opus Dei, "modelo de existência plenamente sacerdotal". D. Javier referiu-se também "à necessidade de ser, a todo o momento, transparência viva do Senhor, de modo a que os fiéis - ao olhar-vos, ao escutar as vossas exortações, ao contemplar o osso comportamento - descubram o rosto santo e misericordioso do Redentor".

Dirigindo-se à famílias, na parte final da homilia, D. Javier Echevarría acrescentou: "Pais e irmãos dos novos sacerdotes, agradecei a Nosso Senhor carinho com que distinguiu a vossa família e procurai corresponder a tanta predilecção com a renovação da vossa vida cristã".

Basílca de Santo Eugénio

Laurent Mazingi: "Toda a vida do Papa é uma grande lição para mim"

Falando da sua ordenação sacerdotal, Laurent manifesta especial gratidão por João Paulo II, ao aproximar-se do 25º. aniversário de pontificado: "Toda a vida do Papa - assinala - é uma grande lição para mim. A sua entrega sem tréguas à Igreja e a todas as pessoas, levam-me a ser mais generoso". O novo sacerdote congolês teve oportunidade de cumprimentar recentemente João Paulo II: "nessa ocasião - explica - notei ainda mais de perto como sabe querer e servir de Verdade. Ao ver-me imediatamente me disse: 'África!, África!, a paz, o Congo'. Emocionei-me com estas palavras saídas do coração do Papa, e pareceu-me que eram uma magnífica oração para elevar a Deus."

A propósito da cruel guerra que açoita o Congo desde há anos, Laurent reza todos os dias "por todas as pessoas que podem construir a paz, para que não iludam esta tarefa urgente", e afirma que "a violência é um caminho sem futuro".

A família Hénaux

Ao referir-se aos cinco anos de estudos teológicos que cursou na Cidade Eterna, o economista congolês, que agora é sacerdote, assinala que levará de Roma "o desejo de paz, de paz cristã, que leva a perdoar e a saber perdão. Aqui compreendi ainda mais como o Igreja é a minha família, e que há que querê-La cada vez mais e servi-La sem condições.

Dois sacerdotes em casa

Do continente europeu procede Stéphane Hénaux, nascido em Poyssy (França) há 31 anos. 2003 será um ano memorável para a família Hénaux, porque os eus dois filhos se ordenam sacerdotes. "O meu irmão Pierre-Antoine - explica Stéphane - é beneditino, do mosteiro de Fontgombault, perto de Poitiers, e receberá o prebiterado este Verão. Os meus pais, que são da Obra, estão muito contentes. E tanto Pierre-Antoine como eu rezamos para que todos sejamos muito fiéis a Deus".

Shohei, o pai e a irmã.

"Shohei, ser sacerdote á algo muito bonito e grande"

Outro dos novos sacerdotes é Shohei Kimura, de Osaka (Japão), que esteve acompanhado pelo seu pai e irmãos, e por um grupo de fiéis da paróquia "Ibaraki", com o pe. Inove à frente."Emocionei-me ver na minha ordenação a paroquianos de Ibarraki, uma zona do Japão na qual, devido às perseguições, houve muitos católicos clandestinos".

Comentando o seu caminho até ao sacerdócio, Shohei explica: ”Baptizei-me aos 12 anos. Esta facto decisivo na minha devo-o a muitas pessoas, mas destacaria em primeiro lugar aos meus pais. A minha mãe, que se converteu 4 anos antes graças a uma amiga, rezava o Terço com frequência e recordo que tinha muita devoção à Virgem. Foi ela que me apresentou a um sacerdote que começou a ensinar-me o catecismo. A minha mãe morreu há 10 anos; queria que eu fosse sacerdote e rezava por mim. Respeitava completamente a minha liberdade, mas recordo que de vez m quando me dizia: ‘Shohei, ser sacerdotes á algo muito bonito e muito grande’".

E, referindo-se a seu pai, conta: "devo-lhe muito porque é um homem que amam a liberdade. Ainda que como ate não gostava que me convertesse, defendeu sempre a minha liberdade diante de alguns familiares que viam a conversão da minha mãe como uma traição. Apesar disto, o meu pai sempre me defendeu. Quando comecei a receber as primeiras aulas de catecismo, dizia aos que afrontavam chamando-me traidor: ‘Deixai-o, se o rapaz quer converter-se, converter-se-á.’. Este amor à liberdade do meu pai foi também algo decisivo.”