O Papa Francisco partiu para a Casa do Pai

Última atualização: segunda-feira, 22.30h. O Papa Francisco morreu na segunda-feira, 21 de abril. Tinha 88 anos de idade. Em 2013, com 76 anos, Jorge Mario Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires desde 1998, foi eleito 266º Pontífice da Igreja Católica com o nome de Francisco. Eis os recentes comunicados da Sala de Imprensa do Vaticano.

O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira de Páscoa, 21 de abril de 2025, aos 88 anos de idade, na sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano.

Às 9:47 da manhã de segunda-feira, o Cardeal Kevin Joseph Farrell, Camarlengo da Santa Igreja Romana, anunciou com tristeza o falecimento do Papa Francisco com estas palavras:

«Queridos irmãos e irmãs, é com profunda dor que devo anunciar o falecimento do nosso Santo Padre Francisco. Às 7:35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, regressou à casa do Pai.

Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja. Ensinou-nos a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados.

Com imensa gratidão pelo seu exemplo de verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, confiamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Uno e Trino».

Início dos ritos fúnebres

Respondendo às perguntas dos jornalistas, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, informou o seguinte:

«A trasladação do corpo do Santo Padre para a Basílica Vaticana para a homenagem de todos os fiéis poderá ter lugar na manhã de quarta-feira, 23 de abril de 2025, segundo as modalidades que serão estabelecidas e comunicadas amanhã, depois da primeira Congregação dos Cardeais».

Testamento espiritual

Na noite do dia da sua morte, foi também publicado o testamento do Papa Francisco, redigido a 29 de junho de 2022.

Nele, o Papa pede «que o meu túmulo seja preparado no nicho do corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza da Basílica de Santa Maria Maior. O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus». Leia o testamento completo aqui.

O Papa Francisco durante uma recente audiência

Certificado de óbito e situação clínica prévia

O rito do certificado de óbito e a colocação no caixão tiveram lugar na segunda-feira à noite, às 20 horas, na capela do rés do chão da residência do falecido Papa na Casa Santa Marta. A certidão de óbito indica que as causas da morte do Papa foram «acidente vascular cerebral, coma, colapso cardiovascular irreversível».

O estado clínico do Papa Francisco foi-se agravando progressivamente e, na terça-feira, 18 de fevereiro, os médicos diagnosticaram-lhe uma pneumonia bilateral.

Após 38 dias de internamento, o falecido Papa regressou à sua residência no Vaticano, na Casa Santa Marta, para continuar a sua recuperação.

Em 1957, quando tinha 20 e poucos anos, Jorge Mario Bergoglio foi submetido a uma cirurgia na sua terra natal, a Argentina, para remover parte do pulmão que tinha sido afetado por uma grave infeção respiratória.

À medida que envelhecia, o Papa Francisco sofria de frequentes crises de doença respiratória, tendo mesmo cancelado uma visita planeada aos Emirados Árabes Unidos em novembro de 2023 devido a gripe e inflamação pulmonar.

Reformas dos ritos fúnebres papais

Em abril de 2024, o defunto Papa Francisco aprovou uma edição atualizada do livro litúrgico para os ritos fúnebres papais, que orientará a Missa fúnebre que ainda não foi anunciada.

A segunda edição do Ordo Exsequiarum Romani Pontificis introduz vários elementos novos, incluindo a forma como os restos mortais do Papa devem ser tratados após a sua morte.

A verificação da morte tem lugar na capela, e não no quarto onde morreu, e o seu corpo é imediatamente colocado no caixão.

De acordo com o arcebispo Diego Ravelli, Mestre de Cerimónias Apostólicas, o falecido Papa tinha pedido que os ritos fúnebres fossem simplificados e centrados na expressão da fé da Igreja no Corpo Ressuscitado de Cristo.

«O rito renovado – disse o arcebispo Ravelli – procura sublinhar ainda mais que o funeral do Romano Pontífice é o de um pastor e discípulo de Cristo e não o de um poderoso deste mundo».