O carinho de um pai

Sophie teve a possibilidade de estar com o prelado do Opus Dei em Lyon, durante a viagem que este fez em peregrinação a Ars. Dá-nos o seu testemunho.

Sophie, esteve com o prelado do Opus Dei, D. Xavier Echevarria, durante a sua viagem a França. O que nos pode dizer desse encontro?

Foi um momento muito emocionante e também muito alegre. Já tinha tido oportunidade de me encontrar com o prelado quando participei num seminário de juristas em Roma, no Outono passado. Fomos recebidos em Villa Tevere onde ele reside. Em Roma, já estava muito emocionada por me encontrar no centro da Igreja com o Papa como guia. Ao encontrar-me com o prelado em Roma, tive a impressão de me encontrar «no coração do Opus Dei» que é uma parte da Igreja. É por isso que, quando o voltei a ver em Lyon, senti imediatamente este aspecto universal e, ao mesmo tempo, muito familiar do Opus Dei.

Reencontrar o prelado, poder falar com ele foi uma sorte muito grande, que recordarei sempre! Foi muito simples, como uma reunião de família entre um Pai e as suas filhas. Fazíamos-lhe perguntas e ele respondia com muito carinho e «precisão» como um pai fala com os filhos!

No início da reunião, disse-nos «Estai profundamente alegres». E sobretudo, algo de muito impressionante: «Deus conta com cada uma devocês, quando rezas, quando trabalhas, em casa, com o teu marido». Que responsabilidade! Mas ao mesmo tempo quanta alegria de sentir concretamente que o Senhor conta connosco. Mesmo  estando consciente disso, é  de facto muito marcante tê-lo ouvido assim tão directamente.

Pode fazer-lhe perguntas. Pode também transmitir-nos as respostas?

 Expliquei-lhe que vivo num cidade próxima de Lyon, onde não há Centro do Opus Dei, mas onde, desde há alguns anos, organizo cursos de catecismo e palestras de formação. Este ano, tivemos recolecções de dois em dois meses. Algumas das minhas amigas interessaram-se pela mensagem do Opus Dei, concretamente  pelo facto de podermos ser santos no meio do mundo. Perguntei-lhe como ajudar as minhas amigas a aproximarem-se de Deus.

Respondeu-me recordando-nos uma parábola de que São Josemaria gostava muito, a parábola do semeador. «Cada uma de vocês é o grão de trigo apertado na mão chagada de Jesus para serem lançadas no meio do mundo, para se santificarem, para actuarem em seu Nome e darem muitas espigas!» Disse-me: «tu deves ter o sentido universal da Obra. Pede na Santa Missa por todas as tuas amigas.»

Disse-lhe que tínhamos ido em família a Ars por ocasião do Ano Jubilar e que tinha tirado uma fotografia dos meus três filhos em frente do Monumento do Encontro, para que um dia, se Deus os chamar ao sacerdócio, eles se possam lembrar desse momento! O carinho que São João Maria Vianney tinha pela mãe sempre me tocou. Perguntei-lhe por isso, como fazer, enquanto mãe, para aumentar nos meus filhos «o amor ao coração de Jesus» e os despertar para a vida contemplativa no meio do mundo. Vives  vida contemplativa, respondeu-me D. Xavier, quando pensas no teu marido, na tua família, nos teus amigos. Disse-me para transformar a minha família em Deus, para ter muito carinho humano e que deveria ser uma alma de oração!

Como descrever o prelado?

O prelado é quem nos ajuda a avançar no nosso caminho. Todos os meses nos escreve uma carta, que nos ajuda a mantermo-nos unidos às suas intenções, a segui-lo em determinados pontos concretos. Mas é mais emocionante ouvi-lo de viva voz!

Falou-nos a todas com muita doçura e profundidade, com uma voz muito pausada. Como dizia uma das minhas amigas «sussurra à nossa alma». Ao responder à minha pergunta, olhava-me com muito afecto e também com convicção.

As suas respostas são simples e muito concretas, alimentadas por uma grande contemplação e por um grande amor de Deus. A peregrinação a Ars foi muito importante para ele porque o Santo Cura d’Ars é, em muitos aspectos, um modelo para ele e também para nós. Disse-nos para fazermos como o Santo Cura d'Ars, ou seja «deixar-se trabalhar nas mãos de Deus». O prelado vê “em grande e ao longe” e as suas palavras tocaram-me profundamente.