No início da homilia disse que «é lógico que tenhamos pena da separação. É algo natural e bom. Jesus Cristo chorou pela morte de Lázaro, sendo como era – e é – perfeito Deus e perfeito Homem. A dor e a pena é uma das manifestações do amor, do carinho».
Recordou também algumas palavras de S. Josemaria: «Que acontecerá quando toda a formosura e a grandeza, toda a felicidade e o Amor infinitos de Deus se derramarem no pobre vaso de barro que sou eu, que somos todos nós? (...) E então percebo bem aquilo do Apóstolo: nem olho viu, nem ouvido ouviu (1 Cor 2, 9). Vale a pena, meus filhos, vale a pena». Vale a pena acreditar, vale a pena focar a nossa vida à luz da fé.

O Prelado recordou que foi precisamente este seu irmão, Pepe, que o convidou a aproximar-se do Opus Dei, «com um convite cheio de respeito, de liberdade. Estou certo de que grande parte da minha vocação – da minha correspondência, da descoberta da minha vocação, porque a vocação é dada por Deus – a devo ao meu irmão”.
«Que mais há a dizer? É natural que venha até nós o pensamento da nossa própria morte. Mas isso leva-nos ao que se diz na Epístola aos Hebreus: o próprio Senhor nos libertou do medo da morte. Não devemos ter medo da morte. Porque a vida não se perde, apenas se transforma. Muda para melhor, se lutámos por ser fiéis, se recorremos aos meios que o Senhor nos dá para receber a Sua graça».

«Pensar na nossa morte – continuou – também nos faz dar tanto valor à vida comum, ao trabalho, à família, a tudo o que nos ocupa regularmente, o que tem grande valor precisamente porque é o caminho para o céu». Recordou o primeiro verso de um poema de Pedro Salinas: 'Que grande véspera é o mundo!' , e glosou-o dizendo: «A véspera de algo muito grande, que é a plenitude de nossa felicidade na glória de Nosso Senhor Jesus Cristo».
Concluiu lendo algumas palavras que o Papa Francisco lhe escreveu:
«Vaticano, 3 de julho de 2022. Querido irmão, quero transmitir-lhe a certeza da minha oração e da minha proximidade neste momento. Rezo pelo seu irmão, por si, pela família. Que Jesus o abençoe e a Santa Virgem o cuide. Fraternalmente, Francisco».
E pediu muitas orações pelo Santo Padre e pelas suas intenções, nesta situação tão difícil em que o mundo se encontra.
José Ocáriz Braña, que faleceu em Barcelona no dia 3 de julho passado, foi um dos primeiros professores do IESE (Barcelona), ao qual se incorporou em 1963. Estava casado e tinha oito filhos. Entre os assistentes ao funeral estavam os ex-diretores gerais do IESE Carlos Cavallé e Jordi Canals, assim como diversos companheiros de claustro, como Leopoldo Abadía e Manuel Velilla.