Entregue em Roma o prémio de Harambee 2002 “Comunicar África”

Na Sala da Protomoteca do Município de Roma teve lugar em 15 de Novembro um acto público no decurso do qual se entregou o I Prémio “Comunicar África”, um projecto do Harambee 2002, o fundo de solidariedade nascido por ocasião da canonização do fundador do Opus Dei.

“África é a metáfora de tudo o que não funciona no mundo. E no entanto seria necessário realmente pouco para ajudar este continente. Harambee é uma importante contribuição para este canal de ajudas que de Roma chegam a África”. Com estas palavras de boas vindas do presidente do município de Roma, Walter Veltroni, iniciou-se o colóquio organizado por Harambee 2002, o fundo de solidariedade nascido por ocasião da canonização de Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei, que se celebrou em 15 de Novembro na Sala da Protomoteca do Município de Roma.

Entre o público numeroso que enchia a Sala havia um bom número de jovens africanos que estudam em Roma. “É uma honra para mim ser o Presidente da Câmara de uma cidade que tem tantas iniciativas em favor de África e que não cede diante do egoísmo”, disse também Walter Veltroni.

O colóquio, intitulado "Comunicar África", foi moderado por Giovanni Minoli, director da RAI Educational, e contou com a intervenção de Alberto Michelini, representante do presidente do governo italiano para o Projecto de Acção em África; Stefano Lucchini, responsável pelas relações externas do Banco Intesa; Susana Tamaro, realizadora de cinema e escritora; e Barbara Carfagna, jornalista do TG1, o telejornal do primeiro canal da RAI.

Susana Tamaro falou da sua relação com África e explicou porque decidiu doar parte dos direitos de autor dos seus livros para iniciativas de solidariedade e desenvolvimento. “Pensei sempre – disse – que devemos deixar o mundo melhor do que o encontrámos. Em África há uma grande vitalidade nas relações humanas que frequentemente esquecemos no Ocidente”.

Alberto Michelini pôs em relevo que no continente africano não existem só dramas: “mais de metade dos 53 estados que formam África iniciaram um processo positivo de desenvolvimento. Harambee põe em relevo o valor de dar a conhecer as forças positivas de África para conseguir que os africanos cheguem a ser os artífices conscientes do seu próprio futuro”.

“África – disse Bárbara Carfagna, do TG1 – interpela-nos na nossa identidade mais profunda. Fui a África com a certeza de encontrar pessoas que tinham alguma coisa para me ensinar, mas nunca pude imaginar a dimensão e o impacto do que África ensina”. Stefano Lucchini, pela sua parte, falou da responsabilidade do mundo da banca apoiar iniciativas para a promoção do desenvolvimento em África.

O acto finalizou com a entrega dos prémios “Comunicar África de modo sereno e construtivo”, no valor de 10.000 euros para o vencedor de cada categoria e financiados pelo Banco Intesa.

O prémio para o melhor documentário produzido por uma ONG africana foi entregue ao filme “Inkingi Z’ubuntu - Search for Common Ground Studio Ijambio”: a experiência da emissora radiofónica “Studio Ijambio”, de Burundi, em que trabalham jornalistas hutu e tutsi, demonstra o papel que podem ter os meios de comunicação na promoção da paz. A autora da reportagem é Lena Slachmuijlder .

Na categoria de produções de emissoras africanas, o documentário premiado foi “Inhlanyelo Fund”, uma reportagem de Michelle Makori sobre os microcréditos, produzido pela SABC, África do Sul.

Por último, o melhor dos melhores documentários de uma emissora não-africana foi atribuído a “O mundo contado pelas crianças: Eritrea”, produzido por Rai Sat Ragazzi, uma divisão da RAI. “Este prémio – disse a autora, Serena Laudisa – foi dedicado ao sorriso das crianças, verdadeira esperança da África do futuro”.

O acto concluiu com algumas palavras de Carlo De Marchi, secretário-geral do ICU, Instituto de Cooperação Universitária: “Harambee centra-se nisto: fazemos o que se pode fazer. Há milhares de pessoas que trabalham pelo bem de África. Estamos aqui por eles”. O fundo Harambee 2002 é gerido pelo ICU, que há mais de trinta anos trabalha no campo da educação e da cooperação em África.

Para mais informação: www.harambee2002.org