Fiz o curso de Hotelaria e Gastronomia em “Del Plata”, uma escola em Montevideu que é uma obra corporativa do Opus Dei. Vim o ano passado para Paysandú onde trabalho num restaurante. Gosto muito do que faço e todos os dias dou graças a Deus por me poder dedicar com alma e coração à minha profissão.
Foi enquanto estudava que aprendi, em primeiro lugar, que para Deus não há trabalhos de mais categoria do que outros; o importante é o amor com que cada um realiza o seu, desde fazer as camas a cozinhar para trinta pessoas.
Gosto muito do que faço e todos os dias dou graças a Deus por me poder dedicar com alma e coração à minha profissão.
Aprendi também que, para nos santificarmos no trabalho, temos que aprender a oferecer a Deus o que fazemos e, como é para Deus, temos que nos esforçar por fazê-lo bem. Esta é uma luta importante. A verdade é que não me custa tanto fazer as coisas, porque me agrada trabalhar bem, mas fazê-las procurando pôr a melhor cara.
Para nos santificarmos no trabalho, temos que aprender a oferecer a Deus o que fazemos e, como é para Deus, temos que nos esforçar por fazê-lo bem.
No restaurante trabalham entre 6 a 8 pessoas, cada uma com o seu modo de ser e de pensar diferentes. Aceitar e chegar a gostar de todas, ter paciência quando uma ou outra nos dá uma resposta que não esperávamos, oferecermo-nos para ajudar quando não nos apetece, fazer bom ambiente quando surgem tarefas inesperadas…, tudo isto faz parte da santidade porque são oportunidades permanentes para viver uma série de virtudes, sobretudo a caridade, que é a mais importante de todas.
Ofere¬cermo-nos para ajudar quando não nos apetece, fazer bom ambiente quando surgem tarefas inesperadas… viver uma série de virtudes, sobretudo a caridade.
Há anos li no livro Caminho, de S.Josemaria Escrivá, que a santidade ‘grande’ está em cumprir o pequeno dever de cada momento. Para não me esquecer disto, na cozinha do restaurante tenho uma estampa da Virgem é a Ela que ofereço cada um dos dias do meu trabalho: rezo-Lhe três Avé Marias quando começa o meu turno e depois vou falando com Ela do que me acontece, das pessoas que tenho que atender, das minhas companheiras de trabalho.
Outra coisa que aprendi para santificar o meu trabalho é a importância de ter um plano de vida espiritual, quer dizer, de arranjar uns momentos exclusivamente para Deus e isto porque é d’Ele que nos vem a força e o amor para fazer o trabalho como Jesus o faria. Por isso, além de Lho oferecer ao começar, rezo o Angelus às 12 e leio durante uns minutos algum livro de espiritualidade. Claro, que procuro ir à Missa durante a semana, sempre que posso.
Na cozinha do restaurante tenho uma estampa de Nossa Senhora e é a Ela que ofereço cada um dos meus dias do meu trabalho.
Estou contente no restaurante onde trabalho, por dois motivos e mais um. Primeiro, porque estamos a conseguir formar uma equipa, o que é importantíssimo para que tudo funcione bem.
Segundo, porque entre nós há muita confiança e verdadeira preocupação umas pelas outras; se uma tem um tempo livre, em vez de ficar “na sua” pergunta a outra em que é que a pode ajudar. E sobretudo estou contente porque tenho a experiência de que, para além do que se possa ganhar no trabalho, o importante é sentir-se olhada com amor por Deus.
Belén Mazzili