O sábado, 13 de julho, foi um dia de grande atividade para Josemaria Escrivá. Às nove e meia da manhã, foi visitar o cardeal-arcebispo de Lima; e de lá foi para San Vicente de Cañete, que estava em festa, porque ao meio-dia haveria uma tertúlia com o fundador do Opus Dei em Valle Grande.
Acudiram pessoas de Lima e das aldeias vizinhas. Algumas partiram antes do amanhecer. Na sala, onde se amontoavam mais de meio milhar de pessoas, viam-se rostos indígenas, mulatos, chineses; comerciantes, camponeses, empregados, professores, camionistas...; e as mulheres que recebiam ensino em Condoray, trabalho educativo levado a cabo pelas mulheres da Obra.
São Josemaria falou-lhes do trabalho, que deve ser feito com perfeição, para agradar a Deus, e não «à crioula» (como dizem os indígenas quando não se dá a devida atenção às tarefas). Pregou-lhes sobre as práticas de piedade e, antes de mais nada, convidou-os a purificar-se interiormente com uma boa confissão, abrindo a alma e saindo depois decididos a abandonar o álcool. As palavras do fundador do Opus Dei, que, quando necessário, lhes pedia com veemência que mudassem de vida, relaxavam em emoções veladas os rostos impassíveis dos índios.
Em 1965, foi criado o Instituto Rural Valle Grande, com o objetivo de contribuir para melhorar o nível humano, profissional e espiritual das famílias camponesas. Presta assistência técnica e de gestão aos pequenos agricultores dos vales de Cañete, Yauyos e zonas adjacentes. Realiza atividades de investigação e transferência de tecnologia produtiva, favorecendo a organização solidária dos camponeses, conseguindo que obtenham vantagens competitivas numa economia de mercado livre. Conta ainda com uma escola de formação superior, em regime de alternância, onde são formados os futuros trabalhadores do campo.