«Educação, a arte de transmitir esperança»

Há quase 40 anos que Silvestre ensina Francês, Latim e, por vezes, Grego, a adolescentes. Membro do Opus Dei e animador de atividades culturais e espirituais para jovens, tem uma paixão pela educação, nutrida pela fé e a fidelidade à sua vocação. Deu este testemunho, na altura do recente Jubileu do Mundo Educativo.

Uma vocação enraizada na família e na fé

«A minha paixão pela educação vem certamente da minha mãe, professora e chefe de escuteiros», confidencia Silvestre. Ela transmitiu-lhe o gosto por aprender e a arte de educar com exigência e bondade. Tornando-se, por sua vez, professor, descobriu no espírito de São Josemaria uma ressonância profunda: «O Opus Dei é uma grande catequese».

Para ele, ensinar é mais do que um ofício, é uma missão, uma forma concreta de servir a Deus, no mundo. Todos os dias, a sua sala de aula tornou-se um espaço onde se moldam espíritos e corações.

Perante os desafios atuais, razões para ter esperança

Silvestre não nega as dificuldades do sistema educativo nem as fragilidades de uma sociedade ausente de referências. «Sim, o nível de escolaridade é baixo e muitos jovens agem emocionalmente, sem refletir. Mas também vejo coisas muito bonitas».

«É a aurora que se aproxima!»

O que o toca? O compromisso crescente, por parte de jovens professores, com o desejo de transmitir: «Pertencem à geração João Paulo II. Querem fazer do seu ofício uma missão!». E os próprios alunos mantêm uma espantosa sede de verdade: «Quando lhes damos elementos sólidos, entusiasmam-se». Para ele, esta vitalidade, esta procura por sentido, são já sinais de renovação: «É a aurora que se aproxima!».

Educar é aprender a amar

No centro do compromisso de Silvestre estão os valores humanos e cristãos: a liberdade, a fraternidade, o gosto pelo trabalho bem feito, a justiça, a delicadeza, a lealdade.

«Um jovem tem de compreender que é uma continuidade: de uma língua, de uma cultura, de uma civilização». Transmitir estes valores é também aprender a humildade: «Quando um educador se engana, tem de saber pedir perdão. É provavelmente a maior lição que um aluno pode aprender».

Mesmo no meio da incerteza, a escola permanece um lugar de esperança.

Um olhar de esperança em relação ao futuro

Para Silvestre, a educação permanece um dos lugares mais fecundos no qual o evangelho pode transformar o mundo. «O educador não trabalha sozinho, coopera com a obra de Deus. Prepara as almas livres, capazes de amar». Por ocasião do jubileu do mundo educativo, o seu testemunho relembra que, mesmo na incerteza, a escola permanece um lugar de esperança: cada olhar de um aluno, cada pergunta, cada progresso traz consigo a promessa de um mundo mais justo e mais humano.