«O seu testemunho da boa nova de Cristo e o seu compromisso pela paz e reconciliação irradiaram-se muito para além das fronteiras da sua pátria», afirmou o Papa ao receber a notícia do falecimento do cardeal Franz König, no passado dia 12 de Março, aos 98 anos de idade. Figura importante do Concílio Vaticano II e Presidente emérito do Conselho Pontifício para o Diálogo com os não crentes, foi nomeado por Pio XII arcebispo de Viena em 1956, cargo que ocupou até ao dia em que fez 80 anos. D. Javier Echevarría, que assistiu na Áustria ao seu funeral, fez a seguinte declaração.
"O Cardeal König foi uma figura muito importante da Igreja católica do nosso tempo, e a sua categoria como pastor e como intelectual deixou uma profunda marca, que os historiadores saberão justamente valorizar", disse o Bispo D. Javier Echevarría durante a sua estadia em Viena por ocasião do funeral do Cardeal.
"Como Prelado do Opus Dei", acrescentou, "tenho com ele uma dívida de gratidão, e desejo hoje renovar o meu agradecimento ao Cardeal pela sua ajuda e sua amizade ao longo de quase quarenta anos".
"Nos anos sessenta, fui testemunha dos seus encontros com S. Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei. Como o próprio Cardeal manifestou por escrito, impressionou-o a ideia fundacional, na que via realizados com antecedência alguns dos ensinamentos mais relevantes do Concílio Vaticano II, especialmente a participação dos leigos na missão da Igreja".
"Depois, nos anos setenta e oitenta, continuou essa cordial amizade entre o Cardeal e D. Alvaro del Portillo, sucessor de S. Josemaría à frente do Opus Dei. Fui também testemunha das suas numerosas entrevistas, em Roma, Viena e outros lugares. O Cardeal König animou D. Alvaro com as suas sugestões, e foi um dos eclesiásticos que mais prontamente entenderam e ajudaram a instituição da forma jurídica definitiva do Opus Dei como Prelatura pessoal, figura jurisdicional proposta pelo Concílio Vaticano II que integra sacerdotes e leigos, homens e mulheres, em plenitude de unidade e de cooperação orgânica. Compreendeu a fundo o carisma secular do Opus Dei e, com o peso da sua autoridade moral, soube explicá-lo a muitas outras pessoas. Existem muitos motivos de agradecimento".
Por ocasião da sua estadia em Viena, D. Javier teve vários encontros com fiéis da Prelatura.