O Trabalho Social da Carpio começou em Junho de 2003, quando algumas jovens profissionais e universitárias que frequentavam o Centro de Formação Educativa Lari decidiram levar a cabo o desenvolvimento integral baseado em princípios cristãos. Para pôr em prática este empenho, as voluntárias dedicam semanalmente várias horas do seu tempo à gestão, preparação e administração das aulas. Às vezes é necessária uma boa dose de esforço e de dedicação, mas não pensam que estão a fazer algo de extraordinário mas sim cumprem um dever de cidadania. Têm claro o que afirmava São Josemaría: “Se o Senhor te deu uma boa qualidade ou uma habilidade não é somente para que te deleites, ou para que te envaideças, mas para a desenvolver ao serviço do próximo”.
O trabalho desenvolvido na Carpio passou por diferentes etapas e modalidades. Durante 2004, graças a um convénio com a Universidade de Costa Rica, o trabalho social profissionalizou-se. Actualmente um numeroso grupo de mães de família formam-se nos “ateliers” de trabalho manuais e frequentam cursos práticos que as motivam e as preparam para ser micro-empresárias. Deste modo, obtêm melhores oportunidades e contribuem para elevar o nível de vida familiar. “Eu não frequentei estudos”, declara Maria dos Anjos, “mas estes cursos ajudaram-me a não dizer que não posso, e a ter o ânimo para enfrentar novos desafios; espero que estas jovens continuem a vir à Carpo porque me ajudaram muito”.
Às assistentes é-lhes proporcionado todo o material necessário para as aulas. Como é frequente que assistam muitas mães com filhos pequeninos, as voluntárias organizam actividades para eles, como jogos e outras formas de entretenimento, de modo que os pequenos se distraiam enquanto a mãe está ocupada.
Além das aulas, as alunas recebem algumas palestras sobre temas fundamentais para uma mãe de família: educação dos filhos, nutrição, gestão económica do lar, etc.
O convénio celebrado com a Universidade de Costa Rica prevê que cada semestre um grupo de estudantes desenvolva na Carpio o Trabalho Cívico Universitário, um requisito necessário para a graduação. “Isto representou uma enorme vantagem para a Carpio, porque as aulas passaram a ser dadas por estudantes de cursos muito diferentes e pode-se proporcionar assim uma experiência muito mais global e enriquecedora. Por outro lado, a Universidade canalizou deste modo as inquietações de solidariedade de muitos para participarem em projectos de promoção humana”, afirma uma das professoras.
Como consequência deste convénio, muitas universitárias participaram na difícil realidade em que vivem as pessoas pobres e sem habilitações, e descobriram os problemas sociais que a falta de trabalho estável acarreta.
Cinthia Herrera, estudante de Odontologia, comenta a sua experiência: “Foi excelente, não esperava que fosse assim. é realmente bonito e enriquecedor contribuir com o melhor de si mesma na promoção das pessoas. Se não fosse por este projecto, jamais teria conhecido este bairro e a situação em que vive muita gente da minha cidade”.