Faleceu hoje, em Lisboa, Carlos de Pontes Leça em consequência de um aneurisma cerebral.
Musicólogo e programador musical, Carlos de Pontes Leça dedicou particular atenção ao estudo e divulgação da ópera dos séculos XIX-XX, da estética da música contemporânea e das relações entre música e cinema.
Natural de Coimbra (1938), Pontes Leça estudou piano e composição, licenciando-se depois em Direito, pela Universidade de Lisboa, e em Comunicação Social, na Universidade de Navarra, onde defendeu a dissertação Cinema e cultura cinematográfica em Portugal. Homem de fé, pertencia ao Opus Dei desde 1959.
Foi director-adjunto do Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian, director artístico do Festival Música em Leiria e director-adjunto da revista Colóquio-Artes. Assinou inúmeros ensaios sobre música e sobre cinema e proferiu muitas conferências e cursos monográficos sobre os temas da sua especialidade.
Num testemunho que publicou hoje na sua página de Facebook, Rui Vieira Nery afirma: «A sua religiosidade profunda fazia-o, de resto, reconhecer no cerne do processo criativo uma presença eminente do Sagrado, e por isso tinha pela Arte, em geral, a veneração que dedicava a tudo aquilo que encarava como manifestações de santidade.»