O caso do doutor Ángel Jiménez Lacave (supranumerário do Opus Dei) pode surpreender, porque antes era agnóstico. Conta que, como quase todos os universitários dos anos 60 e 70, procurava a verdade nas coisas práticas como a Ciência e a História.
No entanto, um dia aconteceu-lhe algo, que prefere deixar na intimidade, que o fez girar 180 graus. «Foi uma conversão. Vi que o meu caminho era o Opus Dei. Não procurava pérolas, mas encontrei um tesouro», assegura. Apesar de ser algo espontâneo, percebe que pode parecer estranho. «Compreendo perfeitamente os agnósticos porque era agnóstico», sublinha.
O doutor Jiménez prefere falar do que é para ele a Obra e como influi na sua profissão. Diz que a instituição é sobretudo uma escola de formação no humanismo cristão, o que se repercute na maneira de trabalhar. Para os membros do Opus Dei a santificação é algo que qualquer pessoa pode conseguir através do trabalho diário.
«Sendo médico e especialista em oncologia, tenho de conviver com doentes em situações difíceis e a Obra dá-me uma determinada concepção do ser humano. Na sociedade tende-se a ver o homem como um meio (de produção, de investigação, utente...) Pelo contrário, a visão cristã faz-nos ver o ser humano como nos vemos a nós próprios».
O doutor Jiménez Lacave pensa que o Opus Dei «é uma grande escola de formação, que não diz nada novo do cristianismo, só o aplica ao trabalho»
Com esta máxima, explica que o seu trabalho como médico consiste em tratar a doença, mas, além disso, preocupar-se com os efeitos que ela causa nos doentes, nos âmbitos profissional, social, espiritual... «e não como um funcionário». De facto, a Clínica Universitária de Navarra, aberta pelo fundador do Opus Dei, tem fama de ser o melhor centro oncológico do país.
Resumindo, o doutor Jiménez Lacave pensa que o Opus Dei «é uma grande escola de formação, que não diz nada novo do cristianismo, só o aplica ao trabalho». Sobre a eutanásia, um dos temas polémicos em que a Igreja tem uma postura mais taxativa , o doutor Jiménez tem ideias claras: «Os médicos curam e procuram recursos terapêuticos para a dor. Se alguém quer a outra opção terá que o fazer noutros locais, não nos hospitais, que são para curar os doentes», conclui.