Patriarcado de Lisboa (9 de Janeiro, na Igreja de Nª Sª de Fátima – Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo)

Até aqui podíamos de certo modo considerar o beato Josemaría Escrivá como sendo particularmente da Prelatura do Opus Dei; a partir daqui com a canonização ele é um santo da Igreja universal, é um santo de toda a Igreja. E eu penso que isso sublinhará também a dimensão eclesial e universal da vossa espiritualidade própria, do vosso carisma próprio, mas sobretudo da missão a que sois chamados neste início do século XXI, neste início do novo milénio. Aquele “Duc in altum”, fazer-se ao largo, o Papa disse-o a toda a Igreja. Quando o nosso beato for chamado São Josemaría, ele será um intercessor para toda a Igreja.

Diocese do Porto (9 de Janeiro, na Igreja da Trindade – D. Armindo Lopes Coelho);

Quando lemos documentos conciliares como a constituição Lumen Gentium sobre a Igreja, ou documentos como Apostolicam Actuositatem sobre o apostolado dos leigos, nós constatamos, não podemos não concluir que o Beato Josemaria Escrivá foi percursor do último concílio ecuménico. Foi eco vivo e constante do mesmo concílio, e foi um difusor privilegiado da doutrina conciliar. Não somos capazes de referir o pensamento eclesial doBeato Josemaria sem o identificarmos com esse documento conciliar, de tal maneira as ideias, de tal maneira os critérios, de tal maneira a doutrina se identifica, que temos a impressão – de que lendo um e outro – de que lemos documentos paralelos, ou contactamos com a mesma doutrina e expressões algo diferentes mas convergentes, mas perfeitamente identificáveis.

Diocese de Viseu (9 de Janeiro, na Sé Catedral – D. António Monteiro);

Há pessoas, que vão surgindo, ao longo da história e em cada século, que parecem dons de Deus caídos do céu, no momento próprio. Não se prepararam para isso, não sonharam com isso, não lutaram para isso. Não foi em nenhum deles um programa pensado.

Sem o pretenderem, gritam alto, tão alto que a voz chega aos confins da terra. Pensai na Virgem de Nazaré, Paulo de Tarso, Bento de Núrcia, Agostinho de Tagaste, Leão Magno, Francisco de Assis, António de Lisboa, Teresa de Ávila, Inácio de Loiola, Teresa de Calcutá, João Paulo II e tantas outras figuras que aparecem quase que para despertar, para acordar o mundo, para acordar os vivos, na linguagem de Roger Garaudy.

A esse número de pessoas pertenceu certamente Josemaría Escrivá que, há cem anos, no inicio de um grande século, Deus quis suscitar na história, em 9 de Janeiro de 1902.

Josemaría Escrivá converteu-se num modelo de santidade na Igreja para o nosso tempo. É por isso e para isso que o Papa aí está pronto para canonizar este homem, que vai ficar a ser um grande guia, não apenas para os seus seguidores, mas também para toda a Igreja, sempre aberta e à procura de novos caminhos de santidade.

Diocese de Lamego (9 de Janeiro, na Sé Catedral – D. Jacinto Botelho).

Guardo na memória a benéfica e grata impressão que me deixou, num encontro com ele, juntamente com muitos sacerdotes provenientes de várias dioceses do pais, numa das suas vindas a Portugal. A firmeza, a serenidade, a alegria contagiante das suas respostas as variadíssimas questões que lhe eram apresentadas, recordou-me uma Palavra do Evangelho, que apropriei ao momento, sobre o escriba versado nas coisas do Reino dos Céus que é semelhante ao pai de família que tira da sua dispensa coisas novas e coisas velhas, mas sempre as mais oportunas e as mais adequadas.

Diocese de Braga (11 de Janeiro, na Sé Catedral – D. Jorge Ortiga);

Celebramos o centenário do nascimento de alguém que marcou a vida da Igreja e que, em Igreja, marcou a vida de muitos cristãos. Significa olhar para aquilo que caracterizou a vida dessa pessoa que queremos recordar.

Importa que cada um tenha a coragem de se situar diante do Beato Josemaría Escrivá para nele encontrar essencialmente e em primeiro lugar um modelo de vida.

Sabeis que o Sua Santidade o Papa, na Novo Millennium Ineunte, diz que o grande desafio que hoje é colocado à Igreja no sentido geral e particular é esta coragem de aceitarmos aquilo que o Senhor Jesus Cristo disse a S. Pedro e que S. Pedro aceitou e que o Beato Josemaría Escrivá também aceitou na sua vida: Duc in altum! Faz-te ao largo. Mais e melhor! Não te contentes com a mediocridade.

Diocese do Algarve (12 de Janeiro, na Igreja de S. Pedro, em Faro – D. Manuel Madureira Dias);

Nesta preocupação da santidade para todos, Mons. Escrivá adiantou-se, em certa medida, à doutrina do Vaticano II que, também ele, ensinou com tanta propriedade e insistência que a vocação à santidade é vocação universal para todos os fiéis. Mas desde 1928, Monsenhor Escrivá se entregou à missão de arrotear os caminhos da procura da santidade e do exercício do apostolado para todos, através da santificação do trabalho diário no meio do mundo e sem necessidade de qualquer espécie de consagração especial.

Diocese de Leiria-Fátima (12 de Janeiro, na Capelinha das Aparições – D. Serafim Ferreira da Silva);

Tenho a honra de hoje presidir a esta celebração na capelinha das aparições onde ele veio tantas vezes, a 1ª em 1945. Foi o primeiro peregrino deste Santuário a ser beatificado; será canonizado ainda este ano 2002. Um homem com muita força interior, mas que quis colher energias nos Santuários marianos desde Fátima até Guadalupe, rezando (aqui assim aconteceu) à Mãe para que fosse feita a Vontade de Deus, através do Filho eterno de Deus Pai e com a ajuda de Nossa Senhora, abrindo-nos ao Espírito.

Faz-te ao largo, não fiques na tua mesquinhez, ou no teu egoísmo, acredita que Deus quer precisar de ti, através de ti quer testemunhar a Salvação, a Fraternidade a todos os homens. E este homem, Josemaría Escrivá, abriu-se ao Espírito de Deus e rezou muitas vezes que se faça a Vontade do Senhor. E eu quero ser instrumento, se possível humilde mas eficaz dessa mesma graça do Senhor. Aqui veio, aqui rezou, peregrinou (às vezes mesmo a pé) a esta Capelinha das Aparições. E eu hoje, prestando-lhe homenagem, vou rezar pelos seus filhos, vou rezar por toda a Obra, em acção de graças e, ao mesmo tempo, de súplica, para que seja uma bênção para a humanidade, um sacramento de fermento da sociedade à luz de Deus, para que o Reino de Verdade, Justiça de Amor e de Paz (Obra de Deus, mas também através de nós) seja uma realidade.

Diocese de Évora (12 de Janeiro, na Igreja do Carmo – D. Maurílio Gouveia);

Pelos caminhos da normalidade quotidiana, o Beato Josemaría Escrivá, realizou na sua vida pessoal o ideal cristão da santidade, mas Deus pediu-lhe mais: que fosse o arauto para os nossos tempos do chamamento universal à santidade. Esse foi o seu carisma e é o carisma do Opus Dei, de que ele é o fundador.

Diocese de Coimbra (19 de Janeiro, na Sé Nova – D. Albino Cleto);

Como havemos de ser fiéis ao exemplo que nos deixou o beato Josemaría? Tendo uma grande magnanimidade de espírito, aquela que é magnanimidade do Espírito Santo. Sendo constantes na oração, porque se Deus é a fonte, então a nossa fidelidade terá de ser beber constantemente nessas fontes. E também acrescento, sendo fiéis na escuta às orientações da Igreja, claramente expressas nas palavras do Santo Padre. Josemaría Escrivá, dom de Deus há cem anos ao mundo e à Igreja, foi fiel no amor às pessoas, na constância na oração, na escuta das orientações da Igreja; e assim aprendeu a ser maleável para responder ao seu tempo, com aquilo que Deus tinha para dizer em seu tempo.

Diocese de Vila Real (1 de Fevereiro, na Capela Nova – D. Joaquim Gonçalves);

Esta vocação dos leigos adultos e conscientes é a vocação específica deste terceiro milénio que está a começar. Alegro-me convosco, com a vossa vocação, com o vosso empenho em sublinhar a vocação do beato Josemaría Escrivá, e que ele, estando já na glória de Deus, sobretudo dê aos seus adeptos e aos seguidores da sua doutrina, do seu carisma, esta capacidade de entender o mistério da vocação do leigo no mundo actual.