D. Álvaro, como lhe chamam milhões de pessoas que acodem à sua intercessão em todo o mundo, era um brilhante estudante de engenharia quando conheceu Josemaría Escrivá de Balaguer. Sentindo que Deus o chamava por esse caminho, incorporou-se no Opus Dei em 1935. Sacerdote desde 1944 — terminados os seus estudos civis e eclesiásticos — foi o principal colaborador de S. Josemaría e o seu sucessor, em 1975, à frente do Opus Dei.
Em Roma, onde residia desde 1946, era muito apreciado — entre outros motivos — pelo seu trabalho no Concílio Vaticano II (1962-1965), no qual contribuiu para potenciar o papel dos leigos na Igreja, que resumia com estas palavras: "levar a mensagem de Cristo a todas as realidades terrenas: à família, à profissão, às actividades sociais e convertê-las em ocasião de encontro de Deus com os homens". Foi secretário da comissão do Concílio que elaborou o Decreto Presbyterorum Ordinis sobre o ministério e a vida sacerdotal.
Pela sua bondade e a sua humildade muitas pessoas de todas as classes e condições sociais lhe tinham um grandíssimo afecto. O escritor e jornalista Vittorio Messori, que numa ocasião o entrevistou, declarou depois da morte de D. Álvaro que ao acabar de falar com ele, perante a sua simplicidade e caridade sacerdotal, tinha sentido o desejo de confessar-se, mais do que ocupar-se da entrevista.
No dia do falecimento de Álvaro del Portillo, João Paulo II, que o tinha ordenado bispo em 1991, foi rezar diante dos seus restos mortais.
A Congregação para as Causas dos Santos estabeleceu que na primeira fase da Causa, ou investigação diocesana sobre a vida, as virtudes e a fama de santidade de Álvaro del Portillo, intervenham dois tribunais: um do Vicariato de Roma e um da Prelatura do Opus Dei. As sessões deste segundo tribunal terão início a 20 de Março. Os dois tribunais são igualmente competentes para realizar — com a necessária coordenação — a instrução da causa (receber as declarações de testemunhas e recolher documentos), mas não têm competência para pronunciar uma sentença: isso compete exclusivamente à Santa Sé.
Com D. Álvaro del Portillo são sete os fiéis da prelatura do Opus Dei de que está actualmente aberta causa de canonização. Entre eles estão Montse Grases (1941-1959), estudante catalã que suportou com alegria exemplar uma dolorosa enfermidade; Ernesto Cofiño (1899-1991), pai de família e médico pediatra guatemalteco, que converteu a sua profissão num serviço constante aos outros; e Tony Zweifel (1938-1989), um engenheiro suíço.