Isidoro Zorzano, um dos primeiros membros do Opus Dei, escreveu em 28 de Julho de Málaga, onde trabalhava como engenheiro, esta carta aos membros da Obra, que lhe tinham escrito pouco tempo antes relatando-lhe o falecimento repentino de Somoano, em circunstâncias que parecem evidenciar um envenenamento por ódio à fé.  

Escreve Zorzano:

A primeira impressão que me produziu a leitura da vossa carta foi de dor; é o primeiro irmão que perdemos em circunstâncias tão estranhas e tão inesperadamente, que me produziu verdadeira emoção. Não começámos ainda a pôr em prática os nossos projectos e já contamos com um mártir da Obra.  

Tendes razão, era uma alma tão formosa que Deus quis conservá-la integralmente para Ele; talvez quisesse tê-la ao seu lado para que seja ela que interprete perto d’ Ele os nossos sentimentos e desejos; será por assim dizer, o Advogado da nossa causa.  

No meio da tribulação que a sua separação nos ocasionou, devemos estar orgulhosos de que um dos nossos irmãos tenha conseguido já um posto perto d’ Ele; sirva-nos isto de exemplo e guia, imitemo-lo e peçamos-Lhe que nos conceda a graça de uma morte semelhante.  

Rezei um Rosário inteiro em sufrágio da sua alma e aplicarei pela mesma intenção as três primeiras comunhões que faça. Agradeço-vos que me transmitais todo o tipo de pormenores relacionados com a sua morte.

Abraça-vos fraternalmente.  

Isidoro