Como planeiam as vossas férias de verão?

São um momento para descansar. Quando todos estamos mais tranquilos, é mais simples estar juntos e unir-nos mais como família. Partilhamos planos, conversamos e divertimo-nos.

Como descansam sem se aborrecer?

Procuramos fazer planos simples mas divertidos. O horário familiar é mais flexível, cada um levanta-se à hora que entende (mas sempre antes das 11h00), tomamos o pequeno-almoço tarde, fazemos pequenos arranjos na casa e vamos à piscina municipal.

Almoçamos juntos e bem, porque um bom almoço alegra o coração. Com frequência convidamos amigos ou amigos dos filhos que são sempre bem recebidos. Peço aos meus filhos que, mesmo que esteja calor, cuidem a maneira como vêm vestidos, para a mesa,  por respeito aos outros.

Quanto às actividades que organizamos, procuramos fazer jogos em que todos possam participar, sem limites de idade. Não há tempo fixo para os trabalhos escolares – cada um se organiza com responsabilidade – mas procuramos ler um bocado depois do almoço.

"Quando todos estamos mais tranquilos, é mais simples estar juntos e unir-nos mais como família. Partilhamos planos, conversamos e divertimo-nos"

Nada de videojogos! Uma vez tentámos fazer um jogo no computador, mas depressa comprovámos que não é nada fácil construir um ambiente familiar diante de um monitor. Preferimos, assim, fazer outras coisas.

À noite o limite é as 24H00. A essa hora todos deitados!

Como envolver as crianças nas tarefas da casa?

Temos o costume de fazer juntos pequenos arranjos domésticos, cada um de acordo com as suas capacidades, pintar, lixar madeira, os mais pequenos levam coisas no carrinho de mão, etc.

O importante é que cada um faça alguma coisa. A “Mamã” nunca prepara o almoço sozinha, há sempre alguém que a ajuda. E nesta casa, todos, rapazes e raparigas, sabem fazer tudo, pôr a mesa, preparar o almoço, fazer as compras, passar a ferro, estender a roupa…

E os planos feitos pelo casal têm sempre o apoio unânime dos filhos?

Claro que não! Tentamos, por exemplo, fazer uma excursão à serra todos juntos. Ainda que algum deles não tenha vontade de sair – e não queira calçar as botas de montanha ou faça alguma birra – no decurso da excursão, o ambiente de família e os jogos improvisados, fazem com que, no final, todos estejam contentes por ter ido. Às vezes acabamos o passeio com uma pequena surpresa (crepes, sanduíches, gelados, etc.).

Como conseguem que os filhos mais velhos acompanhem os pais no verão e se divirtam?

Não podemos obrigar os filhos a estar continuamente connosco, sobretudo a partir dos 15 ou 16 anos. Respeitando o seu espaço de liberdade, um ambiente festivo pode facilitar as coisas, passeios de barco, pela montanha ou de bicicleta, pequenos trabalhos na casa de campo ou planos semelhantes. Quando sabem que há planos interessantes, ambiente acolhedor e familiar, têm vontade de ir.

E onde fica Deus em tudo isso?

O Domingo é o dia mais importante da semana e os filhos têm que dar conta disso. Vestimo-nos melhor do que nos outros dias para ir à Missa. O almoço tem que ter algum pormenor especial (um aperitivo, uma sobremesa mais rica…), de resto, os nossos filhos sabem que nós vamos à Missa diariamente, que fazemos uns minutos de oração e que rezamos o terço à Virgem. Algumas vezes, por iniciativa própria e porque querem, vêm connosco. Mas nunca os obrigamos a fazê-lo.

Às vezes, temos receio de deixar sair os filhos sozinhos com os amigos. Qual é a vossa experiência? 

Deixar ir os filhos a um país estrangeiro ou a um acampamento, sem conhecer o ambiente em que estarão, pressupõe um risco, más companhias, álcool, drogas, etc. Confiamos nos nossos filhos, mas, às vezes, a pressão é demasiado forte. Por isso estamos vigilantes. Se algum dos mais velhos quer dar um passeio com os amigos, deixamo-lo ir. Mas, como qualquer pai, queremos saber com quem vai, onde, quando e como.

As melhores férias são aquelas em que todos estão contentes?

Bom, não somos uma família modelo! Na nossa casa, como em todas, às vezes há choques e zangas, entre os filhos ou com os pais. O verdadeiro problema é dramatizar esses atritos. As férias saem bem quando esses momentos de choques, ou de crise, se solucionam com sentido de humor.

E o casal, os pais também descansam?

Durante as férias procuramos arranjar, todos os dias, uns momentos, e um dia, por semana, para estarmos os dois sós.

Por outro lado, penso ser verdade que “é a mulher que faz a família”. Se a mãe está bem, a família vai bem e os filhos estão contentes. A mulher pode com tudo, mas tem que cuidar do seu descanso e isso é uma preocupação dela e do marido.