O objetivo de Women for Science and Technology é ajudar as estudantes de cursos de ciências a desenvolverem-se profissionalmente através de diferentes atividades, seminários e mentoring. “Há dados que demonstram que as mulheres têm mais dificuldades nestes campos — explica Miriam Latorre, coordenadora do projeto no Campus de Pamplona — e pensamos que era conveniente disponibilizar-lhes um reforço na formação que recebem nas aulas e nos laboratórios”. Paloma Grau faz o mesmo trabalho no Campus de San Sebastián, juntamente com uma grande equipa de mentoras.
O objetivo de Women for Science and Technology é ajudar as estudantes de cursos científicos a desenvolverem-se profissionalmente através de diferentes atividades, seminários e mentoring
Este tipo de iniciativas é habitual nos países anglo-saxónicos já há vários anos mas não em Espanha. “A ideia é criar uma cadeia de apoio entre mulheres de diferentes idades que partilham a sua paixão pela ciência e o entusiasmo de que no futuro a presença de talento feminino nestas áreas seja mais fácil e tenha maior impacto”.
O projeto foi apresentado no CIMA, centro de investigação médica aplicada da Universidade de Navarra. Começou com uma mesa redonda com o tema ‘Mulher e empreendedora, por que não?’ e, posteriormente, as alunas de ciências realizaram diferentes experiências para crianças.
O grupo de mentoras está já em funcionamento, disponíveis para qualquer consulta sobre a sua área específica de investigação, uma decisão profissional, etc., e estão já organizados alguns seminários e encontros com profissionais, investigadoras e empreendedoras
“Gostaria de salientar uma caraterística essencial — continua Latorre: o envolvimento das próprias estudantes. Desde o princípio participaram na sua organização e desenvolvimento e criámos um grupo promotor que lidera várias iniciativas. Por exemplo, a ideia de participar na jornada do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi proposta por uma aluna do primeiro ano do mestrado integrado em Biologia e Ciências Ambientais; um grupo de alunas do segundo ano de Bioquímica criou uma página no Facebook e desenhou mesmo um logotipo”.

Perante a pergunta: “continuam as mulheres a precisar de dias especiais?”, a melhor resposta são os dados sobre a sua situação atual na Ciência:
- Apenas cerca de 20% ocupa postos dirigentes em laboratórios, universidades e centros de investigação em Espanha
- 63% dos espanhóis pensa que não servem para ser cientistas de alto nível
- Só obtêm 18% dos galardões de ciência concedidos em Espanha
- Cerca de 3% dos prémios Nobel de Ciências foram concedidos a uma mulher
- Das 173 sociedades científicas espanholas apenas dirigem 41
De momento, o grupo de mentoras já está em funcionamento, disponíveis para qualquer consulta sobre a sua área específica de investigação, uma decisão profissional, etc., e estão já organizados alguns seminários e encontros com profissionais, investigadoras e empreendedoras que partilham as suas experiências e contribuem com a sua visão da ciência e da tecnologia. “Algumas têm uma visão mais científica e outras tratam temas como a harmonia entre a vida familiar e a profissional ou a comunicação da ciência. Além disso, parece-nos importante reforçar tudo o que se relaciona com as aptidões interculturais e a comunicação oral e escrita em inglês, que é o idioma da ciência, daí que o nosso nome seja nesse idioma. Para este verão organizámos duas viagens: a Manchester e a Glasgow, para visitar universidades e centros tecnológicos e de investigação, onde teremos oportunidade de conhecer em primeira mão a ciência e a tecnologia dessas zonas”.