"Álvaro del Portillo foi um pilar de amor ao Papa e de serviço à Igreja"

A Ordem dos Engenheiros de Madrid foi a sede da apresentação, no passado dia 4 de março, do livro “Álvaro del Portillo, un hombre fiel”, escrito por Javier Medina Bayo. Entre o público que enchia a sala estavam Teresa, irmã de D. Álvaro, e um bom grupo de sobrinhos e familiares.

Um enorme carinho a D. Álvaro, poderia ser o resumo da apresentação do livro. Esse afeto era evidente, como se notava na alegria de quantos assistiram para compartilhar pormenores de uma vida caracterizada “pela fidelidade e serviço à Igreja”, “por um  homem que tinha e dava paz, que fazia amável a verdade e a lealdade à Igreja”, nas palavras de Javier Medina Bayo.

Teresa, irmã de D. Álvaro, e um bom grupo de sobrinhos e familiares, com o autor da biografia. Foto: Juan Carlos Gárgoles.

A sede da Ordem dos Engenheiros na rua Almagro, 42 foi o melhor local para acolher um ato protagonizado por quem tinha sido Ajudante  de Obras Públicas e Doutor Engenheiro Civil. Para além do autor, intervieram também Alfonso Aguiló, Engenheiro Civil e Diretor do Colégio Tajamar; Manuel Elices, Catedrático de Ciência de Materiais no Instituto Politécnico de Madrid e membro da Real Academia de Ciências Exatas, Físicas e Naturais e Juan Antonio Santamera, Presidente da Ordem dos Engenheiros.

Docência com convicções

Alfonso Aguiló, Engenheiro Civil e Diretor do Colégio Tajamar; Manuel Elices, Catedrático de Ciência de Materiais no Instituto Politécnico de Madrid e membro da Real Academia de Ciências Exatas, Físicas e Naturais; Juan Antonio Santamera, Presidente da Ordem dos Engenheiros e Mons. Javier Medina, autor da biografia. Foto: Juan Carlos Gárgoles.

Santamera qualificou o seu colega como “uma referência espiritual” e aludiu à Engenharia Civil como uma carreira que “nos prepara para enfrentar com dedicação e rigor quanto a vida nos apresenta”. Aguiló contou como conheceu D. Álvaro em 1976 e como as dificuldades que superou ao longo da sua vida ajudaram a criar e foram “a forja de um ideal de serviço”.

Por seu lado, Manuel Elices recordou o doutoramento honoris causa que recebeu em 29 de janeiro de 1994 das mãos de D. Álvaro, como Grande Chanceler da Universidade de Navarra. «Recordo que insistiu comigo para “ser generoso, para dedicar tempo a cada aluno, para lhes dar convicções contra o egoísmo. Atua de forma que entusiasmes um mundo cansado”».

Aspeto parcial da sala na Ordem dos Engenheiros de Madrid, durante a apresentação da biografia de D. Álvaro del Portillo. Foto: Juan Carlos Gárgoles.

Mons. Javier Medina, autor de “Álvaro del Portillo, un hombre fiel”. Foto: Juan Carlos Gárgoles.

Amor ao Papa, seja quem for

Referindo o período de sede vacante que a Igreja vive, Medina Bayo destacou em declarações aos media “as manifestações de amor filial que teve com os romanos pontífices e com a Cúria romana: atuava como um filho que só deseja dar alegrias ao pai”. O autor explicou com detalhe os passos da sua causa de canonização.

D. Javier Medina recordou como D. Álvaro  viveu os conclaves de 1978, que elegeram João Paulo I e João Paulo II: “como aprendeu de São Josemaria e o viveram em conclaves anteriores, rezou muito intensamente pelo futuro pontífice e encheu-se de agradecimento quando saiu fumo branco, sem saber quem tinha sido eleito”.

Javier Llorca, Manuel Elices, José María Bastero e Alfonso Aguiló. Foto: Juan Carlos Gárgoles.

Medina Bayo citou uma carta de D. Álvaro dirigida ao cardeal König, em outubro de 1978, em que lhe assegurava: “Estou muito unido às suas orações, nestes difíceis e importantíssimos momentos da vida da Igreja; quanto rezo e faço rezar pelo Sacro Colégio, para que eleja um Papa cheio de vida interior, de prudência e de fortaleza sobrenaturais”.

O autor destacou também “um excepcional serviço à Igreja, sem qualquer protagonismo, com contributos muito importantes para a teologia do sacerdócio e para a configuração do estatuto dos leigos, como consultor de vários dicastérios e no seu trabalho no Concílio Vaticano II”.

Álvaro del Portillo (Madrid, 1914-Roma, 1994) era Doutor Engenheiro Civil, Doutor em Filosofia e Letras e em Direito Canónico. A partir da sua incorporação no Opus Dei em 1935 foi “a ajuda mais firme e o colaborador mais próximo de São Josemaria”, a quem sucedeu em 1975 com “a absoluta lealdade ao espírito que o fundador tinha deixado”, segundo Medina Bayo. Foi o primeiro prelado da prelatura do Opus Dei e foi sagrado Bispo por João Paulo II em 1991.

A sua causa de canonização foi aberta em 2004 e em junho de 2012 Bento XVI declarou-o Venerável, ao confirmar que  viveu em grau heróico todas as virtudes cristãs e goza de fama de santidade na Igreja.

Javier Medina salientou que “durante os 19 anos que dirigiu a Obra, se iniciou o trabalho apostólico estável em 20 novos países. Simultaneamente, impulsionou iniciativas de grande alcance social, fomentando a responsabilidade pessoal dos seus promotores diretos, com ritmo e harmonia, como um homem que tinha e dava paz”.