A Universidade Austral outorgou o Doutoramento Honoris Causa aos professores Alfonso Nieto, ex-Reitor da Universidade de Navarra e colaborador activo da Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade Austral; Tomas Hökfelt, do Departamento de Ciências Neurológicas do Karolinska Institute de Estocolmo, Suécia; Ignacio Angelelli, da Universidade de Texas (E.U.A.).

“A Universidade -salientou D. Javier Echevarría- constitui um âmbito de trabalho apaixonante, onde se forjam desenvolvimentos científicos avanços técnicos, conquistas do pensamento que influem de modo decisivo na configuração da sociedade humana”. Depois de umas palavras iniciais do Reitor de Honra da Universidade os padrinhos dos doutorandos procederam ao elogio de cada um, como está previsto no protocolo.

O professor Ignacio Angelelli foi apresentado por Ricardo Crespo, Secretário Académico da Universidade Austral. Ao terminar comentou que mais do que as honras e tarefas que Angelelli acumulou na sua carreira académica, o que mais se destaca dele é “a humildade de quem espera sempre uma nova revelação da realidade em qualquer conversação ou ocasião, a honestidade de quem é fiel à verdade, e à entrega de quem se sabe ministro do que se lhe confiou”.

No discurso de agradecimento, Ignacio Angelelli fez referência ao significado da filosofia, que na sua opinião evoluiu notavelmente. “Os positivistas que vaticinavam a morte da filosofia esqueciam-se do enorme desejo que têm alguns dos membros de cada especialidade, de fazer o que se pode chamar a “filosofia de”: filosofia da matemática, filosofia da química, filosofia do direito, filosofia da medicina, etc.”, disse o professor Angelelli.

Por seu lado, o Dr. César Gergadá, presidente da Academia Nacional de Medicina, expôs a contribuição fundamental de Tomás Hökfelt nas ciências neurológicas e especialmente na histoquímica neurológica. Entre outras importantes contribuições que Tomas Hökfelt desenvolveu em medicina, Bergadá destacou duas: a descoberta do papel dos neurónios produtores de adrenalina nas funções cardiovasculares e o conceito de integração das funções do cérebro. “Estas linhas experimentais são importantes -disse- para o mundo da farmacologia, porque abrem novas possibilidades terapêuticas mediante o desenvolvimento de moléculas de origem natural e sintético para uma grande quantidade de patologias do sistema nervoso”.

Tomas Hökfelt falou no seu discurso de resposta nas perspectivas de colaboração científica entre a Suécia e a Argentina, dois países com uma importante tradição no campo da investigação médica.

Pedro Luís Barcia, presidente da Academia Argentina de Letras e director da área de investigação da Universidade Austral, apresentou o terceiro doutorando, o professor Alfonso Nieto. Deteve-se, de modo particular, nos seus estudos na Sorbonne, Barcelona, Heidelberg e Pamplona e nas suas publicações, traduzidas a várias línguas.

Na sua intervenção, Alfonso Nieto expôs uma série de reflexões sobre o poder da comunicação social e o mercado da comunicação no nosso tempo.”Em época não distante classificou-se a comunicação social como quarto poder; actualmente o poder de comunicar é poder zero. Em certas ocasiões, esse poder domina sobre os que dominam, decide sobre os que decidem, julga os que julgam, cria modas e destrói-as; de facto, está na raiz de outros poderes. Outras vezes, o poder zero atinge a sua máxima nobreza e é poder para servir os que não têm poder, para procurar o bem comum, para revelar as injustiças que, de outra maneira, ficariam ocultas”, afirmou.

Encerrou a sessão o Reitor de Honra da Universidade, D. Javier Echevarría.