Depois da devastadora tempestade DANA que assolou Valência recentemente, uma das necessidades mais solicitadas foi a de alimentos não perecíveis, o que é habitual neste tipo de crises. No entanto, na Rua Cronista Almela i Vives, onde fica a Escuela de Formación Profesional Altaviana, são precisos alimentos frescos.
Altaviana nasceu há mais de 40 anos com a missão de pôr a pessoa no centro e de dar uma educação de qualidade e profissionalismo, em simultâneo com a de inculcar nas alunas o compromisso de servir a sociedade e promover os valores cristãos, como a liberdade, o respeito pela pessoa ou a caridade. Atualmente confere graus superiores e médios em setores como hotelaria, educação e atendimento de pessoas com deficiências.
Deste centro, estão a ser preparadas diariamente cerca de 300 doses de comida quente para distribuir pelas áreas afetadas, onde não dispõem de água nem de luz para cozinhar.
«Nos decían que después de todo el drama era una alegría poder comer juntos y caliente».
— Alfa y Omega (@alfayomegasem) November 4, 2024
La Escuela de Formación Profesional Altaviana ha movilizado a 160 voluntarios para repartir 300 raciones diarias a los damnificados.https://t.co/8Jn5dGmT4J
“Ficar sem fazer nada não era opção”, afirma Marisa López Fernández, diretora de Altaviana. A escola, que começou há 45 anos como centro de formação em hotelaria, forma também futuros educadores infantis e cuidadores de pessoas dependentes, sempre com o foco no atendimento pessoal. Guiados por esta filosofia, decidiram ajudar a partir do seu ângulo: a cozinha.
Com una cozinha de 400 metros quadrados, Marisa não duvidou de que haveria apoio suficiente se pedissem a colaboração de estudantes, familiares e docentes. “No sábado fizemos uma convocatória, e três horas depois já tínhamos 160 voluntários”, comenta com orgulho.
Também não demorou a chegar a matéria-prima. Em pouco tempo, começaram a formar-se “filas de pessoas” que traziam produtos de uma lista previamente partilhada, adequada às ementas que tinham preparado. Todos os pratos tinham sido pensados para serem fáceis de cozinhar, transportar e consumir.
Apesar das dificuldades recentes de acesso a algumas zonas inundadas, não enfrentaram problemas. Atribui o êxito à coordenação prévia: “Assegurámos a colaboração com entidades oficiais, das câmaras à Proteção Civil e às paróquias, para que as entregas fluíssem e não nos parassem a meio do caminho”.
Prontos a servir
A distribuição dos alimentos nos pontos de entrega marcados é feita a cargo destas organizações oficiais. A escola só pede uma carrinha e um condutor, porque a comida é entregue empacotada de forma individual, com talheres e guardanapos.
Até ao momento, foram distribuídas aproximadamente 1100 caixas de pratos com frango com batatas, almôndegas, cremes de hortaliça, massa e saladas de arroz e legumes.
As demonstrações de agradecimento foram muito valorizadas; para Marisa López Fernández, as mensagens de gratidão de gente que ajudaram motiva-as a continuar a contribuir com o seu grãozinho de areia. “Esta manhã, recebemos uma mensagem de uma família em Algemesí que dizia que, depois de tanta angústia, os nossos pratos foram um motivo de alegria, porque conseguiram reunir-se a tomar juntos uma refeição, e quente, ainda por cima”.