35 mensagens do Papa em Sidney

“Profetas de uma nova era”, chamou Bento XVI aos jovens na Austrália. Resumimos em 35 ideias breves algumas intervenções do Santo Padre.

1. “Como fonte da nossa vida nova em Deus, o Espírito Santo também é, de um modo muito real, a alma da Igreja, o amor que nos une ao Senhor e entre nós e a luz que abre os nossos olhos para ver as maravilhas da graça de Deus em todos nós”. ME  

2. “Temos que permitir que o amor de Deus penetre na dura crosta da nossa indiferença, da nossa aridez espiritual, do nosso conformismo cego com o espírito do nosso tempo. Só então Lhe podemos permitir que inflame a nossa imaginação e plasme os nossos desejos mais profundos. Por isso, a oração é tão importante, a oração quotidiana privada, na tranquilidade dos nossos corações e diante do Santíssimo Sacramento e a oração litúrgica no coração da Igreja”. ME  

3. “Jovens! Que deixareis à próxima geração? Estaisa construir as vossas vidas sobre bases sólidas? Estais a viver as vossas vidas, deixando espaço ao Espírito num mundo que quer esquecer Deus, ou inclusivamente recusá-Lo em nome de um falso conceito de liberdade? Como estais a usar os dons que vos foram dados, a “força” que o Espírito Santo está disposto a difundir agora sobre vós?”. ME  

4. “Uma nova geração de cristãos está chamada a contribuir para a construção de um mundo em que a vida seja acolhida, respeitada e cuidada com atenção, não recusada ou temida como uma ameaça e portanto, destruída. Uma nova época em que o amor não seja sôfrego ou egoísta, mas puro, fiel e sinceramente livre, aberto aos outros, respeitador da sua dignidade, um amor que promova o seu bem e irradie alegria e beleza. Uma nova era em que a esperança nos livre da superficialidade, da apatia e do egoísmo que danifica as nossas almas e envenena as relações humanas”. ME  

5. “Queridos jovens amigos, o Senhor está-vos a pedir que sejais profetas desta nova era, mensageiros do Seu amor, capazes de atrair as pessoas ao Pai e de construir um futuro de esperança para toda a humanidade”. ME  

6. “O mundo necessita de uma renovação. Em muitas sociedades, juntamente com a prosperidade material, está-se a estender o deserto espiritual, um vazio interior, um medo indefinível, um sentido escondido de desespero. Quantos dos da vossa idade construíram cisternas rotas e vazias numa procura desesperada de sentido, do sentido último que só o amor pode dar? Também a Igreja necessita desta renovação! Tem necessidade da vossa fé, do vosso idealismo e da vossa generosidade para poder ser sempre jovem no Espírito”. ME  

7. “Não tenhais medo de dizer que “sim” a Jesus, de encontrar a vossa alegria ao fazer a Sua vontade, dando-vos completamente para chegar à santidade e usando os vossos talentos ao serviço dos outros!”. ME  

8. “Há mais alegria em dar que em receber. Não duvideis nunca da verdade das promessas de nosso Senhor, segundo as quais de cada vez que oferecemos a nossa criatividade, os nossos recursos, as nossas pessoas, recebemos depois tudo com abundância”. ME  

9. “A colaboração harmoniosa entre religião e vida pública é muito importante numa época em que alguns chegaram a pensar que a religião é causa de divisão mais do que uma força de unidade. Num mundo ameaçado por formas de violência sinistras e indiscriminadas, a voz unânime dos que têm um espírito religioso estimula as nações e as comunidades a resolver os conflitos com instrumentos pacíficos, respeitando plenamente a dignidade humana”. EI  

10. “O sentido religioso guia-nos para o encontro das necessidades dos outros e a procurar vias concretas para contribuir para o bem comum. As religiões têm um papel particular neste contexto, enquanto ensinam às pessoas que o serviço autêntico exige sacrifício e autodisciplina, que por sua vez se devem cultivar por meio da abnegação, a temperança e o uso moderado dos bens naturais”. EI  

11. “A religião, ao recordar-nos as limitações e a debilidade do ser humano, impulsiona-nos a não pôr as nossas esperanças últimas neste mundo que passa”. EI  

12. “A verdadeira fonte da liberdade encontra-se na pessoa de Jesus de Nazaré. Os cristãos acreditam que Ele nos revela plenamente as potencialidades humanas para a virtude e o bem; Ele livra-nos do pecado e das trevas”. EI  

13. “Pensareis que no mundo de hoje é improvável que as pessoas adorem outros deuses. Mas às vezes fazem-no sem se darem conta disso. Os falsos "deuses" estão quase sempre ligados à adoração de três realidades: os bens materiais, o amor possessivo e o poder”. ND  

14. “Os bens materiais, de per si, são bons. Não sobreviveríamos sem dinheiro, roupa e casas. Mas se nos negamos a partilhar o que temos com os famintos e os pobres, transformamos esses bens numa falsa deidade. Quantas vozes na nossa sociedade materialista nos dizem que a felicidade consiste em acumular o maior número possível de bens e objectos de luxo! Mas assim os bens transformam-se em falsas deidades. Em vez de dar vida, são portadores de morte”. ND  

15. “O amor autêntico é certamente bom. Quando amamos somos plenamente humanos. Mas amiúde crê-se que é amar quando na realidade se tende a possuir ou a manipular a outra pessoa. Por vezes os outros são tratados como objectos para satisfação das próprias necessidades. Que fácil é ser enganado por tantas vozes que na nossa sociedade têm uma visão permissiva da sexualidade sem prestar atenção à modéstia, ao respeito próprio e aos valores morais que conferem qualidade às relações humanas!”. ND  

16. “Em todos os Evangelhos Jesus ama especialmente os que se equivocaram porque, quando davam conta do seu erro, abriam-se mais do que os outros à Sua mensagem de salvação. Os que desejavam reconstruir a sua vida eram os mais dispostos a escutar Jesus e a ser Seus discípulos. Podeis seguir as Suas pegadas; também vós podeis crescer especialmente perto de Jesus precisamente porque decidistes voltar a Ele”. ND  

 17. “Podemos cair na tentação de reduzir a vida de fé a uma questão de mero sentimento, debilitando, assim, o seu poder de inspirar uma visão coerente do mundo e um diálogo rigoroso com as outras muitas visões que competem na conquista das mentes e os corações dos nossos contemporâneos”. CSM  

18. “Caminhai cada dia à luz de Cristo mediante a fidelidade à oração pessoal e litúrgica, alimentados pela meditação da palavra inspirada por Deus. Que a celebração quotidiana da Eucaristia seja o centro da vossa vida”. CSM  

19. “A castidade pelo Reino significa abraçar uma vida completamente dedicada ao amor, a um amor que vos torna capazes de se dedicarem sem reservas ao serviço de Deus para estar plenamente presentes entre os irmãos e irmãs, especialmente entre os mais necessitados”. CSM  

20. “A sociedade contemporânea atravessa um processo de fragmentação devido a uma forma de pensar que é, pela sua natureza, de curto alcance porque deixa de lado o horizonte completo da verdade, verdade relativa a Deus e a nós. Pela sua própria natureza, o relativismo não consegue ver o quadro todo. Ignora os princípios que nos tornam capazes de viver e de crescer na unidade, na ordem e na harmonia”. VI  

21. “O Espírito Santo! A Sua função é esta, cumprir a obra de Cristo. Enriquecidos com os dons do Espírito Santo tereis força para ir além das visões parciais, da utopia vazia, da fugaz precariedade, para oferecer a coerência e a certeza do testemunho cristão". VI  

22. “O amor tem uma característica particular, o seu fim é permanecer. Por natureza, o amor é duradouro. O Espírito Santo oferece amor ao mundo; amor que dissipa a incerteza, que supera o medo do engano, que leva em si a eternidade; o amor verdadeiro que nos incorpora na realidade que permanece”. VI  

23. “O Espírito Santo é Deus que se entrega eternamente, como uma fonte inesgotável, oferece-Se sempre. Observando este dom incessante, vemos os limites do que é perecível, a loucura de uma mentalidade consumista. Em particular, começamos a entender a razão pela qual a busca das novidades nos deixa insatisfeitos e desejosos de algo mais. Não estamos à procura de um dom eterno, da Fonte que jamais se esgota?”. VI  

24. “Queridos jovens! Vimos que o Espírito Santo realiza a maravilhosa comunhão dos crentes em Cristo Jesus. Fiel à Sua natureza de doador e ao mesmo tempo de dom, actua agora servindo-se de vós. Fazei com que o amor unificador seja a vossa medida, o amor duradouro o vosso desafio, o amor que se entrega a vossa missão”. VI  

25. “Vós estais chamados a viver os dons do Espírito por entre os altos e baixos da vida quotidiana. Fazei com que a vossa fé amadureça mediante os sacramentos”. VI  

26. “Estar verdadeiramente vivos é ser transformados a partir do interior, estar abertos à força do amor de Deus. Se acolherdes a força do Espírito Santo, também vós podereis transformar as vossas famílias, as comunidades e as nações. Libertai estes dons. Que a sabedoria, a inteligência, a fortaleza, a ciência e a piedade sejam os sinais da vossa grandeza”. VI  

27. “Que mediante a acção do Espírito Santo, os jovens tenham a valentia de chegar a ser santos! Isto é do que necessita o mundo, acima de qualquer outra coisa”. R  

28. “Há algo sinistro que brota do facto de que a liberdade e a tolerância se separam muito frequentemente da verdade. Tudo isso se alimenta da ideia, amplamente difundida na nossa época, de que não há uma verdade absoluta que guie a nossa vida. O relativismo, dando valor a tudo sem descriminação, fez com que ‘as experiências’ sejam o mais importante”. R  

29. “A vida não é governada pela sorte, não é casual! A vossa existência pessoal foi querida e abençoada por Deus e tem uma finalidade. A vida não é uma simples sucessão de factos e de experiências. É uma procura da verdade, do bem, da beleza. Com esse fim tomamos as nossas decisões, exercemos a nossa liberdade e, nisto, na verdade, no bem e na beleza, encontramos a felicidade e a alegria”. R  

30. “Não vos deixeis enganar pelos que vêm em vós simples consumidores num mercado de possibilidades indiferenciadas, onde a eleição em si mesma se converte em bem, a novidade faz-se passar por beleza e a experiência subjectiva suplanta a verdade”. R

 

31. “Cristo oferecemais. Oferecetudo. Só Ele, que é a Verdade, pode ser o Caminho e, portanto, a Vida”. R  

32.  “Muitos jovens não têm esperança. Ficam perplexos diante das questões que se lhes colocam e amiúde sentem-se inseguros sobre onde encontrar respostas. Vêm a pobreza e a injustiça e desejam encontrar soluções. Sentem-se desafiados pelos argumentos dos que negam a existência de Deus e perguntam-se como responder (...). Onde podemos encontrar respostas? O Espírito orienta-nos para o caminho que conduz à vida, ao amor e à verdade. O Espírito orienta-nos para Jesus Cristo. N’Ele encontramos as respostas que procuramos ”. ME  

33. “[A Virgem] Maria teve que enfrentar muitas dificuldades em consequência daquele sim. Simeão profetizou que uma espada Lhe trespassaria o coração. Quando Jesus tinha doze anos passou os piores momentos que alguma mãe pode experimentar quando, durante três dias, perdeu o Seu Filho. E depois da actividade pública de Jesus, sofreu a agonia de estar presente na Sua crucifixão e morte. Ao longo de tantas provas, permaneceu sempre fiel à Sua promessa, apoiada pelo Espírito de fortaleza. E foi recompensada com a glória”. ME  

34. “Devemos permanecer fiéis ao sim com que aceitamos a oferta de amizade por parte do Senhor. Sabemos que não nos abandonará nunca, que nos apoiará sempre com os dons do Espírito. Maria aceitou a "proposta" do Senhor em nosso nome. Dirijamo-nos a Ela e peçamos-Lhe que nos guie nas dificuldades para permanecer fiéis à relação vital que Deus entabulou com cada um de nós". ME  

35. “Chegou o momento de dizermos adeus, ou melhor até breve. A Jornada Mundial da Juventude 2011 terá lugar em Madrid, em Espanha. Até lá rezemos uns pelos outros e demos ao mundo o nosso gozoso testemunho de Cristo”. ME  

 

 

SIGLAS QUE ASSINALAM A FONTE:

R: Recepção

EI: Encontro inter-religioso

ND: Universidade de Notre Dame

CSM: Missa na Catedral de Santa Maria

VI: Vigília com os jovens

ME: Missa de Encerramento