Evangelho (Lucas 21, 29-33)
Jesus contou-lhes uma parábola: Olhai a figueira e todas as árvores. Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.
O Evangelho nos relata como Jesus aproveitava a paisagem que contemplava, formada pelos campos de trigo prontos para a colheita, para falar aos discípulos sobre esta outra colheita de amor que ocorreria com a Redenção.
Podemos aproveitar a luz que Deus nos dá ao contemplar as circunstâncias que nos rodeiam e a natureza, para ouvir o que Deus quer nos dizer ou para começar um diálogo com Ele ao caminhar pela rua, pelo campo ou na beira da praia. Faz parte da contemplação cristã ver a mão de Deus nas coisas criadas e nas circunstâncias da vida.
A palavra de Deus é eterna e veraz. O seu olhar e a sua Sabedoria abarcam tudo: o passado, o presente e o futuro. Cristo é a verdade e nós estamos chamados a viver n’Ele. Tudo se cumprirá exatamente como o Senhor disse.
Viver na verdade supõe não somente rejeitar toda hipocrisia, toda mentira ou falsidade, mas também procurar que a nossa vida seja moldada pela verdade, custe o que custar, e contribuir para que a sociedade se construa sobre este fundamento.
O diabo é o pai da mentira e tenta continuamente que recorramos a ela para lisonjear a nossa vaidade, para ficarmos bem ou para fugirmos das dificuldades. Mas podemos rejeitar essas insinuações com a humildade e a graça de Deus, porque uma vida edificada sobre a mentira não se sustentaria, seria semelhante a uma casa edificada sobre a areia.
Como nos diz Jesus no Evangelho, “a verdade nos tornará livres”[1]. Por meio dela se rompem as cadeias do pecado e alcançamos o verdadeiro bem: a união com Deus.
[1] Jo 8, 32