12 de outubro: Nossa Senhora Aparecida

Evangelho da festa de Nossa Senhora Aparecida. "Eles não têm mais vinho". A Virgem Maria, Mãe de misericórdia, está atenta até às nossas mínimas necessidades; devemos imitar o exemplo de nossa Mãe, procurando amar com obras.

Evangelho (Jo 2, 1-11)

Houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento.

Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: "Eles não têm mais vinho".

"Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou".

Sua mãe disse aos que estavam servindo: "Fazei o que ele vos disser".

Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo: "Enchei as talhas de água".

Encheram-nas até a boca.

Jesus disse: "Agora tirai e levai ao mestre-sala".

E eles levaram. O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: "Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora"!

Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.


Comentário

Em outubro de 1717, querendo participar da preparação de uma recepção para o governador, que passava por Guaratinguetá, três pescadores rezaram à Virgem Maria e pediram a ajuda de Deus para a pesca. Passavam as horas e nada pescavam.

Desceram o curso do rio até chegarem ao Porto Itaguaçu. Eles já estavam desistindo quando João Alves jogou sua rede novamente e, em vez de peixes, apanhou o corpo de uma imagem da Virgem Maria, sem a cabeça. Ao lançar a rede novamente, apanhou a cabeça da imagem, que se encaixava perfeitamente.

- “A Virgem está conosco!”, foi o grito de João aos seus companheiros.

A partir daquele momento, lançaram novamente as redes no rio Paraíba e apanharam tantos peixes que se viram forçados a retornar ao porto, uma vez que, devido à pesca milagrosa, havia a ameaça de virem a naufragar. Foi possível então que o banquete tivesse todo o brilho que desejavam.

Felipe Pedroso, o mais idoso, levou para casa a imagem, diante da qual, ele e a família começaram a rezar. Aos poucos o povo começou a afluir em grande quantidade à pequena casa do pescador, a fim de pedir graças e milagres à Virgem Maria que “apareceu” nas águas do rio. Assim começou a devoção à Padroeira do Brasil.

Hoje em dia milhões de pessoas acorrem ao Santuário Nacional de Aparecida, para diante da imagem fazerem o seu pedido, demonstrar a sua gratidão por favores recebidos, ou simplesmente para lhe levarem o “seu olhar”.

Encontramos, nessa forma de “aparição”, já alguns sinais através dos quais a Virgem Maria pode nos falar: a pesca milagrosa realizada com a imagem de Maria no barco; o banquete de peixes, salvo pela intercessão de Maria; e o próprio fato de a imagem encontrada ser a da Imaculada Conceição. Destes sinais, por exemplo, podemos tirar as seguintes mensagens: Nossa Senhora quer que contemos com a sua poderosa intercessão para a “pesca de almas” no Brasil; a Virgem Maria, mãe de misericórdia, está atenta até às nossas mínimas necessidades; devemos imitar o exemplo de nossa Mãe espiritual procurando ser santos e imaculados na presença de Deus.

Na terça-feira, 28 de maio de 1974, S. Josemaria foi de helicóptero até o santuário da padroeira do Brasil. Quando descia as escadas, uma senhora adiantou-se e entregou-lhe um ramo de rosas brancas: “São para Nossa Senhora”, disse o Padre, pegando nelas. Posteriormente, entrou na basílica, onde centenas de pessoas o esperavam para acompanhá-lo na recitação do terço. O fundador do Opus Dei se ajoelhou no chão do presbitério e começou a rezar.

Com o olhar fixo na pequena imagem, S. Josemaria respondia em voz baixa às orações. Pausadamente, em uníssono, toda a igreja rezava em voz alta. Quando terminou, o fundador do Opus Dei levantou-se e rodeou o altar pelo lado direito, para subir até ao camarim de Nossa Senhora Aparecida. Olhou uns instantes a Virgem e beijou o escudo enquanto dizia em voz baixa: “Mãe!”.

As rosas ficaram aos pés da imagem. No dia seguinte, comentou: "Com que alegria fui à Aparecida! Com que fé rezáveis todos! Eu dizia à Mãe de Deus, que é Mãe vossa e minha: Minha Mãe, Mãe nossa, eu rezo com toda esta fé dos meus filhos. Te queremos muito, muito. E parecia escutar, no fundo do coração: com obras!".

O nosso amor a Maria, tal como os servos daquela festa de casamento em Caná, deve ser assim: com obras! Seja o gesto de um olhar a uma imagem da nossa casa, uma jaculatória recorrendo a Ela numa necessidade, um pequeno sacrifício oferecido por sua intercessão para alcançar uma graça em favor de uma alma que sabemos estar necessitada.

A festa de Nossa Senhora Aparecida poderia ser uma boa ocasião para, nas pequenas coisas, mostrar-lhe o nosso amor com obras.

Pe. Luiz Fernando