O Opus Dei (Obra de Deus, em latim) é uma instituição hierárquica da Igreja Católica — uma prelazia pessoal —, que tem como finalidade contribuir para a missão evangelizadora da Igreja. Concretamente, pretende difundir uma profunda tomada de consciência da chamada universal à santidade e do valor santificador do trabalho cotidiano. O Opus Dei foi fundado por São Josemaría Escrivá em 2 de outubro de 1928

Significa trabalhar segundo o espírito de Jesus Cristo: trabalhar bem, com qualidade, de acordo com a justiça e respeitando as leis, com o fim de amar a Deus e servir os outros. Desse modo se contribui para santificar o mundo a partir de dentro e para tornar o Evangelho presente em todas as atividades, tanto nas que parecem mais brilhantes como nas mais humildes e escondidas, porque o importante diante de Deus não é o êxito humano, mas o amor que se coloca no trabalho.

As prelazias pessoais são circunscrições eclesiásticas, previstas pelo Concílio Vaticano II e pelo Código de Direito Canônico, que são constituídas para levar a cabo, com grande flexibilidade, determinadas tarefas pastorais. Os fiéis das prelazias pessoais continuam pertencendo às igrejas locais ou dioceses onde têm o seu domicílio.

A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz é uma associação de clérigos intrinsecamente unida à Prelazia do Opus Dei. Tem como finalidade fomentar a santidade dos sacerdotes seculares no exercício do seu ministério ao serviço da Igreja, segundo o espírito e a prática ascética do Opus Dei. É composta por sacerdotes incardinados na Prelazia e por outros presbíteros incardinados nas suas respectivas Igrejas particulares. Também podem fazer parte os diáconos em preparação para o sacerdócio.

A ajuda espiritual que a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz proporciona dirige-se a melhorar a vida interior dos sócios, estimular a sua fidelidade no desempenho dos seus deveres sacerdotais e fomentar a união de cada um com o seu próprio bispo e a fraternidade com os outros presbíteros.

A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz tem as suas origens no amor de São Josemaria pelos sacerdotes diocesanos e no acontecimento fundacional que ocorreu no dia 2 de outubro de 1928, quando Deus lhe fez ver o Opus Dei. No entanto, a sua origem concreta situa-se alguns anos depois, em 1943. No dia 14 de fevereiro de 1943, enquanto celebrava a Santa Missa, São Josemaria recebeu uma particular luz de Deus que mostrou-lhe a solução que permitiria a ordenação presbiteral destes fiéis do Opus Dei. Tratava-se de erigir, dentro do fenômeno pastoral da Obra, um corpo sacerdotal proveniente do seu laicado e formado segundo o seu espírito, que ficaria integrado na mesma instituição, com uma plena condição secular, para a atenção pastoral dos seus membros e dos seus apostolados. Assim nasceu a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, que foi erigida pelo bispo de Madri no dia 8 de dezembro de 1943, depois de ter recebido o nihil obstat da Santa Sé no dia 11 de outubro do mesmo ano.

Os clérigos das distintas dioceses que pertencem à Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz continuam incardinados na sua própria Igreja particular: dependem exclusivamente do seu bispo – nihil sine Episcopo , frase de Santo Inácio de Antioquia que São Josemaria recordava com frequência – e não estão de modo algum sob a jurisdição do Prelado do Opus Dei.

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A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz tem como objetivo ajudar os sacerdotes diocesanos a responder o chamado à plenitude da caridade – que Deus dirige a todos os seres humanos – procurando converter todos os aspectos da sua vida sacerdotal em uma ocasião para amá-Lo, para servir os outros e edificar a Igreja. A formação segundo a espiritualidade do Opus Dei, oferecida em pequenos grupos, através da direção espiritual individual, bem como por meio de recolhimentos, retiros, workshops e conferências, grupos de apoio e outros meios, facilita aos sacerdotes da Sociedade Sacerdotal um crescimento em sua vocação e missão como servidores e embaixadores do amor de Jesus Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei. A vida sacerdotal requer uma contínua formação espiritual, acadêmica, pastoral e humana, e a Sociedade Sacerdotal torna acessível a formação nessas áreas, sempre em harmonia com as orientações do Papa, do Dicastério para o Clero e da Conferência episcopal de cada país. O Código de Direito Canônico recomenda que os sacerdotes diocesanos aproveitem as associações como a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz: “Os clérigos seculares tenham sobretudo em grande apreço aquelas associações que, com estatutos aprovados pela autoridade competente, por meio de uma regra de vida adaptada e convenientemente aprovada, e do auxílio fraterno, fomentam a sua santidade no exercício do ministério, e favorecem a união dos clérigos entre si e com o seu Bispo” (Cânon 278 § 2).

A história da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz está ligada ao itinerário jurídico do Opus Dei. Desde o início, houve sacerdotes diocesanos que se uniram a São Josemaria para viver o espírito que Deus lhe havia confiado em 2 de outubro de 1928, formando uma simples associação. Mais tarde, em 1943, para possibilitar a incardinação dos sacerdotes que dedicavam o seu ministério às tarefas apostólicas do Opus Dei, foi instituída a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, que depois de transformada em instituto secular em 1950, possibilitou também o vínculo jurídico de sacerdotes diocesanos não incardinados nela. Esta solução legal era provisória, pois não garantia plenamente a secularidade tanto dos fiéis como dos sacerdotes pertencentes ao Opus Dei. O fim desse complicado itinerário deu-se em 28 de novembro de 1982, quando São João Paulo II instituiu a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz como associação de sacerdotes pela mesma Constituição Apostólica Ut sit, com a que instituiu a Prelazia da Santa Cruz e Opus Dei, à qual está intrinsecamente ligada.

Para se unir à Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, o sacerdote diocesano deve ter a convicção de que recebeu um chamado de Deus para viver a espiritualidade do Opus Dei. Isso implica respeito, amor e obediência para com seu bispo, afeto e união com os sacerdotes da sua diocese e preocupação com a sua vida sacerdotal, piedade pessoal, desejo de estudo e formação permanente, zelo pelas almas, espírito de sacrifício, desejo de promover vocações e desejo de cumprir da melhor maneira possível os seus deveres sacerdotais.

Os sacerdotes que fazem parte da vida consagrada já buscam a santidade por meio do carisma e espiritualidade específicos de seus respectivos institutos. Estes sacerdotes são convidados e animados a colaborar com o Opus Dei na medida em que seja compatível com o seu carisma.