“Quando tiveres de corrigir, faze-o com caridade”

Só serás bom se souberes ver as coisas boas e as virtudes dos outros. – Por isso, quando tiveres de corrigir, faze-o com caridade, no momento oportuno, sem humilhar... e com vontade de aprender e de melhorares tu mesmo naquilo que corriges. (Forja, 455)

Para curar uma ferida, primeiro limpa-se bem, também à volta, já de bastante longe. O cirurgião sabe perfeitamente que dói; mas, se omite essa operação, depois doerá mais. Além disso, aplica-se logo o desinfetante; arde – pica, como dizemos na minha terra –, mortifica, mas não há outro jeito senão usá-lo, para que a chaga não se infecte.

Se é óbvio que se devem adotar estas medidas para a saúde corporal, mesmo que se trate de escoriações de pouca importância, reparai se, nas coisas grandes da saúde da alma – nos pontos nevrálgicos da vida de um homem –, não haverá que lavar, lancetar, raspar, desinfetar, sofrer! A prudência exige que intervenhamos desse modo e não fujamos do dever, porque esquivar-nos a ele demonstraria uma falta de consideração e mesmo um atentado grave contra a justiça e contra a fortaleza.

Persuadi-vos de que um cristão, se de verdade pretende conduzir-se retamente diante de Deus e diante dos homens, precisa de todas as virtudes, pelo menos em potência. Padre, perguntar-me-eis: E que faço com as minhas fraquezas? Respondo-vos: Por acaso não cura um médico que esteja doente, ainda que o mal de que sofre seja crônico? Impede-o por acaso a sua doença de prescrever aos seus pacientes a receita adequada? Claro que não. Para curar, basta-lhe possuir a ciência conveniente e pô-la em prática, com o mesmo interesse com que combate a sua própria doença. (Amigos de Deus, 161)

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