O mistério da Quinta-Feira Santa

Devemos fazer nossas, por assimilação, aquelas palavras de Jesus: desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco. De nenhuma outra maneira poderemos manifestar melhor o nosso máximo interesse e amor pelo Santo Sacrifício, do que observando esmeradamente até a menor das cerimônias prescritas pela sabedoria da Igreja (...). Forja 833

Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Este versículo de São João anuncia ao leitor do seu Evangelho que algo de importante está para acontecer nesse dia. É um preâmbulo ternamente afetuoso, paralelo ao do relato de São Lucas: Ardentemente - afirma o Senhor - desejei comer convosco esta páscoa, antes de padecer.
Comecemos desde já a pedir ao Espírito Santo que nos prepare para podermos entender cada expressão e cada gesto de Jesus Cristo: porque queremos viver vida sobrenatural, porque o Senhor nos manifestou a sua vontade de se dar a cada um de nós em alimento da alma, e porque reconhecemos que só Ele tem palavras de vida eterna.
A fé leva-nos a confessar com Simão Pedro: Nós acreditamos e sabemos que tu és o Cristo, o Filho de Deus. E é essa mesma fé, fundida com a nossa devoção, que nesses momentos transcendentes nos incita a imitar a audácia de João, a aproximar-nos de Jesus e a reclinar a cabeça no peito do Mestre , que amava ardentemente os seus e, como acabamos de ouvir, iria amá-los até o fim.
Todas as formas de expressão se revelam pobres quando pretendem explicar, mesmo de longe, o mistério da Quinta-Feira Santa. Mas não é difícil imaginar ao menos em parte os sentimentos do Coração de Jesus Cristo naquela tarde, a última que passaria com os seus antes do sacrifício do Calvário.

É Cristo que Passa, n. 83

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