O prelado nos Estados Unidos

Entre os dias 7 a 27 de julho, Mons Fernando Ocáriz realizou uma viagem pastoral aos Estados Unidos, passando por Nova Iorque, Chicago, Houston e Los Angeles. Neste artigo reunimos com vídeos e textos, as ideias transmitidas pelo prelado durante a viagem.

LOS ANGELES - HOUSTON - CHICAGO - NOVA IORQUE


LOS ANGELES

Sábado, 27 de julho (Los Angeles)

Mil pessoas assistiram aos dois encontros com o prelado do Opus Dei em Los Angeles, no final da sua viagem pastoral aos Estados Unidos.

Uma das primeiras perguntas foi de Lito, que tem 83 anos e é o primeiro supernumerário do Opus Dei em Los Angeles: “Na Obra, quando falo com os mais novos, eu me sinto como Yoda com o jovem Luke Skywalker”, disse, fazendo referência aos personagens do filme Star Wars. Lito queria saber como ajudar os jovens a se aproximarem de Deus. O prelado respondeu que o primeiro meio, o mais importante, é a oração. “Você também pode ajudar as pessoas da sua idade a se aproximarem de Deus. O apostolado não tem fronteiras, não tem margens, é um mar aberto. As pessoas mais velhas também têm alma...”, brincou.

Jim, um ex-Marine e pai de 10 filhos, perguntou ao prelado como ajudar os filhos a superar a pressão dos colegas e ensinar-lhes o verdadeiro significado da sexualidade humana. O prelado recordou que o sexo é uma realidade muito nobre criada por Deus e acrescentou que a pureza não é uma negação: não é bom concentrar-se apenas no que não pode ou não deve ser feito; a pureza é uma afirmação da dignidade humana. Para termos esta disposição positiva, precisamos “rezar pela nossa própria pureza e pela pureza de todos”.

Tim, um produtor de filmes que já foi indicado ao Oscar, pediu conselhos sobre como influenciar positivamente a indústria cinematográfica. O prelado encorajou-o a santificar o trabalho, fazendo-o bem. Por exemplo, produzindo “obras de entretenimento que são tecnicamente de boa qualidade, e ao mesmo tempo transmitem uma mensagem inspiradora, embora talvez não precisem ser explicitamente cristãs”. Pelo contrário, apresentar uma mensagem cristã de uma maneira tecnicamente pobre seria contraproducente.

À tarde, o Prelado teve uma tertúlia com mulheres que participam nas atividades apostólicas do Opus Dei. Como era o último encontro nos Estados Unidos, várias das presentes expressaram a sua profunda gratidão por ter feito esta viagem ao país e pelos encontros que teve com fiéis e amigos do Opus Dei. As perguntas foram sobre a liberdade, a vocação dos filhos, a amizade, a moda etc.

Margaret mora no Vale do Silício “perto da sede da Apple, do Google e do Facebook” e é mãe de 11 filhos, contou uma preocupação: a prosperidade econômica da região pode tornar difícil para os seus filhos ter uma vida sóbria. O prelado animou-a a mostrar com o seu exemplo que é possível viver com poucas coisas e ser feliz: “Perder a alegria porque falta algo é ser escravo desse objeto. O desprendimento torna-nos livres para amar as pessoas. Se estivermos apegados às coisas, a nossa força para amar os outros diminui. O coração pode expandir-se enormemente, mas também pode encolher”.

Lucy falou da tendência ao individualismo que pode dificultar a vida familiar e quis saber como superar o medo de pedir ajuda. Mons. Ocáriz referiu-se à cena do Evangelho em que Jesus pede água à samaritana: “Sendo Ele quem é, sendo Deus, sendo onipotente, poderia ter realizado um milagre e obtido água sem precisar de um poço nem de nada. Mas não, o Senhor queria precisar de nós. Ele dá exemplo de como pedir ajuda”. Acrescentou que o individualismo tem duas versões: “não pedir ajuda e não ajudar, não se preocupar com os outros. Devemos lutar contra isso porque a essência da vida cristã é a caridade”.

Jen e Megan, intérpretes de jazz, tocaram a canção “What a Wonderful World” e explicaram que lhes recorda a mensagem de São Josemaria de “amar o mundo apaixonadamente”.

No final do encontro, Mary Collette perguntou ao prelado o que espera das pessoas da Obra nos Estados Unidos: “Que vocês sejam fiéis. Que se multipliquem”, respondeu. “Não só porque queremos ser muitos, mas para ajudar muitas pessoas, porque é isso que o Senhor quer”.

Sexta-feira, 26 de julho (Los Angeles)

O primeiro encontro que o prelado teve com mulheres em Los Angeles começou com uma música. Lucy e Kayla cantaram com seus ukuleles “O melhor dia da minha vida”, enquanto Samy, uma estudante de etnomusicologia na UCLA, tocava trompete, com o acompanhamento de suas irmãs ao violino e ao violão.

Samantha, estudante da Universidade da Califórnia-Berkeley, perguntou ao prelado qual é a missão do Opus Dei na Igreja.“O caminho da Igreja é muito amplo e há muitas maneiras diferentes de viajar em direção ao mesmo objetivo. Todos nós formamos o Corpo Místico de Cristo, e é por isso que estamos unidos e estamos indo na mesma direção, embora existam diferentes maneiras de seguir em frente.

O Opus Dei recorda uma mensagem que está no centro do Evangelho: que todos nós somos chamados a ser santos, que a santidade não é apenas para algumas pessoas especiais”.

Mons. Ocáriz explicou que “todos os esforços humanos nobres e limpos são um caminho para a santidade. Certamente, confiando na oração e nos sacramentos, mas também na vida cotidiana, no trabalho e na vida familiar”.

Kayla perguntou o que significa ser santos. “Isso não significa ser pessoas sem defeitos”, disse o prelado. “Em vez disso, é a perfeição do amor mostrada na luta pessoal, no esforço de amar mais e mais plenamente, mesmo que tenhamos que começar de novo muitas vezes. São Josemaria disse: “Um santo é uma pessoa que luta”, isto é, levanta-se e recomeça quando comete um erro.

Alana, uma jovem que atua em um teatro de Los Angeles, pediu conselhos para viver com coerência cristã naquele ambiente. “Em primeiro lugar, acolha a todos.Os cristãos não podem desprezar ou tratar mal a ninguém. Por isso, você precisará de uma formação sólida para dar razão à sua esperança, para explicar não apenas a verdade revelada, mas também as verdades abertas à razão humana”.

Mais tarde, no mesmo dia, o prelado encontrou-se com uns rapazes que participam das atividades apostólicas do Opus Dei. “Leiam o Evangelho com frequência - aconselhou-os - e imaginem as cenas para conhecer melhor o Senhor. Isso nos dá a força que precisamos para levá-Lo aos outros e, portanto, para trazer-lhes felicidade. A vida cristã é inseparável do esforço pessoal por conhecer e amar melhor a Cristo e do desejo e esforço para torná-lo conhecido pelos outros”.

Chao, um estudante chinês que faz doutorado em Geofísica, em Stanford, disse ao prelado que, em Xangai, um amigo falou com ele sobre Deus e o convidou para participar de aulas de catecismo com outras pessoas que seguem os ensinamentos de São Josemaria. “O que eu poderia fazer para ajudar o Opus Dei a começar na China continental?”, perguntou.

“Reze” disse o prelado. “Pode parecer simplista, mas todo o trabalho apostólico do Opus Dei - como o da Igreja - é uma tarefa sobrenatural. Não é simplesmente um esforço humano, estratégia ou marketing. O mais importante é confiar em Deus, tanto na China quanto no mundo inteiro”.

Jim, um estudante de Pasadena, explicou que às vezes não tem tempo para compatibilizar o estudo, esporte, as relações com os amigos e com Deus. “O segredo é ser mais ordenado, porque dessa forma o tempo é melhor usado. Tente ter um plano de vida, no qual haja horários estabelecidos para a oração e a leitura do evangelho, e outras vezes para o trabalho e o estudo”.

Antes do final do encontro, Tim, produtor indicado ao Oscar, entregou a Mons. Ocáriz uma réplica da estatueta para celebrar sua visita a Los Angeles, o centro da indústria cinematográfica nos Estados Unidos.

HOUSTON


Segunda-feira, 22 de julho (Houston)

“Bem-vindo ao Texas, Padre! Yee-haw!” Assim, o prelado recebeu mais de 200 jovens que participaram de uma reunião realizada em Houston. “Neste país estudamos e trabalhamos muito pensando nos resultados. Como trabalhar bem sem cair no perfeccionismo?”, perguntou Rosie, uma estudante que mora a seis horas de Houston e viaja uma vez por mês até a cidade texana para receber a formação cristã em um centro do Opus Dei.

“O sentido profundo do nosso trabalho é o amor de Deus e dos outros”, disse Mons. Ocariz, “um objetivo superior que nos permite dedicar todo o esforço necessário às várias tarefas sem nos tornarmos escravos. Precisamos trabalhar muito, muitas horas, mas se entendermos que o sentido do trabalho é sobrenatural, saberemos, por exemplo, quando parar para passar um tempo com nossa família, descansar ou cuidar de outras pessoas”.

À tarde, o prelado teve outro encontro com rapazes de Houston e outras cidades próximas. Pedro e Rafael, dois irmãos gêmeos, perguntaram como ajudar no trabalho de evangelização que as pessoas do Opus Dei tentam fazer no país. “O que a Obra espera daqueles que querem ajudar é que rezem muito”, respondeu ele. “Rezem para que todos no Opus Dei e todos os que participam dos meios de formação cristã sejam fiéis a sua vocação cristã. Reze também para que possamos trazer a muitas pessoas esta grande maravilha: a mensagem de Cristo”.

Joe, um estudante universitário, um convertido do protestantismo, perguntou ao prelado como ele havia discernido sua própria vocação. Monsenhor Ocáriz disse ter conhecido a Obra pela primeira vez graças a seus irmãos mais velhos quando era adolescente. Ele participou das atividades por um tempo, mas decidiu parar de fazê-lo, já que recebia uma boa formação religiosa na escola. Depois de terminar o ensino médio, seu irmão mais velho, que já trabalhava como engenheiro, convidou-o para passar o verão com ele na cidade onde ele morava. Lá voltou a frequentar um centro do Opus Dei: “A atmosfera era muito boa, eu me diverti muito com as pessoas. Eles me convidaram a considerar a possibilidade de fazer parte da Obra, e minha primeira reação foi dizer não.

Então pensei um pouco, não muito, e acima de tudo rezei mais. Chegou um momento - é Nosso Senhor que age - quando eu pensei: "É possível ... o chamado de Deus é uma coisa maravilhosa". Então eu disse: "Bem, vamos fazer isso". Vamos fazer isso é a liberdade que muitas vezes é necessária para moldar o chamado de Deus. Deus sempre nos deixa, pelo menos na maioria dos casos, sem clareza total, por isso somos nós que temos que dar o passo final, de modo que sejamos muito livres ao nos entregar.

Eu disse "vamos fazer isso", e isso foi ... há 58 anos”.

Como de manhã, o prelado concluiu a reunião pedindo orações pelo Papa, porque “ele confia na oração de todos os católicos”.

O prelado comentou o evangelho da missa de domingo, que recorda o momento em que Marta se queixa a Jesus porque ela trabalha enquanto sua irmã Maria escuta o Mestre: “Tanto o trabalho como a oração são fundamentais. Como São Josemaria nos ensinou, devemos transformar nosso trabalho em oração, fazendo de tudo o que fazemos um diálogo com Deus. Para isso, precisamos contemplar nosso Senhor, unindo estreitamente a nossa vida à vida de Cristo. Assim como Maria estava lá aos pés do Senhor enquanto sua irmã trabalhava, nós também fazemos o mesmo enquanto trabalhamos”.

Liz, uma pesquisadora de Dallas, perguntou ao prelado como manter viva a consciência de nossa filiação divina, não apenas de um modo intelectual, mas também a experimentando com sentimentos. “É a grande verdade que precisamos ter no mais profundo de nossa alma - respondeu o prelado - que Deus nos ama loucamente. Portanto, nosso relacionamento com ele deve ser uma resposta de amor. Experimentar que somos filhos de Deus, alegrar-se com isso, não depende de nossos próprios esforços. Às vezes, Deus nos concede momentos em que nossa fé parece mais viva, mais profundamente sentida, mas outras vezes pode conter alguma escuridão. Muitas vezes não vemos o amor de Deus, mas temos que acreditar firmemente nele e considerá-lo em nossa oração ”.

Odette, enfermeira e mãe de nove filhos, expressou uma preocupação compartilhada por muitos pais: como integrar o uso da tecnologia na educação das crianças. "Primeiro, dando bom exemplo - vocês - aos pequenos", disse o prelado. Animou também a que educassem as crianças no autodomínio, renunciando, por exemplo, a pequenos caprichos, a fim de que sejam sempre livres.

Gaby narrou uma graça de Deus que recebeu por intercessão do bem-aventurado Álvaro del Portillo: há alguns anos, o bebê que esperava foi diagnosticado com uma doença grave. Segundo os médicos, sua filha não poderia andar, falar ou respirar sozinha. Enquanto Gaby falava, a menina, Daniela, aproximou-se do prelado para lhe dar um buquê de flores no meio de um forte aplauso.

Além das perguntas e respostas, as assistentes entretiveram a reunião cantando a música Deep in the Heart of Texas (Bem fundo no Coração do Texas).

À tarde, e num encontro semelhante, monsenhor Ocáriz recordou “a fé de São Josemaria no início da Obra, quando recebeu a tarefa de nosso Senhor de fazer o Opus Dei. Ele olhou para o mundo inteiro cheio de esperança, uma esperança baseada na fé. Temos também de ser pessoas de grande esperança, uma esperança baseada na fé: fé no amor de Deus por nós, fé na vocação cristã que recebemos”.

Greg, controlador de voo da Estação Espacial Internacional da NASA, lembrou o 50º aniversário do primeiro pouso na lua. Com este motivo, quis perguntar a todos os presentes: -"Qual foi a primeira palavra pronunciada na lua?" -“HOUSTON!”, respondeu o público, divertido, a uma só voz. Greg explicou que os moradores da cidade estão muito orgulhosos dessa frase (Houston, Tranquillity Base here. The Eagle has landed), o que faz com que se lembrem da responsabilidade de ter fé em todos os lugares.

A seguinte pergunta foi feita por Chris, pai de quatro filhos e mais uma menina a caminho: "Como podemos, nós cristãos, compartilhar a fé com os outros?" Ele disse. O prelado disse que quando nos sentimos fracos, precisamos encontrar nossa força em Cristo, especialmente na Eucaristia. “O que acontece quando recebemos Jesus na Eucaristia é verdadeiramente surpreendente. Nós nos transformamos n'Ele. É o oposto do que acontece com a comida. Tornamo-nos Cristo, o próprio Cristo. Sentir que somos fracos é natural. Mas também podemos nos sentir fortes, com a força que Deus nos dá”.

Há seis semanas, Tom sofreu um grave acidente de carro. Como resultado, ficou com limitações de mobilidade, por isso conversou com o prelado através de videoconferência. “Como podemos ter mais coração?”, perguntou Tom. O prelado encorajou-o a oferecer suas dores pelo Santo Padre e pela Igreja e respondeu que temos mais coração “somente quando Deus expande nossos corações, quando Deus nos torna capazes de amar mais. A força de que necessitamos para amar vem da caridade de Cristo, que alcançamos pedindo-a ao Senhor. Assim, não enfrentamos essa luta sozinhos, já que nosso Senhor está conosco e, portanto, sempre precisamos pedir sua ajuda”.

CHICAGO

Segunda-feira, 15 de julho

Mons. Fernando Ocáriz visitou o Metro Achievement Center, um centro educacional para meninas que oferece apoio escolar e outras atividades de formação para famílias em risco de exclusão social na cidade de Chicago.

Durante a visita às instalações, algumas alunas de um programa de engenharia mostraram ao prelado os projetos em que estão trabalhando. Petra e Ernestina, que lançaram esta iniciativa social há 30 anos, contaram-lhe algumas lembranças dos primeiros anos e agradeceram o trabalho dos sacerdotes da prelazia, aos quais está confiada a atenção espiritual desta iniciativa.

Depois, o prelado visitou Midtown Center, uma iniciativa de educação extracurricular voltada para jovens dos bairros periféricos de Chicago. Midtown oferece aulas de reforço escolar, esportes, programas de desenvolvimento do caráter e tutoria individual. Os pais das crianças recebem apoio por meio de palestras e aconselhamento individual.

Alguns dos 400 meninos que participam das atividades de verão receberam o prelado no ginásio, onde conversou com os responsáveis e voluntários das iniciativas que estão em andamento. Mons. Ocáriz também se encontrou com a família de Melissa Villalobos, cuja cura médica foi reconhecida como o milagre na causa de canonização de John Henry Newman.

O prelado foi rezar na igreja de Santa Maria de Los Angeles, ao lado de Midtown. A paróquia foi confiada aos sacerdotes do Opus Dei em 1991 pelo então arcebispo de Chicago, o cardeal Joseph Bernardin.

Domingo, 14 de julho

No dia 14 de julho, Mons. Fernando Ocáriz realizou dois encontros em Chicago com jovens e adultos que frequentam os meios de formação cristã oferecidos pelo Opus Dei. Aos primeiros, em sua maioria estudantes do ensino médio e dos primeiros anos da universidade, lembrou que a formação cristã que recebem nos centros da Obra através da catequese, meditações, conversas com sacerdotes e leigos ... não é apenas algo individual, mas deve levá-los a contagiar a fé a todas as pessoas ao seu redor.

Joe, ex-aluno do Northridge College, perguntou ao prelado como compartilhar a fé cristã na universidade. "Com amizade" - foi a resposta. São Josemaria dizia que o apostolado na Igreja tem muitas modalidades. Mas existe uma maneira fundamental de transmitir a fé, que é o relacionamento pessoal, a verdadeira amizade. Quando há amizade, e não apenas um conhecimento superficial, você pode compartilhar o que tem dentro de si, os seus próprios pensamentos, os desejos e também as dificuldades".

"Como se pode encontrar - sem medo - a própria vocação? Matt perguntou a Mons. Ocáriz: "É natural ter um certo medo ou dúvida sobre o futuro quando você quer tomar uma decisão importante na vida. Por isso, é conveniente buscar sinceramente a vontade de Deus, pedir luz ao Senhor na oração e também ouvir o conselho de quem você pensa que pode guiá-lo bem", disse o prelado. Além disso, continuou, "é importante pedirmos ao Senhor, além de luz para ver, força para querer. Porque muitas vezes o problema não é que não vemos o que Deus quer, mas nos falta um pouco de esforço para nos lançarmos para responder sim. Normalmente, Deus não manifesta a sua vontade de forma evidente. Mesmo assim, o que Ele pedir é o que nos fará mais felizes".

No encontro com os profissionais, o prelado incentivou os participantes a centrar toda a sua vida em Jesus. "Nossa oração, nossa vida espiritual, nossa vida profissional, nossa vida familiar, nossa vida apostólica ... tudo deve ter o centro em Jesus Cristo", disse. "Tudo é para ele: todo o significado da vida, da criação, da história, é baseado nesta verdade. Trata-se de colocar Jesus Cristo no centro da nossa luta interior e não de perfeccionismo, sermos mais parecidos a Ele, conhecê-lO melhor, amando-O mais. Em Jesus Cristo, vamos encontrar força para sermos seus cooperadores, para nos identificarmos com ele".

Doug, um terapeuta matrimonial, perguntou como ajudar os casais cristãos a transformar as dificuldades matrimoniais em caminho de santidade. "Ensinando-os a amar. Em todo casamento a determinação de se amar mais é necessária. Em geral, temos que amar as pessoas como elas são, com as suas deficiências. Quando os defeitos não são ofensa a Deus, convivamos com eles com alegria, com compreensão".

Como em outras ocasiões, os participantes concluíram o encontro rezando pelas intenções do Papa e pelas necessidades de toda a Igreja

Sábado, 13 de julho (Chicago)

Maria contou que seus pais promoveram o início da Academia Willows, escola com atendimento pastoral confiado aos sacerdotes do Opus Dei. Em sua intervenção, o prelado recordou o padre José Luis Múzquiz (Pe. Joe Muzquiz), sacerdote a quem, há 70 anos, São Josemaria pediu que iniciasse o trabalho apostólico do Opus Dei em Chicago. "Como podemos realizar 'a revolução' da mensagem cristã como o fez o padre José Luis ?", perguntou Maria.

O prelado respondeu que a revolução mais importante “é a revolução de cada dia, a que cada um faz em sua própria vida. Revolução significa dar a volta, isto é, retornar, retornar a Cristo. Esta é a grande revolução que podemos realizar todos os dias, e isso requer uma revolução constante”.

Mais tarde, exortou os presentes a confiarem na força de Deus diante das dificuldades, especialmente as que a Igreja enfrenta atualmente. "Não devemos ceder ao pessimismo quando vemos dificuldades, confusão ou problemas. A igreja é composta de pessoas fracas. Nós mesmos somos fracos. Mas a Igreja é, acima de tudo, a força de Deus. A Igreja é Jesus Cristo, presente em sua Palavra e nos sacramentos, presente com toda a sua força salvífica ".

Maripaz, mãe de família, pediu ao prelado que falasse sobre a importância do trabalho da casa. “Uma maneira muito direta de entender a importância do trabalho em casa” - respondeu Mons. Ocáriz - “é pensar em Nossa Senhora. A maior criatura, a mãe de Deus, o que fez durante toda a sua vida? Cuidou da casa de José e de Jesus. Humanamente falando, é necessário um ambiente familiar, um lugar onde todos se sintam à vontade. Isso permite que cada pessoa cresça, melhore. É algo que não só torna a vida agradável, mas também forma. E também forma no âmbito espiritual, porque o material e o espiritual estão muito unidos”.

NOVA IORQUE

11 de julho | 10 de Julho | 9 de Julho | 8 de Julho | 7 de Julho

Quinta-feira, 11 de julho

Este ano se celebra o 70º aniversário do início do trabalho apostólico do Opus Dei nos Estados Unidos (1949). "Neste grande país", disse o prelado no primeiro encontro de quinta-feira, "já foi feito muito, embora estejamos realmente no começo. Podemos pensar que estamos nos Estados Unidos há muito tempo e que a Obra foi fundada há noventa anos... Mas, para a História, noventa anos é o começo do começo ".

Mons. Ocáriz explicou que "em face da realidade da missão apostólica de colocar o Senhor no topo, pode-se pensar: 'Sim, é algo maravilhoso, um empreendimento excitante, mas tenho tantas limitações, tantas dificuldades pessoais ...'. Ao que se somam as crises no mundo, na própria Igreja, que está passando por muitas dificuldades. Mas tudo isso nunca pode ser ocasião de desânimo. O Senhor conta conosco para fazer muito bem, tal e como somos, com as nossas limitações ".

Um dos presentes, Sharif, comentou como vê que muitas pessoas têm dificuldades para comprometer-se. "Quando a liberdade não se empenha em um compromisso significativo, a pessoa vive à mercê dos ventos, à mercê dos seus sentimentos. Em vez de guiar-se pela inteligência e pela própria liberdade, guia-se por afetos que variam de acordo com as circunstâncias ", comentou o prelado.

Outro dos assistentes perguntou como forjar verdadeiras amizades no trabalho, onde os relacionamentos podem às vezes nascer de interesses práticos. "Primeiramente, com a oração. Reze pelos seus colegas. Depois, procure oportunidades para realizar pequenos atos de serviço, não como uma tática, mas porque você realmente quer ajudá-los. Eles perceberão que a sua atitude é diferente, sincera, que você realmente quer servi-los. Dessa forma, você poderá quebrar barreiras e surgirão conversas mais profundas".

Ao final, todos rezaram juntos pelo Papa Francisco. "Carrega um peso considerável em seus ombros", disse o prelado, "e quando fala com as pessoas, ou quando escreve cartas, termina dizendo: 'Reze por mim, reze por mim'. Ele tem muita fé em oração e nós também devemos ter essa fé".

De tarde, Mons. Ocáriz participou de uma tertúlia com um numeroso grupo de mulheres. Um dos principais temas da conversa foi a alegria. "Temos a obrigação de ser felizes. Quando não estamos felizes, não podemos esperar que a alegria volte sozinha: temos que procurá-la. Para isso, necessitamos ir à fonte da felicidade, que é o Senhor. Desta forma, também poderemos tornar a vida dos outros agradável. Estando alegres, poderemos fazer apostolado", disse.

Várias perguntas da tertúlia abordaram o tema do mistério do sofrimento. Mons. Ocáriz mencionou a possibilidade, aparentemente contraditória, de sentir alegria no meio da dor. "Isso é possível quando sabemos pela fé que até o sofrimento, quando chega, é um instrumento para colaborar com Jesus Cristo na redenção do mundo. Embora Deus não tire o sofrimento, podemos ter a alegria de saber que ele tem um grande valor positivo quando nos unimos à cruz de Nosso Senhor".

Quarta-feira, 10 de julho

De manhã, Monsenhor Ocáriz fez uma breve visita à Igreja de Saint Agnes, que fica perto da Grand Central Station, em Manhattan. Em 2016, o cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova Iorque, pediu ao Opus Dei que se encarregasse desta paróquia.

O Prelado foi depois ao Ground Zero, onde ficava o World Trade Center. Monsenhor Ocáriz rezou em silêncio no Memorial Ground Zero, que tem inscritos os nomes das 2.983 pessoas que morreram nos ataques do World Trade Center.

À tarde, o Prelado reuniu-se com mais de 250 jovens de grandes cidades da costa Leste, que frequentam atividades em centros do Opus Dei.

O Prelado começou por incentivá-las a transmitir a outros a formação cristã que receberam. “Não considerem a formação que recebem como algo simplesmente para si mesmas, para o próprio enriquecimento pessoal. É isso, mas também serve para ajudar a transmitir, onde quer que estejam, o espírito cristão. Todos os cristãos têm que ser apóstolos, na sua vida diária e, acima de tudo, nas suas amizades, transmitindo a alegria de ter encontrado Cristo mais de perto. Em última análise, toda a formação cristã que recebemos visa ajudar-nos a tornarmo-nos mais semelhantes a Cristo, a ter os Seus mesmos sentimentos, a Sua maneira de ver o mundo e as pessoas”, disse Monsenhor Ocáriz às jovens.

Colleen, uma estudante da Virginia Tech, disse que pode ser difícil ter amizades mais profundas em um ambiente contrário às suas convicções. O Prelado reconheceu que “formar amizades verdadeiras não é fácil. Não é o mesmo ser verdadeiramente amigo de simplesmente ser um conhecido, alguém a quem se diz olá de vez em quando. Para ser um amigo verdadeiro, é preciso dedicar tempo e ter contato pessoal frequente, e geralmente isso requer sacrifício. Mas vale a pena!"

Acrescentou que “toda a força de que precisamos para poder falar de maneira convincente pode ser encontrada na Eucaristia e na oração. Precisamos perguntar ao Senhor como enfrentar essas situações. Mas no final, quando nos esforçamos para criar amizades autênticas, esse medo de falar sobre determinados assuntos desaparece”.

Em resposta a uma pergunta sobre como explicar às amigas que Deus é mais do que um legislador, o Prelado sugeriu que “um modo mais profundo de explicar isso é apontando para Jesus na Cruz. Precisamos perceber que Deus é tão nosso Pai que deu o Seu Filho Único para morrer na Cruz por nós. O fato d'Ele querer fazer isso é um mistério, mas é o mistério do imenso amor de Deus por nós. Quando as coisas se tornam difíceis e temos a tentação de pensar: 'Como é que Deus é meu Pai e permite isso?' Precisamos olhar para a Cruz e fazer um ato de fé no amor de Deus que Ele tornou tão visível na Cruz de Cristo”.

Terça-feria, 9 de julho

Cerca de 200 jovens de diferentes cidades da costa leste dos Estados Unidos participaram da reunião com o Prelado em Nova Iorque. Mons. Ocáriz encorajou-os a serem bons amigos, com uma amizade profunda e sincera, na qual é natural partilhar também o amor a Cristo que temos. “O mais importante – disse o prelado -– é a preocupação que todos devemos ter por ajudar aos outros e por nos deixarmos ajudar”.

Em sua resposta a um estudante de engenharia de Princeton, que está fazendo a especialização em Inteligência Artificial, mons. Ocáriz enfatizou novamente a amizade como uma forma de falar sobre Deus em um ambiente onde a atitude das pessoas em relação à fé muitas vezes é cética. “O que você pode fazer para falar de Deus nesse ambiente? Em geral, não se trata de falar com muitas pessoas ao mesmo tempo, mas de fazer verdadeiras amizades. Através da amizade, é fácil transmitir o que você sente, o que pensa..., mas não com o tom de alguém que quer convencer os amigos, mas simplesmente transmitindo, através da amizade, o que está dentro de você: o que é valioso para você, o que lhe dá alegria, serenidade, o que significa a segurança de contar com a ajuda constante de Deus em sua vida”, afirmou Monsenhor Ocáriz.

O prelado ressaltou também a importância de rezar pelo Papa e de estar unidos a ele. “Reze muito pelo Papa”, disse a um dos rapazes. “O Papa tem, como podem imaginar, um grande peso sobre os ombros e muitos desafios a enfrentar. Há também muitas dificuldades dentro da Igreja, mas não devemos desanimar quando vemos estes problemas porque, como dizia São Josemaria, a Igreja é fundamentalmente Jesus Cristo. Temos de rezar muito pelo Papa porque ele tem um trabalho enorme, uma grande responsabilidade e conta muito com a oração de todos”.

Depois do encontro com os jovens, o prelado foi recebido pelo Cardeal Timothy Dolan, Arcebispo de Nova Iorque, na residência Arcebispal. Eles conversaram durante uma hora e depois visitaram a catedral juntos para rezar na Capela do Santíssimo Sacramento e na Lady Chapel, dedicada à Santíssima Virgem.

Segunda-feira, 8 de julho

Na segunda-feira, o prelado do Opus Dei visitou o campus do IESE Business School em Nova Iorque. Mons. Ocáriz é Grão Chanceler da Universidade de Navarra, da qual faz parte o IESE Business School. Esta foi sua primeira visita ao campus, que abriu suas portas em 2009. Foi recebido pelo diretor da sede dos Estados Unidos, Eric Weber. Depois de passar pelo oratório, pôde conhecer as instalações e cumprimentar uma representação dos que trabalham na escola, como os casais Luis e Mariana ou Nina e Gerard.

O prelado participou de um evento acadêmico organizado pelo Witherspoon Institute, um centro de pesquisa cujo objetivo é compreender melhor os fundamentos morais das sociedades democráticas.

Entre os participantes estavam Robert George, professor de filosofia política, R. R. Reno, editor doFirst Things, e April Readlinger, diretora executiva da CanaVox. O discurso de abertura foi de Russel J. Snell, diretor do Center on the University and Intellectual Life del Witherspoon Institute, que falou sobre as mudanças culturais que os jovens enfrentam atualmente.

Nesta linha, a intervenção do prelado e o debate posterior centraram-se na necessidade de compreender o amor, que às vezes é reduzido a puro sentimentalismo. Ocáriz disse que a liberdade é compreendida plenamente quando surge do verdadeiro amor. O amor não é apenas sentimento, mas também desejar o bem do outro. Se amar fosse simplesmente gostar de usar a outra pessoa, isso se tornaria uma espécie de egoísmo. Educar na liberdade, disse, é muito importante para o crescimento dos jovens.

Domingo, 7 de julho

O prelado desembarcou no aeroporto John F. Kennedy, em Nova Iorque, no início da tarde.

Foi recebido, entre outros, pelo vigário do Opus Dei nos Estados Unidos, Mons. Thomas G. Bohlin, e por algumas famílias. Patricia e Thomas White foram cumprimentá-lo com os seus cinco filhos. As crianças mostraram ao prelado uma faixa que tinham pintado com a mãe, na qual diziam: “Padre, Bem-vindo aos EUA”.