Um acrobata em Las Vegas

Grzegorz Roś, de origem polonesa, tem 30 anos e trabalha como acrobata em Las Vegas. “Com minha profissão, entretenho as pessoas e divirto a Deus”, diz. Grzegorz é cooperador do Opus Dei.

Grzegorz num momento do espetáculo.

Em que consiste seu trabalho?

Sou um dos 85 acrobatas que participam de um espetáculo intitulado “Le Rêve” (“O Sonho”), dirigido por Franco Dragone. É uma peça excepcional, que só se pode ver em Las Vegas. Ao redor de uma piscina, combinamos várias disciplinas do esporte e da arte, com uma cenografia de nível técnico muito elevado. Muitos de meus colegas são acrobatas de fama mundial, medalhistas de competições internacionais, ginastas, atores, bailarinos e músicos.

Como você descobriu seu talento?

Já desde menino praticava a acrobacia, um esporte muito popular em minha cidade, Złotoryja (Polônia). Meus treinadores sugeriram que empreendesse a carreira profissional e com um amigo, Tomasz Wilkosz, criei um duo acrobático. Quando nos inteiramos dos planos de uma nova produção do outro lado do Atlântico, fomos a Paris para o casting e nos aceitaram.

“Le Rêve” reúne mais de 85 artistas em uma espetacular apresentação.

Como é sua vida em Las Vegas?

Las Vegas é uma cidade que vive intensamente. Aqui vem gente do mundo todo, de muitas culturas, religiões e convicções, e o cristianismo é – entre meus colegas – uma a mais. Sinceramente, neste ambiente é fácil esquecer as ideias que guiam sua vida.

À primeira vista, poderia parecer que esta “cidade do lazer”, posta no meio do deserto, é o lugar menos adequado para tratar a Deus e encontrar a paz da alma. E, no entanto, não. Aqui tenho aprendido a aprofundar minha amizade com Ele na vida quotidiana – que em meu caso costuma decorrer em um trapézio ou voando pelos ares –, junto a colegas de ideias tão variadas, etc.

Em que consiste o trabalho de um acrobata? Fazer bem as piruetas, manter o ritmo, combinar sua acrobacia com as dos outros, e fazê-lo todos os dias... não é fácil. Às vezes, é preciso aguentar até a dor física. Mas penso que, com meu trabalho, estou servindo às pessoas, fazendo-as descansarem, e divertindo a Deus. Por isso, tento sair ao palco e dar tudo o que levo dentro.

Como você conheceu a Obra?

Grzegorz Roś em uma atividade de formação cristã organizada pelo Opus Dei na Polônia.

Antes de viajar aos EUA, me deram de presente três livros de São Josemaria Escrivá: Caminho, Sulco e Forja. Pedi mais informação e entrei em contato com um membro do Opus Dei em Las Vegas. Aos poucos, comecei a assistir aos meios de formação cristã. Desde então, entre os ensaios e o espetáculo, faço diariamente um momento de oração.

Meu trabalho requer uma repetição quase rotineira dos mesmos exercícios. Isso supõe muito esforço físico, muita concentração e precisão. Neste sentido, o espírito do Opus Dei ajuda-me a fazer bem meu trabalho, porque sei que Deus é o principal espectador.

O que você espera de Las Vegas?

Uma imagem de Las Vegas, a cidade do lazer.

Bom, nesta cidade a Obra ainda está crescendo, somos poucos, mas a necessidade de ser mais é tão evidente que nos enche de idealismo. Coopero com o Opus Dei com minha oração e com meu apostolado. Aproximar os outros de Deus  é como a arte acrobática: nem tudo depende do quanto você se empenha e de suas capacidades humanas, ainda que estes ingredientes sejam fundamentais. Eu sozinho não posso fazer muito; com os demais e com Deus, sim.