Tema 32: O sexto mandamento

A sexualidade afeta o íntimo da pessoa humana. A verdadeira educação para a castidade não se limita a informar sobre os aspectos biológicos, mas ajuda a refletir sobre os valores pessoais e morais que entram em jogo nas ralações afetivas com as outras pessoas. Os pecados contra o sexto mandamento são um sucedâneo que tenta preencher o vazio de verdadeiro amor a que o coração aspira.

O chamamento que Deus fez ao homem e à mulher para “crescer e multiplicar-se” deve ser sempre compreendido a partir da perspectiva da criação “à imagem e semelhança” da Trindade (CF. Gn 1). Isto faz com que a geração humana, dentro do contexto mais amplo da sexualidade, não seja algo “puramente biológico, mas diz respeito ao núcleo íntimo da pessoa humana como tal” (Catecismo, 2361). A sexualidade humana é, por esta razão, essencialmente diferente da do animal.

“Deus é amor” (1 Jo, 4, 8), e seu amor é fecundo. Ele quis que a criatura humana participasse desta fecundidade, associando a geração de cada nova pessoa a um ato de amor específico entre um homem e uma mulher[1]. Por isso, “o sexo não é uma realidade vergonhosa, mas uma dádiva divina que se orienta limpamente para a vida, para o amor e para a fecundidade”[2].

Sendo o homem um indivíduo composto de corpo e alma, o ato amoroso gerativo exige a participação de todas as dimensões da pessoa: a corporeidade, os afetos, o espírito[3].

0 pecado original rompeu a harmonia do homem consigo mesmo e com os outros. Esse rompimento teve uma repercussão particular na capacidade da pessoa de viver a sexualidade. Por um lado, obscurecendo na inteligência o nexo inseparável que existe entre as dimensões afetivas e gerativas da união conjugal; por outro, dificultando o domínio que a vontade exerce sobre os dinamismos afetivos e corporais da sexualidade. Isto produziu o obscurecimento do alto sentido antropológico da sexualidade e de sua dimensão moral.

No atual contexto é importante distinguir uma legítima reflexão sobre o gênero daquela ‘ideologia de gênero’ que o Papa Francisco condena. A primeira tenta superar as diferenças sociais entre o homem e a mulher com uma leitura crítica da visão excessivamente ‘naturalista’ da identidade sexual que reduz toda dimensão sexual da pessoa ao dado biológico. Propugna ao mesmo tempo uma superação das discriminações injustas em relação à orientação sexual. A segunda, por seu lado, promove uma visão da pessoa humana e de sua sexualidade incompatível com a Revelação cristã, pois não só distingue, mas separa o sexo biológico do gênero como papel sociocultural do sexo[4].

A necessidade de purificação e amadurecimento que requer a sexualidade em sua condição atual, redimida por Cristo, mas ainda a caminho rumo à pátria definitiva, não implica de modo algum a sua rejeição, ou uma consideração negativa deste dom que o homem e a mulher receberam de Deus. Implica antes a necessidade de “saneá-lo para que alcance a sua verdadeira grandeza”[5]. Nesta tarefa a virtude da castidade exerce um papel fundamental.

A vocação para a castidade

O Catecismo fala de vocação para a castidade porque esta virtude é condição e parte essencial da vocação para o amor, para o dom de si, ao qual Deus chama toda pessoa. A castidade torna possível o amor na corporeidade e através dela[6]. De certa forma pode-se dizer que a castidade é a virtude que conduz a pessoa humana na arte de viver bem, na benevolência e paz interior com os outros homens e mulheres e consigo mesma e a torna apta para tal. A sexualidade humana abarca todas as potências, desde o mais físico e material, ao mais espiritual, dando o tom segundo o masculino e o feminino a todas as faculdades.

A virtude da castidade não é, portanto, simplesmente um remédio contra a desordem que o pecado causa na esfera sexual, mas uma afirmação gozosa, pois permite amar a Deus, e através dele aos outros homens, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças (Cf. Mc 12, 30)[7].

“A virtude da castidade forma parte da virtude cardeal da virtude da temperança” (Catecismo, 2341), e “significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual” (Catecismo, 2337).

É importante na formação das pessoas, sobretudo dos jovens, ao falar da castidade, explicar a profunda e estreita relação entre a capacidade de amar, a sexualidade e a procriação. De outra forma, poderia parecer que se trata de uma virtude negativa. Trata-se de ajudar a compreender que o que se procura é dirigir a atração aos bens relacionados com o âmbito afetivo-sexual para o bem da pessoa considerada como um todo[8].

Em seu estado atual, é difícil para o homem viver sempre, sem a ajuda da graça, a lei moral natural, e, portanto, a castidade. Isto não significa que seja impossível conquistar esta virtude humana, capaz de conseguir uma certa integração das paixões neste campo, mas a constatação da magnitude da ferida produzida pelo pecado, que exige o auxílio divino para uma reintegração da pessoa[9].

A educação para a castidade

“A caridade é a forma de todas as virtudes. Influenciada por ela, a castidade aparece como uma escola de doação da pessoa. O domínio de si mesmo está ordenado para a doação de si mesmo” (Catecismo, 2346).

A educação para a castidade é muito mais do aquilo que alguns denominam, de modo redutivo, ‘educação sexual’, e que não raramente se limita a proporcionar informação sobre os aspectos fisiológicos da reprodução humana e sobre os métodos anticoncepcionais. A verdadeira educação para a castidade não se conforma em transmitir os aspectos biológicos, mas ajuda a refletir sobre os valores pessoais e morais que entram em jogo nas relações afetivas com as outras pessoas e, de modo particular nessa relação única que une o marido à mulher. Fomenta, ao mesmo tempo, ideais grandes de amor a Deus e aos outros, através do exercício das virtudes da generosidade, do dom de si, do pudor que protege a intimidade, etc. Hábitos que ajudam a pessoa a superar o egoísmo e a tentação de fechar-se em si mesma. Com efeito, “nossa dimensão afetiva é uma chamada ao amor, que se manifesta na fidelidade, na acolhida e na misericórdia”[10].

Neste empenho, os pais têm uma responsabilidade muito grande, pois são os primeiros e principais mestres na formação para a castidade de seus filhos. Em não poucos casos, deverão trabalhar ativamente, junto com outras famílias, para que a educação sexual e afetiva que se dá nos centros educativos esteja de acordo com uma antropologia adequada, capaz de superar a tão difundida banalização da sexualidade.

Na luta por viver esta virtude constituem meios importantes: a oração: pedir a Deus a virtude da santa pureza[11]; a frequência de sacramentos; ter uma vida equilibrada na qual as diferentes dimensões da pessoa (trabalho, descanso, relações) são vividas harmoniosamente; pensar nos outros; a devoção a Maria Santíssima, Mater pulchrae dilectiones [Mãe do Amor Formoso]. Ajuda igualmente: a moderação na comida e na bebida; o cuidado nos detalhes de pudor e de modéstia no vestir, etc.; evitar leituras, imagens e vídeos que, de modo previsível, podem apresentar conteúdos inconvenientes; contar com a ajuda da direção espiritual.

A castidade é uma virtude eminentemente pessoal. Mas “implica também um esforço cultural” (Catecismo, 2344), pois “o desenvolvimento da pessoa humana e o crescimento da sociedade estão mutuamente condicionados”[12]. O respeito aos direitos das pessoas pede respeito à castidade; o direito, em particular, de “receber uma informação e uma educação que respeitem as dimensões morais e espirituais da vida humana” (Catecismo, 2344). São muitos os desafios que a família hoje enfrenta, e é importante refletir atentamente sobre eles para poder oferecer soluções que ajudem os indivíduos e a sociedade inteira[13].

As manifestações concretas com as quais se configura e cresce esta virtude serão diferentes dependendo da vocação recebida. “As pessoas casadas são convidadas a viver a castidade conjugal; os outros praticam a castidade na continência” (Catecismo, 2349).

A castidade no matrimônio

A união sexual “está ordenada ao amor conjugal entre o homem e a mulher” (Catecismo 2360): quer dizer, “realiza-se de modo verdadeiramente humano só quando é parte integral do amor com o qual o homem e a mulher se comprometem totalmente entre si até a morte”[14].

A grandeza do ato pelo qual o homem e a mulher cooperam livremente com a ação criadora de Deus exige determinadas condições devido a possibilidade de gerar uma nova vida humana. É esta a razão pela qual o homem não deve separar voluntariamente as dimensões unitiva e procriativa de tal ato, que é o caso da contracepção[15]. Os esposos castos saberão descobrir os momentos mais adequados para viver esta união corporal, de modo que reflita sempre em cada ato, o dom de si que ela significa[16].

Diferentemente da dimensão procriativa, que se pode atualizar de modo verdadeiramente humano só através do ato conjugal, a dimensão unitiva e afetiva própria deste ato pode e deve manifestar-se de muitas outras formas. Isto explica que, se por determinadas condições de saúde ou de outro tipo, os esposos não podem realizar a união conjugal, ou decidem que é preferível abster-se temporariamente (ou definitivamente, em situações especialmente graves) do ato próprio do matrimônio, podem e devem continuar atualizando este dom de si, que faz crescer o amor verdadeiramente pessoal, do qual a união dos corpos é manifestação[17].

A castidade no celibato

O Filho de Deus ao vir a este mundo quis para si uma vida de celibato, e em sua pregação deu diferentes indicações que ao mesmo tempo que ajudam a descobrir a beleza do matrimônio, ajudam a não perder de vista seu caráter provisório, relativo, portanto, pois “quando ressuscitarem nem os homens se casarão, nem as mulheres tomarão marido, serão como anjos no céu” (Mt 20, 30).

Deus chama a maior parte dos homens a encontrarem a santidade no matrimônio, quer, porém, escolher alguns para que vivam sua vocação ao amor de um modo particular, no celibato apostólico[18]. O modo de viver a vocação cristã no celibato apostólico supõe a continência. Esta exclusão do uso da capacidade gerativa não significa de forma alguma a exclusão do amor ou da afetividade. Pelo contrário, a doação que se faz livremente a Deus de uma possível vida conjugal, capacita a pessoa para amar e doar-se a muitos outros homens e mulheres, ajudando-os por sua vez a encontrar a Deus, que é a razão desse celibato[19]. Este modo de vida deve ser considerado e vivido sempre como um dom.

Existem diferentes modos carismáticos de viver o celibato como chamamento. Alguns recebem esta vocação no sacerdócio ou na vida religiosa, muitos outros recebem-na no meio do mundo sem uma particular consagração, mas com a consciência clara de saber-se instrumentos do amor de Deus para ir por todo o mundo e pregar o evangelho.

Pecados contra a castidade

Pode-se dizer que os pecados contra o sexto mandamento constituem um sucedâneo que tenta preencher o vazio de verdadeiro amor pelo qual o coração anseia[20]. À castidade opõe-se a luxúria, que é “um desejo desordenado ou um gozo desregrado do prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e de união” (Catecismo, 2351).

Uma vez que a sexualidade ocupa uma dimensão central na vida humana, os pecados contra a castidade são sempre graves por sua matéria quando se procura diretamente o prazer venéreo que é próprio do ato sexual. Podem, no entanto, ser leves quando não se procura diretamente este prazer, ou quando falta advertência plena ou perfeito consentimento.

O vício da luxúria tem muitas consequências graves: a cegueira da mente, pela qual se obscurece nosso fim e nosso bem; a debilitação da vontade; o apego aos bens terrenos que faz esquecer os eternos; e finalmente pode-se chegar ao ódio a Deus, que é visto pelo luxurioso como o maior obstáculo para satisfazer a sua sensualidade.

Dentre os pecados contra a castidade aparece em primeiro lugar o adultério, que “designa a infidelidade conjugal. Quando dois parceiros, dos quais ao menos um é casado, estabelecem entre si uma relação sexual, mesmo efêmera, cometem adultério” (Catecismo, 2380)[21]. Pode-se dizer que “a Palavra ‘Não cometerás adultério’, embora expressada em forma negativa, orienta-nos para o nosso chamamento original, quer dizer, para o amor nupcial pleno e fiel, que Jesus Cristo nos revelou e doou (Cf. Rm 12, 1)”[22].

A masturbação é a “excitação voluntária dos órgãos genitais, a fim de conseguir um prazer venéreo. Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmaram sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenado” (Catecismo, 2352). Por sua própria natureza, a masturbação contradiz o sentido cristão da sexualidade, que está a serviço do amor. Sendo um exercício solitário e egoísta da sexualidade, privado da verdade do amor, deixa insatisfeito e leva ao vazio e ao desgosto.

“A fornicação é a união carnal fora do casamento entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos” (Catecismo, 2353). Tanto a união livre ou coabitação sem intenção de matrimônio, como as relações pré-matrimoniais, ofendem em graus diferentes a dignidade da sexualidade humana e do matrimônio. “São contrárias à lei moral. O ato sexual deve ocorrer exclusivamente no casamento; fora dele, é sempre um pecado grave e exclui da comunhão sacramental” (Catecismo, 2390). A pessoa não pode ‘experimentar-se’, mas apenas doar-se livremente, uma vez e para sempre[23].

“Os atos homossexuais são intrinsicamente desordenados”, como declarou sempre a Tradição da Igreja[24]. Esta nítida avaliação moral das ações não deve de forma alguma prejulgar as pessoas que apresentam tendências homossexuais[25], já que sua origem não é voluntária e, muitas vezes, tal condição representa uma difícil provação[26]. Estas pessoas também “são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã” (Catecismo, 2359). Na exortação apostólica Amoris laetitiae explica-se que “durante o debate sobre a dignidade e missão da família, os Padres sinodais, fizeram notar que nos projetos de equiparação das uniões entre pessoas homossexuais com o matrimônio, ‘não existe nenhum fundamento para assimilar ou estabelecer analogias, nem sequer remotas, entre as uniões homossexuais e o desígnio de Deus sobre o matrimônio e a família’”[27].

São igualmente contrárias à castidade as conversas, os olhares, as manifestações de afeto para com outra pessoa, mesmo entre namorados, que se realizam com desejo libidinoso, ou que constituem ocasião próxima de pecado, procurada ou não afastada.

A pornografia – exibição do corpo humano como simples objeto de concupiscência – e a prostituição – transformação do próprio corpo em objeto de transação financeira e de gozo carnal – são faltas graves de desordem sexual, que, além de atentar contra a dignidade das pessoas que as cometem, constituem uma chaga social (Cf. Catecismo, 2355). Infelizmente, em nosso mundo está muito difundido o consumo da pornografia facilitado enormemente pela Internet. O que pode começar como curiosidade, sobretudo em pessoas jovens, pode acabar com frequência por constituir um hábito que dificulta muito a capacidade da pessoa de amar com ‘todo seu coração’, levando a caminhos que fomentam a fácil compensação dos prazeres corporais e, no fundo, o egoísmo. Pode-se chegar em alguns casos a um verdadeiro e próprio vício de pornografia cuja superação requer muitas vezes uma adequada ajuda psicológica. De qualquer forma constitui um problema importante para a vida espiritual pois a luxúria embota o coração e impede uma vida de oração serena, bem como a alegria necessária para um trabalho apostólico eficaz. É importante por isso, saber procurar ajuda na direção espiritual que abrirá ideais altos pelos quais vale a pena entregar a vida.

Deus é Amor. Criou-nos por amor e para amar. Para amar também com o corpo. Este deve ser sempre o ponto de partida ao tratar da sexualidade no contexto da antropologia cristã. Devemos reconhecer ao mesmo tempo, que, depois do pecado original, o uso adequado desta faculdade ficou debilitado. Razão pela qual é tão necessária a ajuda da graça e o cultivo da virtude da castidade para poder amar realmente “com todo teu coração e com toda tua alma, com todo teu espírito e com todas as tuas forças” (Mc. 12, 30).

Pablo Requena


Bibliografia

- Catecismo da Igreja Católica, 2331-2400

- São Josemaria, Homilia Porque verão a Deus, em Amigos deDeus, 175-189; O matrimônio, vocação cristã, em É Cristo que passa, 22-30.


[1] “Cada um dos dois sexos é, com igual dignidade, embora de maneira diferente, imagem do poder e da ternura de Deus. A união do homem e da mulher no casamento é uma maneira de imitar na carne a generosidade e a fecundidade do Criador: "O homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tomam uma só carne" (Gn 2,24). Dessa união procedem todas as gerações humanas (Cf. Gn 4, 1-2. 25-26; 5, 1)” (Catecismo, 2335).

[2] São Josemaria, É Cristo que passa, 24.

[3] “Se o homem pretendesse ser só espírito e quisesse rejeitar a carne como se fosse uma herança meramente animal, espírito e corpo perderiam a sua dignidade. Se, pelo contrário, repudia o espírito e considera, portanto, a matéria, o corpo, como uma realidade exclusiva, malogra igualmente sua grandeza” (Bento XVI, Deus caritas est, 25/12/2005, 5).

[4] Cfr. Francisco, Amoris laetitiae, 19/03/2016, n. 56. Sobre este tema é interessante o documento da Congregação para a Educação Católica: Homem e mulher os criou”. Para uma via de diálogo sobre a questão do "gender" na educação (2019).

[5] “O eros, quer sem dúvida, elevar-nos ‘em êxtase’ rumo ao divino, levar-nos além de nós mesmos, mas precisamente por isso precisa seguir um caminho de ascese, renúncia, purificação e recuperação” (Bento XVI, Deus caritas est, 5).

[6] “Deus é amor e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem ... Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação e, por conseguinte a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão” (João Paulo II, Familiaris consortio, 22/11/1981, 11).

[7] “A castidade é a afirmação gozosa de quem sabe viver o dom de si, livre de toda escravidão egoísta” (Pontifício Conselho Para A Família), Sexualidade humana: verdade e significado, 8/12/1995, 17). “A pureza é consequência do amor com que entregamos ao Senhor a alma e o corpo, as potências e os sentidos. Não é negação, é afirmação jubilosa” (São Josemaria, É Cristo que passa, 5).

[8] “A castidade comporta uma aprendizagem do domínio de si que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz (Cf. Sir 1, 22). "A dignidade do homem exige que ele possa agir de acordo com uma opção consciente e livre, isto é, movido e levado por convicção pessoal e não por força de um impulso interno cego ou debaixo de mera coação externa. O homem consegue esta dignidade quando, libertado de todo cativeiro das paixões, caminha para o seu fim pela escolha livre do bem e procura eficazmente os meios aptos com diligente aplicação (Gaudium et spes, 17)" (Catecismo, 2339).

[9] “A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual (Cfr. Gl 5, 22 ). O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo” (Catecismo, 2345).

[10] Francisco. Audiência geral, 31/10/2018.

[11] “Deus dá a santa pureza a quem a pede com humildade” (São Josemaria, Caminho, 118)

[12] Concílio Vaticano II, Gaudium et spes, 25.

[13] Francisco,Amoris laetitiae, Cap. 2 (Realidade e desafios das famílias).

[14] João Paulo II, Familiaris consortio, 11.

[15] Na fecundação artificial também se dá uma ruptura entre estas dimensões próprias da sexualidade humana como ensina claramente a Instrução Donum vitae (1987).

[16] Como ensina o Catecismo, o prazer que deriva da união conjugal é algo bom e querido por Deus (Cfr. Catecismo, 2362).

[17] Francisco,Amoris laetitiae, cap. 4 (O amor no matrimônio).

[18] Embora a santidade se meça pelo amor a Deus e não pelo estado de vida – solteiro ou casado – a Igreja ensina que o celibato pelo Reino dos Céus é um dom superior ao matrimônio (Cf. Concílio de Trento: DS 1810; 1Cor7, 38).

[19] Falando do celibato sacerdotal, que se pode, porém, estender a qualquer celibato pelo Reino dos Céus, Bento XVI explica que não se pode compreender em termos meramente funcionais, pois na verdade “representa uma especial configuração com o estilo de vida do próprio Cristo” (Bento XVI, Sacramentum caritatis, 24).

[20] Francisco,Audiência geral, 24/10/2018.

[21] Cristo condena inclusive o desejo do adultério (Cfr. Mt 5, 27-28). No Novo Testamento proíbe-se absolutamente o adultério (Cfr. Mt 5, 32; 19, 6; Mc 10, 11; 1 Cor 6, 9-10). O Catecismo, falando das ofensas contra o matrimônio, enumera também o divórcio, a poligamia e a contracepção.

[22] Francisco, Audiência geral, 31/10/2018.

[23] Os namorados “são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, urna aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do casamento as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade” (Catecismo, 2350).

[24] Congregação para a doutrina da fé, Persona humana, 8. “São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados” (Catecismo, 2357).

[25] A homossexualidade refere-se à condição dos homens e mulheres que sentem uma atração sexual exclusiva ou predominante para com as pessoas do mesmo sexo. As situações que podem dar-se são muito diferentes, pelo que deve-se extremar a prudência ao tratar desses casos.

[26] “Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a reali­zar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição” (Catecismo, 2358).

[27] Francisco,Amoris laetitiae, n. 251