Robin: “Quero que minha família irradie amor”

Robin é músico, casado e pai de três filhos. Nesta entrevista, perguntamos sobre sua experiência com os recolhimentos e retiros que participou no centro Zonnewende (Holanda).

Você conheceu o Opus Dei através de um familiar, primeiramente tendo aulas de catequese à noite e depois participando dos recolhimentos. Por que você se interessou pelas atividades do Opus Dei?

Eu as vi como algo de valor.

O que viu de valor nelas?

Obtive um conhecimento mais profundo da Fé Católica, e a formação tem um conteúdo rico como nunca vi antes.

Quando criança, nunca aprendi como me confessar e não sabia o que verdadeiramente são os sacramentos. Através da formação que recebi, deixei de vê-los como algo meramente cultural e entendi essa realidade mais profunda e viva; algo que pessoalmente abracei.

Como o Opus Dei tem lhe ajudado?

Primeiramente, tive a oportunidade de me confessar. Esse é o sacramento do perdão dos pecados, e isso me permitiu crescer: confrontar meus pecados e encontrar uma saída. E encontrei mais profundidade em minha vida de oração. As meditações nos guiam pela mão, você recebe inspiração sobre como rezar.

Você diria que se tornou um novo tipo de Católico?

Sim, passei de ser um “Católico cultural” a ser católico praticante, alguém que vive a sua fé na vida diária.

Você vem participando mensalmente dos recolhimentos há seis anos...

Sim, a primeira vez que participei de um recolhimento foi em Utrech. Tive a graça de me sentar bem em frente ao Sacrário e em silêncio, o que me permitiu permanecer em quietude. Isso é algo que nunca consigo fazer em casa, e talvez nem mesmo durante as Missas, porque há muito barulho das pessoas e das músicas. Em silêncio em frente ao Sacrário, posso rezar de outra maneira e ter um diálogo com Cristo.

Por que você tira este tempo para refletir?

Porque preciso dar um passo atrás e rezar. E também preciso me confessar com frequência. Também, há uma palestra ministrada por um leigo, onde você conhece mais sobre a fé de uma maneira que de outra forma não conseguiria. Há sempre temas especiais que me ajudam na vida cotidiana. Durante a palestra você aprende a identificar áreas onde é possível crescer, com esforço, é claro.

E também o espírito de família, há outras pessoas, você não está sozinho nessa jornada. Estar lá junto com outras pessoas e ser fiel, fortalece a todos. É encorajador saber que há outros homens com a mesma paixão.

O que foi difícil para você?

Há poucos anos atrás, começamos com um grupo de jovens adultos, e fiquei sabendo por outros que, a princípio, eles achavam difícil. Não é muito interativo. Às vezes você não pega tudo que o padre diz durante a meditação, mas tudo bem porque você pode também rezar em silêncio à sua maneira durante a meditação. Frequentemente, você entende os pontos principais do assunto.

Se você fosse convidar alguém, o que diria?

A falta de interação pode ser desafiadora, e tudo bem sentir-se desconfortável por isso. O tempo parece passar mais devagar. É importante para mim ter algo que me permita simplesmente parar.

Em casa é difícil rezar em paz. É por isso que vejo cada recolhimento como um presente de Deus que me ajuda a edificar uma vida de oração melhor e crescer como pessoa.

Como você se sente quando volta pra casa?

Frequentemente você pensa: Me sinto recarregado. Mas quando você chega em casa, rapidamente você volta para a realidade. Você teve um momento de reflexão, mas em casa, você pode estar em um clima totalmente diferente.

Ainda assim, vale a pena?

Sim, acho que sim.

Você também participou de um retiro, que é como um recolhimento mais longo, de mais ou menos três dias. Como foi?

O retiro foi parecido com o recolhimento, porém mais intenso. Ele trouxe muito mais profundidade em minha vida de fé. Gostei especialmente das conversas com o sacerdote e achei as meditações inspiradoras. A certa altura, me senti sobrecarregado pela quantidade de conteúdo. Foi quando tirei um tempo para fazer exercícios, e então estava pronto para continuar.

Qual diferença isso faz em sua vida diária?

Comecei a ver meu trabalho com outros olhos. O trabalho adquire uma dimensão mais profunda, e você pode oferecê-lo e ter consciência de que ele é também um sacrifício.

E a vida de família?

Isso também é algo que você pode oferecer a Deus. Tudo pode ser oferecido a Deus. É isso que significa Opus Dei, Trabalho de Deus.

Quais são suas esperanças para o futuro?

Quero que minha família seja mais ativa e irradie amor. Eu adoraria que meus filhos fossem não apenas meus filhos, mas também amigos. Quero estar inteiramente presente para minha esposa e filhos, compartilhar hobbies e ter lindos momentos juntos.

O que o Opus Dei significa para você?

Que você pode oferecer seu dia inteiro, que você pode levar Deus com você para seu trabalho e eventos cotidianos, como um amigo. Quando você faz isso, tudo se torna positivo, até mesmo as coisas difíceis, porque elas são oferendas agradáveis a Deus.