Depois de rezar o Ângelus, o Papa falou do Advento como preparação para o nascimento do Filho de Deus: “Entramos nestes dias no sugestivo clima de preparação próxima para o santo Natal. Na atual sociedade de consumo, esse período sofre por desgraça uma espécie de ‘contaminação’ comercial, que corre o risco de alterar seu autêntico espírito, caracterizado pelo recolhimento, pela sobriedade, por uma alegria que não é exterior, mas íntima”.
“Portanto, é providencial que, como uma porta de entrada para o Natal, exista a festa da Mãe de Jesus, que melhor que ninguém pode conduzir-nos a conhecer, amar e adorar o Filho de Deus feito homem”.
“Deixemos, portanto, que seja Ela quem nos acompanhe; que seus sentimentos nos animem a predispor-nos com sinceridade de coração e abertura de espírito a reconhecer no Menino de Belém o Filho de Deus, que veio à terra para nossa redenção. Caminhemos junto a Ela com a oração e acolhamos o repetido convite que nos dirige a Liturgia do Advento a permanecer em atitude de espera, uma espera vigilante e gozosa, pois o Senhor não tardará: vem libertar o seu povo do pecado”, disse.
O Papa anima a preparar o presépio em família
“Em muitas famílias, continuando uma bela e consolidada tradição, imediatamente depois da festa da Imaculada, começa a preparar-se o presépio, como para reviver junto a Maria esses dias repletos de vibração que precederam o nascimento de Jesus”.
“Fazer o presépio em casa pode ser uma forma simples, mas eficaz, de apresentar a fé e transmiti-la aos próprios filhos. O presépio ajuda-nos a contemplar o mistério do amor de Deus que se revelou na pobreza e na simplicidade da gruta de Belém”.
“São Francisco de Assis ficou tão embevecido com o mistério da Encarnação que quis voltar a representá-lo em Greccio com o presépio vivente, convertendo-se desse modo no iniciador de uma longa tradição popular que ainda hoje conserva seu valor para a evangelização”.
“O presépio pode ajudar-nos, de fato, a compreender o segredo do verdadeiro Natal, porque fala da humildade e da bondade misericordiosa de Cristo, que “sendo rico, se fez pobre por nós” (2 Coríntios 8, 9). Sua pobreza enriquece a quem a abraça e o Natal traz alegria e paz a quem, como os pastores, acolhem em Belém as palavras do Anjo: ‘Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura’ (Lucas 2, 12). Continua sendo o sinal também para nós, homens e mulheres do século XXI. Não há outro Natal”.
Ao final, o Papa pediu a proteção da Virgem Maria: “Quero invocar a ajuda do Senhor para que todas as famílias cristãs se preparem para celebrar com fé as próximas festas natalinas. Que Maria nos ajude a entrar no autêntico espírito do Natal”.