O melhor da viagem ao México

Um resumo dos desafios que o Papa deixou em sua passagem pelo México. Momentos para aumentar a fé, a esperança e a caridade nas palavras de Bento XVI.

A coerência de vida

Venho como peregrino da fé, da esperança e da caridade. Desejo confirmar os fiéis na fé em Cristo, afiançá-los nela e os animar a revitalizá-la com a escuta da Palavra de Deus, os sacramentos e a coerência de vida. Assim, poderão compartilhar com os demais, como missionários entre seus irmãos, e ser fermento na sociedade, contribuindo a uma convivência respeitosa e pacífica, baseada na inigualável dignidade de toda pessoa humana, criada por Deus, e que nenhum poder tem direito de esquecer ou desprezar. Esta dignidade expressa-se de maneira eminente no direito fundamental à liberdade religiosa, em seu genuíno sentido e em sua plena integridade.

A amizade com Cristo

Este lugar no qual nos encontramos [a Praça da Paz] tem um nome que expressa o anseio presente no coração de todos os povos: «a paz», um dom que vem do alto. «A paz esteja com vocês» ( Jo 20,21). São as palavras do Senhor ressuscitado. Ouvimo-las em cada Missa, e hoje ressoam de novo aqui, com a esperança de que cada um se transforme em semeador e mensageiro dessa paz pela qual Cristo entregou a sua vida.

O discípulo de Jesus não responde ao mal com o mal, mas é sempre instrumento do bem, arauto do perdão, portador da alegria, servidor da unidade. Ele quer escrever em cada uma das suas vidas uma história de amizade. Tenham-no, pois, como o melhor dos seus amigos. Ele não se cansará de lhes dizer que amem sempre a todos e façam o bem. Escutarão isto, se buscarem em todo momento um relacionamento frequente com ele, que lhes ajudará também nas situações mais difíceis.

A alegria de ser cristãos

A Missão Continental , que agora se está levando a cabo em cada diocese deste Continente, tem precisamente a finalidade de fazer chegar esta convicção a todos os cristãos e a todas as comunidades eclesiais, para que resistam à tentação de uma fé superficial e rotineira, às vezes fragmentária e incoerente. Também aqui é necessário superar o cansaço da fé e recuperar «a alegria de ser cristãos, de estar sustentados pela felicidade interior de conhecer a Cristo e de pertencer a sua Igreja. Desta alegria nascem também as energias para servir a Cristo nas situações agoniantes de sofrimento humano, para se pôr a sua disposição, sem estagnar-se no próprio bem-estar» (Discurso à Cúria Romana, 22 de dezembro de 2011). Vemo-lo muito bem nos santos, que se entregaram de cheio à causa do Evangelho com entusiasmo e com alegria, sem reparar nos sacrifícios, inclusive da própria vida. Seu coração era uma aposta incondicional por Cristo, de quem tinham aprendido o que significa verdadeiramente amar até o fim.

Neste sentido, o Ano da fé, para o qual convoquei toda a Igreja, «é um convite a uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo [...]. A fé, efetivamente, cresce quando se vive como experiência de um amor que se recebe e se comunica como experiência de graça e alegria» ( Porta fidei , 11 de outubro de 2011, 6.7).

A verdadeira devoção à Virgem

Queridos irmãos, não esqueçam que a verdadeira devoção à Virgem Maria nos aproxima sempre de Jesus, e «não consiste num estéril e transitório sentimentalismo, nem tampouco numa vã credulidade, mas que procede da fé verdadeira, que nos leva a reconhecer a excelência da Mãe de Deus e nos orienta para um amor filial à nossa Mãe e para a imitação das suas virtudes» ( Lumen gentium , 67). Amá-la é comprometer-se a escutar o seu Filho, venerar a “Guadalupana” é viver segundo as palavras do fruto bendito do seu ventre.

Ser irmão e guardião do próximo

Com estes vivos desejos, convido-os a serem vigias, que proclamem dia e noite a glória de Deus, que é a vida do homem. Estejam ao lado de quem é marginalizado pela força, pelo poder ou por uma riqueza que ignora aqueles que carecem de quase tudo. A Igreja não pode separar o louvor a Deus do serviço aos homens. O único Deus Pai e Criador é quem nos constituiu irmãos: ser homem é ser irmão e guardião do próximo. Neste caminho, junto a toda a humanidade, a Igreja deve reviver e atualizar quem foi Jesus: o Bom Samaritano, que vindo de longe entrou na história dos homens, levantou-nos e se ocupou da nossa cura.