“Katia, o que é mais importante na vida?”

Katia é ucraniana. Estuda filologia inglesa e francesa na Universidade de Moscovo. É numerária do Opus Dei e nesse vídeo conta como se converteu e descobriu a sua vocação.

Olá, chamo-me Katia. Sou Ucraniana. Sou católica. Antes não praticava: era-me muito difícil. 

Os meus pais são do centro da Ucrânia, onde há muitos católicos. Mas foram viver para outro lugar, onde não há católicos. A igreja mais próxima ficava a 3 horas. Os meus pais são muito bons. Quando era pequena, rezávamos juntos o Terço. E eu via que eles procuravam sempre fazer o bem. Os meus irmãos e eu estávamos muito conscientes do bom exemplo que os meus pais nos davam. E isto foi uma parte importante da formação cristã que nos deram.

Em pequena não podia praticar. Nunca podia ir à igreja. Desse ponto de vista, podia-se pensar que estava muito longe de Deus. Mas não era assim! Porque sempre, em qualquer circunstância, por exemplo, na escola eu procurava sempre defender o nome de Deus. No sei porquê, mas se os meus companheiros se riam de Deus, eu dizia: "sou cristã!" Fui fiel porque Deus nunca se afastou de mim, só por esta razão.

Não sei porquê, mas se os meus companheiros se riam de Deus, eu dizia: "eu sou cristã!". Fui fiel porque Deus nunca se afastou de mim, só por essa razão.

"Algumas vezes sentia a proximidade de Deus"

Depois mudei-me para Kiev para estudar na Universidade o curso de Linguística e Tradução de Inglês e Francês. Quando cheguei a Kiev, tudo era novo para mim: a vida, os meus companheiros, a residência... era tudo muito bonito, muito atraente.

Claro, que continuava como que esquecida de Deus. Mas algo acontecia dentro de mim. Nunca me esquecia de que eu... Continuava a ser católica, cristã... E de que isso era para mim... a minha vida. Continuava com a minha vida, sem ser especialmente um exemplo para ninguém. Mas algumas vezes sentia a proximidade de Deus. Acontecia em qualquer situação, nos momentos mais normais. 

Nessa época, vivia numa residência universitária e assistia às aulas na Universidade de Kiev. E comecei, então a pensar muito: pensava, pensava… E ao mesmo tempo a minha mãe começou a dizer-me, quando falávamos ao telefone: - "Katia, sabes o que é mais importante nesta vida?" E eu respondia: - "Estudar, mamã!" E ela dizia-me: - "Katia, por favor! Não quererás passar pela igreja e rezar?" E assim entendi que, agora que o podia fazer, seria bom ir à igreja. Além disso a minha avó Maria, católica como eu, rezava muito por nós.

“Sentia que não estava de todo no meu lugar"

"E procurava Deus em todo o lado, aqui e ali. Andava de um lado para o outro à procura do lugar que Deus queria para mim."

E comecei a ir à igreja, sem saber muito bem porquê. E senti-me muito, muito, muito feliz. Algo novo e grande se abriu para mim: algo para além do habitual. E comecei a frequentar a igreja. Recebi a Primeira Comunhão, a Primeira Confissão e a Confirmação...E era feliz, e era tudo fantástico. Mas notava que me faltava algo! Faltava-me saber qual era o meu lugar concreto no mundo. Faltava-me saber o que queria Deus de mim. 

Nessa época sentia-me já perto de Deus... mas faltava-me ainda algo, sentia que não estava completamente no meu lugar. E procurava Deus em todo o lado, aqui e ali. Andava de um lado para o outro à procura do lugar que Deus queria para mim. Procurava...

Neste período, um sacerdote de Kiev, o Padre Serguei, deu-me um livro: "Caminho". Lia-o e isso ajudava-me. Mas a simples leitura não dava resposta à minha pergunta.

"Caminho" ajudava-me a entender a vida, a entender-me a mim própria e aos outros...

mas ainda não sabia o que Deus esperava... Então soube que se organizavam umas recolecções do Opus Dei: vinham a Kiev a partir Moscovo. Comecei a assistir. Fui também a um retiro a Moscovo. Era um modo de tentar entender o que Deus queria de mim. Andava de um lado para o outro: da minha casa para Kiev, de Kiev para Moscovo... Ia de um lado para o outro para perceber a vontade de Deus. Depois de passar algum tempo soube-o: por fim soube o que Deus queria de mim. 

"Entendi que se pode seguir a Deus e ir à Universidade, e conviver com os colegas e viver numa residência... Entender isto encheu-me de alegria."

"Entendi que se pode servir a Deus no mundo"

Nessa altura pensava que seguir a Deus era, antes de mais nada, sacrificar-se por Ele… porque então já tinha percebido que Deus esperava que Lhe desse todo o meu coração. Mas por outro lado, sentia que gostava muito de ir à Universidade, gostava muito dos meus colegas, gostava muito do que estudava, da minha profissão... 

Em qualquer caso estava disposta, se fosse necessário, ir para onde fosse preciso: para um convento... e deixar tudo isso de que tanto gostava. Isto para mim implicava, desde logo, um grande sacrifício: seria como que quebrar algo muito dentro de mim. Mas, que importava, se era o que Deus queria... eu estava disposta. 

Mas então entendi que Deus não queria isso de mim. Entendi-o, claro, através da oração e também com a ajuda de pessoas que me ajudavam... entendi que se pode servir a Deus no mundo. Que se pode dar toda a nossa vida a Deus, sem necessidade de sair do mundo... Pode-se seguir a Deus e ir à Universidade, e conviver com os colegas e viver numa residência... Entender isto encheu-me de alegria.

"Deus queria que fosse muito feliz"

Um sacerdote explicou-me que sacrificar-se por Deus é algo bom, claro, mas que Deus não queria que eu fosse infeliz, mas muito feliz. Isto foi para mim uma enorme descoberta.

Como? É verdade que Deus quer que eu seja super feliz? Mas essa era a pura verdade!

Agora vivo em Moscovo. Continuo com o meu curso: comecei o segundo ciclo de Filologia, especialidade de Inglês e Francês. Ao mesmo tempo trabalho, e faço também o possível para aproximar as pessoas de Deus: porque é algo que os faz muito felizes… E pronto, é tudo! Então… se alguém quiser perguntar-me mais alguma coisa, pode dirigir-se a mim... e conversamos!

Muito obrigado!