José Maria Casciaro: “Vale a pena”

Faleceu em Pamplona (Espanha), no dia 8 de março, José Maria Casciaro, sacerdote desde 1951, doutor em Filosofia e Letras e professor adjunto de Filologia Semítica da Universidade de Madri. Ele conviveu em Madri com o fundador do Opus Dei por longos períodos, de 1939 a 1942. As suas lembranças daqueles anos se cristalizaram num livro publicado em 1998, cujo título adquire mais força agora: “Vale a pena”.

José María Casciaro com alguns dos primeiros membros do Opus Dei

José Maria Casciaro nasceu em Múrcia (Eapnha) em 1923. Conheceu o Opus Dei através do seu irmão Pedro, que pertencia à Obra desde 1935. Durante a guerra civil espanhola e imediatamente depois dela, Pedro tinha incentivado o seu irmão a levar uma vida cristã séria, e em abril de 1939 decidiu apresentá-lo a São Josemaría. A partir desse encontro marcante, José Maria começou a considerar a sua possível vocação para o Opus Dei. Ele amadureceu essa chamada de Deus durante um ano, e finalmente pediu a admissão no Opus Dei em 1940.

Mudou-se para Madri para continuar os seus estudos, e foi aí que pôde viver mais continuamente ao lado de São Josemaría e de alguns dos primeiros fiéis da Obra, como Isidoro Zorzano, Álvaro del Portillo e Juan Jiménez Vargas. Por ser um dos mais jovens, naqueles anos de penúrias e dificuldades que se seguiram à guerra civil espanhola, foi objeto de especiais mostras de carinho e atenção por parte da “Avó” e de “Tia Carmen”, respectivamente a mãe e a irmã do Fundador do Opus Dei. O livro “Vale a pena” foi dedicado a elas, “com profundo agradecimento e perene carinho filial”.

Quando publicou o seu livro, em 1998, quase cinquenta anos depois da sua incorporação ao Opus Dei, este era o balanço que fazia da sua vida:

José María Casciaro com seus pais, no dia da sua ordenação sacerdotal

“Em vários lugares da sede central da Prelazia, em Roma, lê-se a inscrição ‘Vale a pena’, lema que ouvimos muitas vezes do Fundador da Obra, e que expressa o valor da entrega a Deus, orientada à bem-aventurança eterna.

Com efeito, quando uma pessoa volta o seu olhar para aqueles primeiros anos da chamada divina, e percorre também os anos que se seguiram, sente no seu mais íntimo a verdade destas palavras. Valia a pena seguir São Josemaría, porque era — é — caminhar como de mãos dadas com Nosso Senhor Jesus Cristo. Trata-se de uma aventura, mas também de um “caminho” seguro pela terra até o Céu. Depois de mais de meio século, como é alegre e reconfortante, no meio das próprias misérias, ter seguido a senda que Deus me mostrou desde a primeira juventude!

De maneira crescente, dia a dia me sustentou o entusiasmo de ir compartilhando com outros a aventura maravilhosa de fazer o Opus Dei na terra. Olhando para trás, com efeito, fica evidente que valia a pena percorrer esse caminho. Sim, uma e mil vezes valia, VALE A PENA”.