Jesus derrama a sua misericórdia sobre todos os que encontra

O tema da catequese do Santo Padre nesta quarta-feira foi a cura do cego de Jericó, “um episódio que nos toca diretamente”, afirmou o Papa.

Um homem na beira da estrada, colocado na margem e que pede esmola. O cego ouve o rumor da multidão que passa, e pergunta a quem segue. Alguém responde: «Passa Jesus de Nazaré». E o cego começa a gritar: «Jesus, Filho de David, tem misericórdia de mim!» - recordou o Papa.

Naqueles tempos – mas até pouco tempo atrás – um cego só podia viver de esmolas. “A figura deste cego representa tantas pessoas que, também hoje, se encontram marginalizadas por causa de um problema físico e ou de outro gênero”, acrescentou Francisco. Na beira da estrada, o cego é apartado e reprovado pela multidão, porque clama por Jesus. “Não sentem compaixão por ele; pelo contrário, se sentem incomodados com seus gritos.

Indiferença e hostilidade

“Quantas vezes vemos nas ruas pessoas doentes, sem comida... e nos sentimos incomodados. Vemos refugiados e isso nos incomoda. É uma tentação que tomos temos, até eu. E por vezes, a indiferença e a hostilidade se transformam em agressão e insulto... ‘Mandem embora essa gente’...” A indiferença e a hostilidade tornam as pessoas cegas e surdas, impedem de ver os irmãos e não permitem reconhecer neles o Senhor”, completou o Papa.

Mas sem se deixar intimidar, o cego clama várias vezes, reconhecendo Jesus como Filho de Davi, o Messias aguardado. Diferentemente da multidão, este cego vê com os olhos da fé. Graças a ela, a sua súplica tem uma eficácia poderosa. Jesus então tira o cego da margem da estrada e o coloca no centro da atenção dos seus discípulos e da multidão. “Pensemos em nossas situações ruins, de pecado: Jesus segura a nossa mão e nos conduz ao caminho da salvação”.

O excluído no centro

Deste modo, obriga todos a se conscientizarem de que a boa nova implica colocar no centro do próprio caminho quem está excluído. “A passagem do Senhor é um encontro de misericórdia que reúne todos em volta Dele para permitir reconhecer quem necessita de ajuda e de consolação”, disse ainda o Papa.

Quando Jesus passa, há libertação e salvação

“É a ‘passagem’ da páscoa, o início da libertação: quando Jesus passa sempre há libertação, sempre há salvação! Também em nossa vida Jesus passa e quando percebemos, é um convite a sermos melhores, a segui-Lo”, improvisou ainda.

Como um servo humilde, Jesus pergunta o que o cego deseja. Este por sua vez responde chamando-o não mais de “Filho de Davi”, mas “Senhor” e pedindo para recuperar a visão. O seu desejo é atendido com essas palavras: “Vê; a tua fé te salvou”.

De mendigo a discípulo

Graças à fé, o cego recupera a visão e, sobretudo, se sente amado por Jesus. Por isso, decide segui-Lo, se faz discípulo. “De mendigo a discípulo. Todos nós somos pedintes, passamos de mendigos a discípulos”. Aquele a quem queriam calar, agora testemunha em alta voz o seu encontro com Jesus de Nazaré. Verifica-se então um segundo milagre: a cura do cego permite que também a multidão veja além das aparências. “Assim Jesus derrama a sua misericórdia sobre todos os que encontra: os chama, os reúne, os cura e os ilumina, criando um novo povo que celebra as maravilhas do seu amor misericordioso. Mas deixemos que Jesus nos cure, nos perdoe e sigamo-Lo”, concluiu o Papa.

Aos peregrinos de língua portuguesa

O Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:

“Queridos peregrinos de língua portuguesa, de coração vos saúdo a todos, nomeadamente ao grupo da diocese de Limeira, desejando-vos neste Ano Jubilar a graça de experimentar a força do Evangelho da misericórdia que transforma, que faz entrar no coração de Deus, que nos torna capazes de perdoar e olhar o mundo com mais bondade. Assim Deus vos abençoe a vós e às vossas famílias.”

O Papa Francisco deu a todos sua benção!

Radio Vaticana