Andrea Ermini trabalha no departamento de Recursos Humanos de uma empresa florentina. Depois de ler “O Código Da Vinci”, ficou surpreso com o duro retrato que se faz do Opus Dei, uma instituição que faz parte da Igreja.
Como você descobriu o Opus Dei?
Andrea: Ocorreu há já um ano e meio. Depois de ler “O Código Da Vinci”, achei estranho que algumas críticas dissessem que oOpus Dei era “uma estranha organização católica”, em que se utilizava de “lavagem cerebral” para recrutar membros, afeita ao sigilo e a práticas masoquistas. Tudo aquilo me pareceu muito suspeito e decidi investigar por minha conta. Parecia-me absurdo que a Igreja Católica pudesse aceitar em sua organização uma instituição desse tipo.
Comecei a procura da maneira mais simples: na internet, através do Google. Rapidamente encontrei o site da Obra. Depois, já com curiosidade, comprei o livro de São Josemaria com reflexões espirituais, chamado “Caminho”, e o li numa sentada.
Como era a sua vida cristã naquela época?
Andrea: Ia à Missa duas vezes ao ano: no Natal e na Páscoa. Ainda que não praticasse muito, tinha verdadeiro apreço pelo Papa e pela Igreja Católica em geral.
“A mudança mais radical ocorreu quando descobri que tinha que cuidar da minha ‘vida espiritual’ e que podia fazê-lo sabendo-me acompanhado por Deus em todos os momentos do dia”.
E então, o que aconteceu?
Andrea: A curiosidade inicial transformou-se em um caminho de conversão muito mais profundo. Até então eu via a fé como algo antiquado, que não podia adaptar-se à minha vida, algo que se ajustava melhor às senhoras mais velhas, que podiam rezar continuamente o terço.
Por outro lado, a expressão “santificar o trabalho” atraiu-me, tocou-me o coração. Além disso, o estilo direto de “Caminho”, onde São Josemaria parece que nos fala diretamente, ajudou-me a refletir.
Pela internet, soube que o Opus Dei promovia iniciativas como o ELIS em Roma ou o IESE em Barcelona. A ideia de que pudessem unir o espírito cristão com o ensino numa escola de direção de empresas ou com o trabalho manual mais simples interessou-me muitíssimo.
Por fim, tomei a decisão de enviar um e-mail ao site do Opus Dei para solicitar um contato direto. Deram-me o endereço de um Centro – L’Accademia dei Ponti (Florença) –, onde comecei a ter direção espiritual com um sacerdote e onde conheci outras pessoas do Opus Dei.
Quais foram as outras etapas desse caminho?
Andrea: Comecei a rezar com mais frequência e a assistir a diversas palestras de formação cristã organizadas pelo Opus Dei: o recolhimento espiritual uma vez ao mês, e a cada semana uma aula sobre algum tema de fé ou de virtudes. No dia 1º de novembro de 2005 fui nomeado "Cooperador do Opus Dei" e no dia 13 de maio passei a fazer parte da Obra.
A mudança mais radical ocorreu quando descobri que tinha que cuidar da minha “vida espiritual”, e que podia fazê-lo sabendo-me acompanhado por Deus em todos os momentos do dia. Já há algum tempo assisto à Missa e rezo o terço diariamente e isso me ajuda a “manter o rumo” e a alegria durante as minhas jornadas de trabalho.
Depois de tudo isso, qual a sua opinião sobre o “Código Da Vinci”?
Andrea: Se não fosse por Dan Brown, não teria redescoberto a beleza da fé e a minha vocação. Talvez o Senhor tivesse se servido de outros caminhos, sem dúvida, mas para mim aquilo começou com um enigma: uma descrição sinistra e obscura da Igreja Católica. Sem dúvida, tenho uma grande dívida com Dan Brown. E talvez não seja o único...