O pluralismo cultural não é um problema para os cristãos, mas uma realidade com a qual contamos, como cidadãos comuns que somos. O Papa nos incentivou repetidamente a levar a cabo a nova evangelização, também da cultura. Não há razão para o medo.
Na sua carta Novo millennio ineunte afirma que «na situação de um marcado pluralismo cultural e religioso, tal como se vai apresentando na sociedade do novo milênio, este diálogo é também importante para propor uma firme base de paz» (n. 55). E o Papa também disse recentemente que a globalização «não é, a priori, nem boa nem má. Será o que as pessoas façam dela. Nenhum sistema é um fim em si mesmo, e é necessário insistir que a globalização, como qualquer outro sistema, deve estar ao serviço da pessoa humana, da solidariedade» (Discurso à Academia pontifícia de ciências sociais, 27-IV-01, n. 2).
O verdadeiro problema é o individualismo egoísta. O Papa convida a mudar essa tendência. «É a hora de uma nova "fantasia da caridade" que se manifeste não só nem sobretudo na eficácia dos socorros prestados, mas a capacidade de pensar e ser solidário com quem sofre» (Carta apostólica Novo millennio ineunte, n. 50). Neste sentido, o que se pode e se deve fomentar no mundo atual -com a ajuda da ciência, da tecnologia, das artes e da facilidade de comunicação- é a globalização da caridade. E não haverá solidariedade global sem solidariedade pessoal.
Revista "Pensamiento y Cultura", Colômbia